ZUCA SARDAN
EXTRA! EXTRA! HANNAH ARENDT BAIXA O SANTO NA SALA DE ESTAR DO PASCO!!!
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ANUNZZIO
A trinca Harrie Lemmens – Ana Carvalho – Zuca Sardan – está lanzando na Zuca-Magazine, em Amsterdam, os primeiros dois capítulos da ‘Barca do Inferno’ (Het helleschip’), a clássica peça de Gil Vicente: tradução-Harrie Lemmens /fotos-Ana Carvalho /desenhos-Zuca http://zuca-magazine.nl/index.php/2020/07/08/gil-vicente-het-helleschip/
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INTIMIDADES DE HANNAH
(diálogo telefônico vazado por Zuca Sardan)
HANNAH – Zuca, queria te contar um segredo, mas é se-cre-tís-simo … Precisas me jurar que não contarás pra ninguém.
ZUCA – Juro, Hannah !… Sou duma discrIção de Pharaó de museu !… Podes contar sossegada, Naná !… mein Schatz !…
HANNAH – Ai, Zuca, preciso mesmo te confessar… o Lênin é mais sacão que o Karl Jaspers, e se acha muito mais famoso… e … mais filósofo, e seu jornal é o único que traz a Verdade !… se aquilo é a Verdade, não há saco que aguente !…
Cá pra nós, Zuca… eu prefiro mil vezes o Pasco à Pravda !… é mais safadinho, mais divertido !…
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(completamente desinteressado de fofocas telefônicas, Pedrok, num canto da sala, pinta O Ateliê de Velázquez)
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Muitas Hannahs
(por Hannah, Ellen e Viviane)
Hannah atual: Finalmente Hannah Arendt ganha uma edição crítica (print e on-line) bilíngue (alemão/inglês) em 17 volumes, 2 já foram publicados: The modern challenge to tradition: Fragmente eines Buchs” und “Sechs Essay: Die verborgene Tradition.
http://hannah-arendt-edition.net/
Hannah Metafórica: grande mestra de bumerangue e do ato de “Denken ohne Geländer”, pensar sem limites, e do “eigene Urteilskraft”, juízo próprio.
“Kein Mensch hat das Recht zu gehorchen“ – Ninguém tem o direito de obedecer
“Banalität des Bösen” Eichmann in Jerusalem: Sobre Eichmann:
“War das der klassische Fall pathologischer Verlogenheit gepaart mit abgründiger Dummheit?“ – Era isso um caso clássico de mentira patológica vinculada à tolice abismal?
“Ein Prozess ist nicht dazu da Geschichte zu schreiben, sondern Recht zu sprechen“. – Um julgamento não serve para fazer História, mas justiça.
Liberdade
“Von der Wüste (der Gesellschaft) und den Oasen (der Freiheit)“ – Do deserto (da sociedade) e dos oásis (da liberdade)“
“Durch die Flucht aus der Politik verschleppen wir die Wüste überall hin. Wir ruinieren die Oasen (…) Vergleicht man die Praxis [totalitärer Machthaber] mit der Praxis der Tyrannei, so ist es, als sei das Mittel gefunden worden, die Wüste selbst in Bewegung zu setzen, den Sandsturm loszulassen, dass er sich auf Teile der bewohnten Erde legt.“ (“Was ist Politik?“ O que é a política?) – Através da fuga da política, carregamos o deserto por toda parte. Destruímos os oásis (…) Se compararmos a prática [do poder totalitário] com a prática da tirania, é como se tivessem sido encontrados os meios de pôr em movimento o próprio deserto, de libertar a tempestade de areia, para que atinja partes da terra habitada.
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(agora ainda mais distraído , PedroK esquece até de botar nome na obra, que ficará conhecida como Lápis 1)
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(na sala de estar do Pasco, o pau continua comendo)
Poesia, arte e pensamento “Quod licet Jovi?” O que se permite a Júpiter? (sobre Brecht) “Ein guter Vers ist ein guter Vers?” Um bom verso é um bom verso?
O ensaio de Hannah Arendt tem epígrafe de W.H. Auden:
Esperas, esperas, sim, que teus livros te sirvam de escusa, te preservem do inferno; sem embargo, sem mostrar tristeza alguma, sem que pareça estar fazendo nenhum reproche, quiçá no Juízo final Deus te faça chorar de vergonha, quando recite de memória os poemas que podias ter escrito se houvesses vivido bem.
“Die Stimme der Dichter geht uns alle an. Der einzige Maßstab, nach dem das Verhalten eines Dichters zu beurteilen ist, ist seine Dichtung. Das Schlimmste, was einem Dichter geschehen kann, ist, dass er aufhört Dichter zu sein, das Aussetzen der Begabung, der höchsten Gabe der Götter, dem Gesetz Apollos“.
