um rio precisa de muito fio de água
para refazer o fio antigo que o fez.
João Cabral de Melo Neto
Falo de Abril,
da torrente breve: do
rio
grande, quase nu:
revolto
galgou as margens,
inundou.
(Rebelde resiste
ainda
num riacho rouco).
Falo de Abril, de
Maio
do verão, do verão
cheio, sublevado,
vivo nas fontes
sequiosas
deste chão: deste
chão
de pé: jamais cativo.
Domingos da Mota
(de
Bolsa de
Valores e Outros Poemas)
|