Celebro multiplamente
este dia.
Pelo aniversário da
Estela, por eu poder estar presente, pela beleza
do lugar de tolerância e alquimia que é o
convento de Dominicanas onde nos encontramos,
pelo colo que este dia é, assinalado por vários
símbolos:
A cruz na parede
exterior da capela, uma cruz côncava, a lembrar
um colo, um útero ou um berço, a única cruz
capaz de me fazer reconciliar com tudo o que de
doloroso a cruz me evoca. Já aqui estivera há
uns anos, esta cruz já aqui estava, mas os meus
olhos encontravam-se, ainda, despreparados para
a ver além do olhar. A cruz antecipava já esta
assembleia aqui colocada em semi-círculo, como
um colo, um berço ou um útero.
Por isso, por ser dia de
Natal de uma Estrela, aqui trago uma passagem de
um texto de António Telmo, um iniciado ainda
antes de o ser, o filósofo do futuro, aquele que
sempre desejou e perseguiu aquilo que ele
designava como a síntese superior: a conciliação
harmónica e amorosa entre o cristianismo e o
judaísmo, na sua mais alta expressão.
É ele um dos que
melhor pensaram e escreveram sobre a palavra
enquanto lugar simbólico e sagrado. E o conceito
de
Misteriosofia.
E cito:
“[…] uma Loja não
pode nem deve funcionar como um liceu ou uma
universidade, onde um professor ou professores
transmitem um saber previamente conhecido, ao
alcance de qualquer profano dotado de um mínimo
de inteligência e suficientemente aplicado. Na
Loja estamos perante um mistério, mais do que
isso fazemos parte desse mistério. Emprego a
palavra
mistério no
seu sentido original e não na acepção que
popularmente recebeu de
insólito
e contrário ao curso natural dos fenómenos. No
seu sentido original a palavra deve ser referida
à sua raiz um,
comum a outras palavras como
Mudo, murmúrio, mito
e místico.
Ao pronunciarmos o fonema
m
fechamos os lábios. Fechamos a entrada da
caverna bucal, que é o lugar do Verbo. Escrevo
na véspera de Natal, por isso, por isso, ao
dizer o que digo, logo me ocorre a gruta onde
nasceu o Menino Deus.
Tendo em conta esta
etimologia do mistério, não é difícil ver que o
ensino aqui se faz pelo silêncio, um silêncio
que se torna significativo, no que ele tem de
mais profundo, pelas indicações subtis, por
aquilo que há de menos discursivo nos ritos e
nos símbolos. Os sinais, os toques, as letras e
os nomes são talvez o que melhor exprime o que
pretendo significar com o termo de «indicações
subtis».[…]”
In: TELMO, António.
A Aventura
Maçónica, Viagens à Volta de um Tapete
Ed. Zéfiro, 2011
Assim, como introdução a
esta celebração do Natal de Estela através da
palavra sagrada do Livro, uma forma de silêncio,
nesta gruta circular assinalada por uma cruz
maternal, eu não poderia ter encontrado melhor
texto nem melhor autor.
E assim entro no tema
que me foi proposto.
Os textos bíblicos que
aparecem nos rituais maçónicos, os quais, começo
por informar, estão disponíveis em livrarias
especializadas ou em secções especializadas de
livrarias, ou na Internet, pelo que poderão
confirmar tudo o que aqui afirmo, são, na sua
maioria, os do Antigo Testamento, mas não só.
Pela sua extraordinária
simbologia, a Bíblia presta-se a exercícios de
reflexão e estímulo no rituais iniciáticos, como
é o caso do maçónico.
Este facto vem repor
ordem e verdade naquilo que por vezes se diz
acerca de uma pretensa hostilidade entre a
Maçonaria e Religião, que não é de todo verdade.
A prová-lo, muitos homens da hierarquia da
Igreja, nomeadamente bispos e cardeais que
pertenceram e pertencem à Maçonaria, assim como
muitos cristãos e judeus dela fazem parte. É um
problema que a alguns interessa alimentar, mas
que não é real.
