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As imagens alinham-se . Os pórticos da vista,
oblíquos. A esposa lava o sexo.
O esposo olha - a. Traz na testa a cavilha nupcial,
ao alto.
A luz é uma fabulosa cegueira que desliza pela
ramada das mãos.
Ó grande luz! Ó luz antiga!
No quarto, ao lado, a criança dorme o sonho
arcaico. A maneira como sonha
acorda o punho do íman, dentro, no mel.
Pendurado nas veias dos deuses, o vidente acena e
ri.
Os segredos da terra estalam - lhe, na boca,
nocturnos,
são vasos comunicantes nas harpas.
Um jardim nos limites. A confissão do mar. A
música que implode na soberba coluna dos astros.
E velhos galeões rompem as pedreiras da alma. A
clepsidra da infância
explode no peito do deus . Ah... !
É então que os marinheiros mortos sobem à terra e
invadem as ruas.
O enxofre dos seus cânticos purifica o sangue . O
jarro do mistério
repousa na sombra da porta, junto à mulher. |