O pintaínho Panti

 

 

 

 

Foto: Maria do Céu Costa

MARIA ESTELA GUEDES
Membro da Associação Portuguesa de Escritores e da
Associação Portuguesa dos Críticos Literários


A Guiné-Bissau é um país que saiu de um parto difícil e desde então anda à procura da mãe, de um rumo que a retire de todas as vicissitudes políticas por que tem passado, de maneira a constituir-se como um país livre, auto-suficiente, longe da sombra que sobre ela projeta o Sahel, essa faixa sub-saariana que vai da costa atlântica às margens do Mar Vermelho, conhecida como  das mais pobres regiões do mundo.

É esta a história que reli, em termos simples e alegóricos, num livro para crianças assinado por Rosa Alice Dixe, com ilustrações de Manuel Júlio e Fernando Júlio,  O pintainho Panti. O nome do pintainho lembra outras personagens, não por razões ligadas à narrativa, sim à etimologia da palavra: como Pantagruel, o grande comilão, a personagem da história para crianças, Panti, é um apelo holístico, no seu significar “tudo”.

O conto traz bem marcada a  índole pedagógica,  sugerindo aos professores, por exemplo, que as ilustrações de uma história devem referir espaços físicos e sociais da Guiné-Bissau, e, por extensão, diria eu, de qualquer outra zona que constitua o lugar da narrativa.