CARLOS CASTELO
Cronista, compositor, poeta de bancada, redator de publicidade, Carlos Castelo é autor de 14 livros. Colabora com o jornal O Estado de São Paulo, Bravo! e Brasil 247.
Aonde vais com essa esperança nos bolsos?
Já viste o entorno por onde segues em teu caminho?
O cinza ali na esquina não é poeira em teus óculos
É o pó que restou do atrito entre conchas e motores
Aonde vais com esse riso nas espaldas?
Não percebes o fim da linha no início dos trabalhos?
O ronco doido dos astros libertados pela matemática?
Estás só e não existem as soluções mágicas da TV
Não adianta procrastinar nossa sina
Somos sinos feitos de barro pestilento
E agora a conta, além de não fechar, não bate
Teu otimismo apenas revela o que todos já sabem
Diante da culpa coletiva não há réus
Há reis sem nenhum traço de majestade
Nobreza chafurdando em meio aos porcos
Um enorme nada envolvendo o todo