A Maçonaria não é hostil
a nenhuma religião, pelo contrário, a todas
abarca, e até agnósticos e ateus aí podem, em
algumas lojas, ter lugar. O que acontece com
frequência. No rito francês é muito frequente
encontrar maçons ateus e agnósticos em franca
maioria. Juntamente com crentes. E todos se
aceitam e respeitam.
Há Lojas e/ou
Odediências onde, para ingressar, é preciso
verbalizar uma crença em alguma entidade
transcendente, seja ela qual for,
independentemente de qualquer religião, mas em
outras nem isso é necessário. E lá dentro é
possível encontrar lado a lado, trabalhando
simbolicamente em conjunto, ateus, agnósticos,
cristãos, judeus e crentes de outras religiões.
Centrar-me-ei sobretudo
em alguns ritos maçónicos, em particular no
Escocês Antigo e Aceite.
A simbologia bíblica
está presente de diversas formas:
Com: A- símbolos,
desenhos, objectos: B-através da presença dos
próprios textos bíblicos no ritual; C- em
palavras bíblicas usadas como palavras-passe ou
palavras sagradas; D- em alusões ou gestos
A-
Sob a forma de símbolos,
desenhos, objectos
1 . A presença do livro sagrado no altar.
Em muitas lojas, não em
todas, a Bíblia está presente. Não está lá
enquanto livro de uma, duas ou três religiões (e
aqui refiro-me às designadas três religiões do
Livro: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo,
mas enquanto símbolo do texto sagrado.
Normalmente aberta no primeiro capítulo do
Evangelho de S. João, nomeadamente em lojas do
Rito Rectificado e no Martinismo.
Em algumas lojas
maçónicas o livro pode ser a Torah, o Alcorão,
os Vedas, o Tao Te King, ou vários. Outras optam
pela presença de um livro branco.
É natural que aquele
texto sobre a luz (como vamos ver) esteja no
altar, onde também é colocada a luz (uma
lamparina) a partir da qual todas as luzes do
templo serão acesas.
Uma parte dos versículos
da passagem que se segue (6-8) é lida no ritual
de S. João de Verão, pelo Orador:
INÍCIO DO
EVANGELHO DE JOÃO
(1 No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.
2 Ele estava no
princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram
feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez.
4 Nele estava a vida, e
a vida era a luz dos homens.
5 E a luz resplandece
nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem enviado
de Deus, cujo nome era João.
7 Este veio para
testemunho, para que testemunhasse da luz, para
que todos cressem por ele.
8 Não era ele a luz, mas
para que testemunhasse da luz.
9 Ali estava a luz
verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem
ao mundo.
10 Estava no mundo, e o
mundo foi feito por ele, e o mundo não o
conheceu.)
O quinto versículo deste
poema simbólico, pois assim o leio, contém a
afirmação:
“a luz resplandece nas
trevas”, o que é muito próximo do que o Orador,
um dos oficiais de uma Loja Maçónica e um dos
três oficiais que estão no Oriente, verbaliza no
final da sessão de trabalhos na Maçonaria:
“A luz resplandece mesmo
na obscuridade mais profunda”
2. À entrada do templo
maçónico existem duas colunas, Jaquin e Boaz. À
semelhança do templo de Salomão, na Bíblia
descrito.
Há quem relacione
“Jaquin” com estabilidade e “Boaz” com poder, o
que faz sentido, sendo as colunas que sustentam
a entrada.
A propósito, cito, do
Livro dos Reis
7, e chamo a
atenção para o rigor da descrição:
“1 Salomão levou treze
anos a terminar a construção do seu palácio.
[…]
10 Os fundamentos eram
também feitos de pedras escolhidas de grande
dimensão, pedras de dez e de oito côvados.
11 Por cima havia ainda
pedras escolhidas, talhadas sob medida, e traves
de cedro.
12 O muro, que cercava o
grande pátio, tinha três ordens de pedras
talhadas e uma fileira de vigas de cedro, assim
como no pátio interior do templo do Senhor e no
pórtico do palácio.
