O famigerado Fu Manchu

JONAS PULIDO VALENTE


O famigerado Fu Manchu,

Compreende perfeitamente Nova Iorque,

Mas Nova Iorque não o compreende,

Não tem um trabalho em que se receba gorgeta,

Os filhos acham-no um tirano por este querer que aprendam o cimbalino,

É divorciado,

Tem namoradas mas nenhuma lhe liga de volta,

Anda pelas ruas a pensar no campo,

Não come vegetais, só coisas cozinhadas em molho de ostras,

Tem pelos nas costas e não no peito,

Não aguenta o álcool nem tem outro hobby,

Tem medo de voar de avião,

Não conseguiu correr a maratona toda,

Tem amigos em todo o lado menos n lado em que está,

Ninguém pronuncia bem o seu nome,

Nem este se apercebe que é um estereótipo espelhado.

Mas Fu Manchu mastiga sempre bem antes de engolir.

Mas hoje, o Fu Manchu, andou de táxi,

Foi à empresa,

Agradeceu ao primo,

Comeu o almoço,

Foi promovido,

Espreguiçou-se enquanto bebia café,

Recebeu um barco no porto,

Ajudou uma velhinha,

E conseguiu chegar a casa a tempo do jantar.

Hoje, foi a vingança de Fu Manchu