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Eles arrumam os Poetas em
caixas de sapatos
eles fabricam a peçonha dos
dias sem Sol
eles pegam numa criança e
submetem-na à escola
eles envenenam a música das
corolas e das flores
eles põem etiquetas nos
cabelos dos Poetas
eles só sonham com a fama e
com pacotes de mil escudos
eles fazem revoluções com o
sangue dos soldados
eles cospem todos os dias na
face dos cristãos
eles pegam num homem e fazem
dele uma máquina
eles dizem que a Anarkia é
uma coisa de malucos
eles batem nos seus filhos
com negros cinturões
eles hipnotizam as pessoas
com a rádio e a televisão
eles compram a nossa fé com
notas de mil escudos
eles compram porcos pregos e
nas nossas mãos os cravam
eles assinam e eles vendem
contra a Paz eles não se lavam.
Lisboa, 14/
03/ 1988
SIC ITUR AD ASTRA
PAULO JORGE BRITO E ABREU |
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(in «HORA
IMEDIATA ( HORA EXTREMA )», livro colectivo, Edições Átrio, Lisboa,
1989) |
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PAULO JORGE BRITO E ABREU
Paulo Jorge Brito e Abreu nasceu em Lisboa, Portugal, a 27 de Maio de
1960. Licenciou-se, em 1986, em Estudos Anglo-Portugueses, pela
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
É Poeta, pensador, ensaísta, conferencista, crítico literário, cantor e
psicodramatista; encetou, em 2007, uma carreira de Pintor. Desde 1999, é
Sócio Correspondente da Academia Carioca de Letras; no ano 2000, a União
Brasileira de Escritores atribuiu-lhe, em parabém, a Medalha Peregrino
Júnior de Intercâmbio Cultural. Por o seu contributo para a Cultura
Portuguesa, foi agraciado, em 2006, com uma medalha, pela Escola
Secundária D. Diniz. E por meados, primaveris, dos anos 60, sua Mãe,
Maria Amélia, ensinou-o, correctamente, a ler, a escrever e a contar…
CONTACTO: paulobritoeabreu@yahoo.com.br |