13 O rei Salomão mandara
vir de Tiro um homem que trabalhava em bronze,
Hirão,
14 filho de uma viúva da
tribo de Neftali, cujo pai era de Tiro. Hirão
era talentoso, cheio de inteligência e
habilidade para fazer toda espécie de trabalhos
em bronze. Apresentou-se ao rei Salomão e
executou todos os seus trabalhos.
15 Fez duas colunas de
bronze: a primeira tinha dezoito côvados de
altura; a sua periferia media-se com um fio de
doze côvados. Tinham quatro dedos de espessura e
eram ocas. A segunda coluna era semelhante a
esta.
16 Fundiu dois capitéis
para pô-los no alto das colunas; ambos tinham
cinco côvados de altura,
17 e eram ornados de
redes de malhas e grinaldas em forma de cadeias;
havia sete grinaldas para cada capitel.
18 Dispôs em círculo ao
redor de cada uma das malhas duas fileiras de
romãs, para ornar cada um dos capitéis que
cobriam as colunas.
19 Os capitéis sobre as
colunas no pórtico tinham a forma de lírios, com
quatro côvados de altura.
20 Os capitéis colocados
sobre as duas colunas elevavam-se acima da parte
mais grossa da coluna, além da rede; em volta
dos dois capitéis, havia duzentas romãs
dispostas em círculo.
21 Hirão levantou as
colunas no pórtico do templo; a coluna direita,
que chamou Jaquin, e a esquerda, que chamou
Boaz.
22 Por cima das colunas
pôs um trabalho em forma de lírio. E assim foi
acabada a obra das colunas.)”
Assim são, também, as
colunas do templo maçónico, em cima coroadas por
lírios e romãs.
Esta extensa descrição
arquitectónica pormenorizadíssima, como um
engenheiro a faria, faz-nos pensar em várias
possibilidades. Para que não esqueçamos como se
faz um templo? Ou para termos presente que os
pormenores não são detalhes? Ou então, que os
detalhes não são pormenores? Ou porque tudo é
símbolo, e não é igual, do ponto de vista das
repercussões cósmicas, um templo ter duas
colunas com dezoito côvados de altura e a sua
periferia medir-se com um fio de doze côvados,
ou as medidas serem outras… Que as formas, as
quantidades e as medidas da matemática e da
geometria não são aleatórias, mas de natureza
essencial e de repercussões dramáticas ao nível
do Universo?
Não é ao acaso que cada
maçon ocupa um determinado lugar no Templo,
consoante o seu grau e função. A Loja é um
templo, e na construção dos edifícios não é
indiferente o lugar onde cada pedra é colocada.
Cada maçon é uma pedra sobre a qual se ergue o
templo. Dos alicerces que todos representam, e
da sua qualidade, depende a qualidade da
estrutura, que deve honrar o seu construtor, o
Grande Arquitecto.
Vejamos o rigor na
descrição das medidas de um templo maçónico:
“A sala deve ser um
duplo quadrado a Ocidente com um Oriente
semi-circular e deve ter pelo menos dois terços
a mais no sentido do comprimento do que no da
largura. A extremidade do fundo está mais
elevada que a restante parte do Templo: é o
Oriente, para o qual se sobe transpondo-o com
três passos ou degraus. Entra-se no Templo pelo
ocidente. “
B-
A presença de textos no
ritual
. Lendas simbólicas
Como é o caso da lenda
de Hiram, o construtor do templo de Salomão,
acima referido:
O nome Hiram Abiff,
figura altamente simbólica no ritual
maçónico, não consta na Bíblia,
mas existem referências a pessoas chamadas
Hiram, que são:
Hiram,
rei de Tiro,
referido em II
Samuel 5:11 e
em I
Reis 5:15-32 por
ter enviado material de construção e um homem
para a construção do templo
original de Jerusalém.
Em I
Reis 7:13–14,
Hiram é descrito como um homem de Tiro que
trabalhava em bronze, filho de uma viúva da
tribo de
Neftali .
Quanto à
lenda de Hiram Abiff
, o nome é de origem hebraica, embora os dois
Hiram referidos na Bíblia proviessem
do Líbano.
Temos Hiram ou Hirão rei de Tiro e Hiram Abiff,
o artífice que esse Rei enviara a Salomão para o
embelezamento do Grande Templo.
