Para
o Augusto de Campos
neste decurso de tempo que se mantém a compasso
um outro espaço invento, mas que nem sempre enlaço
que respira no pensamento e num suspiro repasso
que sacudo no instante, em momentos que ameaço.
em toda a razão que sustento perspectivo o embaraço
na separação que intento, causo o soltar do estilhaço
retomo o conceito do sopro, reponho no ar o cansaço
de fazer, do não ter, e de querer ser num só traço.
no limite, o proceder, o sedimento que
amordaço
o fazer tudo valer, num sentido que trespasso
a frustração do ter que ser no desmembramento do aço
que sem senso e contra o vento se encerra no regaço.
do tanto que em vão perco, de tudo o que não faço
na recusa em ficar parado nem que seja um pedaço
na precisão do que tenho, que é sempre tão escasso
e por muito que não queira, destruo a cada passo.
desesperar o que penso que pressupõe o fracasso
no momento olhar o laço que me consome e desfaço
resultando num percalço, a derrota que estéril abraço
tornando o espaçotempo no sentimento que retraço. |