EDUARDO AROSO
Há de tudo no catálogo.
Todo o cuidado é pouco
Para evitar o ilusório passe mágico
De querer sair fora
Da benéfica força da gravidade.
Mas cresce o encanto
Por estranha colheita
Na hipótese de um Outono trágico.
(É insólito haver na poesia
Prazo de validade?)
Inevitável é o tempo das colheitas.
Então embala-se a fruta
Em folha hermética ou cápsula
Para ser levada por uma nave
Que no Espaço ateste para sempre
A nossa (des)civilização em caso de catástrofe.
Eduardo Aroso
Junho de 2019