Como vimos, o relato
bíblico tece louvores à habilidade profissional
de Hiram: “era talentoso, cheio de inteligência
e habilidade para fazer toda espécie de
trabalhos em bronze.”
Contudo, por ocasião da
consagração do Templo, não é mencionado.
Talvez por isso,
devido ao apagamento em torno dessa personagem,
se tenha criado, no universo maçónico, a Lenda
de Hiram Abiff, que assim assume um valor
simbólico ainda mais acentuado e o dá como tendo
sido assassinado por três maus companheiros.
Hiram, o arquiteto, existiu; a história dos
Hebreus refere-o; na lenda foi assassinado por
três companheiros, porque ele era o único que
sabia decifrar as escrituras do templo de
Salomão, pelo que era alvo de inveja.
A propósito disto,
mas sem grandes interpretações, recordo que é a
palavra “inveja” aquela que encerra a nossa
grande Bíblia épico-lírica chamada
Os Lusíadas.
Segundo a etimologia,
a palavra inveja, formada pelos étimos latinos
in
(dentro de) e
videre
(olhar), aponta para um olhar penetrante, um
olhar que se insinua no outro, algo que adquire
uma má conotação. Uma outra interpretação
vê no prefixo
in o seu outro
significado de negação, e assim entende a
inveja como um olhar pela negativa, aquele que
ao invés de incluir, exclui, a inveja é o
sentimento daquele que não vê, aquele que não
consegue aceitar sem desconforto, a diferenças
entre ele e o outro, que vê as qualidades
alheias como exclusivas do outro, que não
consegue vê-las em si e as considera fora do seu
alcance, com o sofrimento que isso traduz.
Em termos de
auto-conhecimento das insondáveis sombra da
alma, esta lenda tem potencialidades iniciáticas
profundas, daí a sua inclusão no ritual do Rito
Escocês Antigo
e Aceite da Maçonaria, que contempla Hiram
Abiff, ao qual é associada uma simbologia
esotérica que a liturgia iniciática maçónica
inclui.
O simbolismo da palavra
Abiff aumenta se tivermos em conta que se trata
de uma palavra composta pelas iniciais extraídas
de outras quatro palavras que também são letras:
Aleph, Beth, Iod e Vav, todas hebraicas.
Significa "pai". É também, um título de
reverência. O Rei de Tiro ao referir-se ao seu
artífice chama-lhe "meu pai Hiram". No Livro de
Crônicas, é chamado "Seu Pai, Hiram Abiff". O
apelido resulta como título de honra a Hiram, o
pai da construção do Grande Templo.
C-
Sob a forma de palavras
passe ou palavras sagradas.
É o caso da palavra
Shibboleth, no ritual maçónico sendo uma palavra
ritualística de valor muito importante, uma
palavra passe, já se vai perceber porquê:
No Antigo
Testamento,
em Juízes 12: 1-15, está escrito que esta
palavra foi usada para distinguir entre duas
tribos semitas,
os gileaditas e
os efraimitas,
que se encontravam em luta. Os gileaditas,
vencedores, bloquearam todas as passagens para
o Rio
Jordão a
fim de evitar que os efraimitas fugissem. Os
guardas exigiam que todos os que ali passassem
pronunciassem a palavra "shibboleth", mas como
os efraimitas não tinham o fonema /x/ no seu
dialeto, só conseguiam pronunciar "sibboleth",
utilizando o fonema /si/ na primeira sílaba,
sendo assim reconhecidos e executados.
NA BÍBLIA:
Juízes 12
“…Depois os homens de
Gileade tomaram de Efraim as passagens do
Jordão, de maneira que, quando um fugitivo de
Efraim solicitava: “Deixa-me passar!” Os
gileaditas perguntavam-lhe: “És eframita?” Se
declarava: “Não”, ordenavam-lhe: “Então
diz: Shibolet”. Se a pessoa dissesse “Sibolet”,
sem conseguir pronunciar corretamente a palavra,
prendiam essa pessoa e matavam-na no lugar de
passagem do Jordão. Quarenta e dois mil
efraimitas foram mortos naquela época. Jefté
comandou o povo de Israel durante seis anos.
