Escrevo depois da morte concêntrica
na fusão afundada da linha do horizonte
ouço o sangue vivo através dos subterrâneos
debaixo dos pés até à caverna dos dentes
cerrou-se a terra e os lábios estelares abriram
agora na voz escrita rubra sombra das palavras
ninguém pode cobrir-se de névoa ou frio
tão-pouco o grito das sementes galácticas
encontrará no mármore o oráculo do sonho
volátil a agonia vê a vulva na ostra de bronze
câmaras fumegantes os mísseis arrefeciam
em cicuta estelar pelo cerne curvo da carne
espargiam ossos plasmáticos e o ar ligava
o céu ultravioleta à boca do instante
ogivas nucleares dessoldavam serpentes
e os áugures mostrando a pele lancinante
imolavam no patíbulo de um zeus cativo
maxilas pleuras palatos e lenhos eram levados
para o fundo das águas pela via láctea
pendular espasmo despenhado da manhã
sentíamos que uma orla caída do espaço
abrigava o púnico pano radial das bandeiras
memória inominável alguém ia dizendo
não te deixes morrer na luz dos meus olhos
mãos consteladas a árvore do fundo não ardia
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