A voz dos poetas diz respeito a todos nós. O único parâmetro pelo qual o comportamento de um poeta deve ser julgado, é a sua poesia. O pior que pode acontecer a um poeta é ele deixar de ser poeta, é a suspensão do talento, o maior presente dos deuses, como a lei de Apolo.
O poeta tem que ser julgado pela sua poesia, é o único critério. O pior que pode passar a um poeta é que deixe de ser poeta, a súbita perda do que ao longo da história humana tem sido considerado como um dom divino, a lei de Apolo.
“Denken geht immer auf das, was unter der Oberfläche ist, oder in die Tiefe. Die Tiefe ist seine Dimension. Es aus der Tiefe in die Höhe zu heben, ist die Aufgabe der Dichtung, der Kunst.“ – Pensar sempre parte daquilo que está sob a superfície ou na profundeza. A profundeza é uma dimensão. Elevar da profundeza à altura é a tarefa da poesia, da arte.
“Nur weil ich mit Anderen sprechen kann, kann ich auch mit mir sprechen, d.h. denken.“ (Denktagebuch 1968) – Somente porque eu posso falar com os outros, posso falar comigo mesma, isto é, pensar.
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(Enquanto Hannah endemonia a sala de estar do Pasco com sua ferrenha inteligência e Pedrok pinta no mundo da Lua, na área de serviço, Nelson, por telefone, lava a roupa suja com a esposa, Dolores.)
A MORTALHA ROUBADA, parte 1
(guinhol de mistério por Zuca Sardan e Anita Borgia)
DOLORES (falando com o Nelson no telefone) – Nelson, se acabó el sicoanálisis. (…) ¡Por supuesto que no, sólo la sesión de hoy! (…) ¡Claro que hace falta que sea diario! (…) Porque mi subconsciente es más complejo que el de la gente común, ¿por quién me tomás? (…) No, el Bola Siete de ninguna manera, me niego. Mejor vuelvo en uber.
NELSON – Cuidado, Dolores… Esses sicanalistas são meio sacanas… aproveitam-se amiúde das fraquezas de suas pacientes ingênuas, e não hesitam em se imiscuir na intimidade sicanalista pra se propiciarem, além de seus honorários escorchantes, uma formidável trepada. Foi assim que Édipo comeu a própria mãe, num consultório encafuado numa caverna totêmica.
DOLORES (soltando uma baforada do cigarro na piteira) – Clásica excusa para no hacer análisis.
NELSON – Eu se fosse pruma análise iria analisar o analista. Deitar no sofá, um nabo !… de pé ou os dois sentados cara a cara. E o Doutor Froide é um sacão de Viena, conta podres e a turma masoca gosta e vem se deitar no sofá pra ouvir suas porcalhadas sacais.
DOLORES (outra baforada) – Quien habla en la sesión psicoanalítica es el analisando, no el analista.
NELSON – Claro, Dolores… O analista ztá lá na cadeira, meio escondido, fingindo profunda atenção, e deixa a analisada cascatear à vontade. Quanto mais ela cascateia, mais ela se sente melhor, mais inteligente… mais gostosa… e pagará uma fortuna pra continuar no tratamento. Os Analistas estudam Fróide e Stuart Mill. “Laisser faire. Laisser parler”… E as Peruas Finas fazem uma fila colossal na porta do consultório.
DOLORES – (fingindo que alguém está chegando) Ah, mirá, acá viene el director del periódico Braz Fanfulho… El que no te gusta porque lo envidias… ¿Cómo no? Es mucho más rico que tú y taaaaan guapo… me va a dar una carona… Ya no vengas por mí. (desliga)
NELSON (vermelho de raiva, fala um monte de palavrões para o telefone surdo. Depois, se acalmando, chama o Bola Sete) – Bola, se o Florinto aparecer, diga-lhe que não estou.
BOLA – O Florindo, Seu Nelson ?… Como é que vou segurar o Seu Florindo?… Cá pra nós, Seu Nelson, acho que Seu Florindo… é o Homem-Vapor…
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PASCO BEXIGA ANUNCIA … MULHERES SURREALISTAS !!!
Conhezza a Atraczzzão Phulminante
xarmosas belezas fatais extraordinárias artistas
salvemos da incompreensão e do esquecimento
estas damas que devotaram toda a sua vida à Arte
Projeto, biografias e críticas de Floriano Martins
contatos para encomenda ARC ed.// floriano.agulha@gmail.com
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