Então Jefté, o gileadita, morreu e foi sepultado
na sua cidade natal, nas terras de Gileade. »
Igualmente, mas sem
perigo de morte, um dos graus da maçonaria tem
como palavra-passe a expressão “Shibbolet”. Sem
ela não é permitida, nesse grau, a entrada no
Templo.
D-
Sob a forma de alusões ou
gestos:
. Por exemplo, a alusão
ao facto de as lojas maçónica serem normalmente
designadas como lojas de S. João, o patrono da
maçonaria. Que há quem considere que são os
dois; o Baptista e o Evangelista,
respectivamente celebrados pelos maçons por
ocasião dos solstícios de Verão e de Inverno.
Entre os antepassados da
maçonaria, na Europa, era também normal
escolher-se um santo protetor para cada
corporação de ofício. Resultou assim, que os
dois santos, São João Batista e São João
Evangelista tenham sido eleitos como os
padroeiros das associações de pedreiros e
construtores das catedrais, que sustentam uma
parte da história da maçonaria.
Filho do sacerdote
Zacarias e Isabel (Elizabete), prima de Maria,
mãe de Jesus, João Baptista foi considerado
profeta e tido pelos cristãos como o precursor
do prometido Messias (ou Cristo). Baptizou Jesus
"o Cristo" bem como muitos outros, e introduziu
o baptismo de gentios nos rituais de conversão
judaicos, que mais tarde foram adaptados pelo
cristianismo e que encontramos também na
maçonaria pelo valor simbólico que se dá à água
enquanto elemento ritualístico. São João Batista
é o precursor da Luz e com a prática da
purificação, pela água, é considerado o profeta
das iniciações. Uma organização iniciática como
é a maçonaria não poderia ignorar este grande
Iniciador do Jordão.
. Como é a já referida
alusão ao facto de o templo maçónico pretender
ser uma réplica simbólica do Templo de Salomão,
edifício construído por este rei de Israel para
a Glória de YAHWE.
. O facto de os
juramentos serem prestados com a mão sobre o
Livro, que frequentemente é a Bíblia.
. A comunhão: por
ocasião de um dos solstícios e nos ágapes
rituais, existe a partilha do pão e do vinho.
Na Eucaristia;
“ Lucas
22:19-20
Tomando o pão e tendo
dado graças, partiu-o e deu-o aos discípulos,
dizendo: Este é o meu corpo que é dado por
vós; fazei isto em memória de mim.
Depois da
ceia tomou do mesmo modo o cálice, dizendo: Este
cálice é a nova aliança em meu sangue, que é
derramado por vós.”
No Banquete de Ordem
Maçónico:
“Que este gesto seja o
símbolo da partilha do alimento do corpo e do
espírito”
O Venerável parte um pão
em dois, toma um bocado e reparte o resto à sua
direita e à sua esquerda. Depois bebe da
sua taça, imitado por todos os convivas, após
ter dito:
“Que este vinho aqueça o
nosso corpo e conforte em nós o amor fraternal”.
Uma outra alusão surge
no ritual de S. João de Verão, ou Evangelista,
onde perante a pergunta:
“ Porque escolheram os
Franco-maçons S. João Baptista como seu
patrono?”, um oficial responde: “Porque ele
consagrou a sua vida à tarefa de abrir os olhos
dos seus contemporâneos para a LUZ que brilha na
trevas e permaneceu fiel a essa missão até à sua
morte.”
A luz é a da liberdade,
a expressão superior do Amor, a libertação
individual, não com um foco egoísta, mas
fraterno, o mais alto ideal de liberdade, isto
é, a liberdade para todos, a conduzir a ideia de
igualdade e fraternidade. Que, afinal, atravessa
toda a Bíblia, desde a preocupação com a
justiça, uma forma de igualdade, no Antigo
Testamento, ao alto ideal do Amor fraterno,
compassivo e incondicional que a presença de
Cristo imprime ao segundo. Para a total
libertação da Humanidade, num Império que alguns
apelidam de Espírito Santo.
Risoleta Pinto Pedro, 21
de Maio de 2016
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