Colecção de répteis e anfíbios de Portugal
do Museu Bocage anterior a 1915

SERPENTES 

Coluber hippocrepis (Linnaeus, 1758)

1892. Ferreira. Havia 8 exemplares de Periops hyppocrepis: a) Vouzella (L. e Lemos); b) Camarate; c), d) Lisboa (Capello); e) Almada (F. da Fonseca); f) Algarve (Mengo); g) Belem (M. de Sousa).

1895a. Ferreira. Isaac Newton envia Zamenys hypporcrepis de Marco de Canavezes, Vimeiro e Vila Nova de Gaia.

1915. CGRA: Com os nomes de Periops e Zamenis hippocrepis, havia uns 15 exemplares, boa parte de I. Newton.

1972. Crespo. Dos 21 exemplares em colecção, 1 de Vila Nova de Gaia, 1894; 1 de Cascais, 1879; 4 de Ervedosa (Douro), localidade considerada indeterminada, 1896. Entre os que não têm data: 1 de Lisboa, 1 de Almada, 1 do Algarve(?).

Obs.: Nada bate certo, excepto o que está a negrito.

1975. Crespo. Colheitas em em Freixo de Espada-à-Cinta, Queluz. Ajuda. Carnaxide, Sintra, camarate, Estádio nacional, Monte Estoril. Nada ainda no Marco de Canavezes nem Vimeiro.

   

Coronella austriaca austriaca Laurenti, 1768

1892. Ferreira. “É possivel a existencia de C. austriaca, Laur. (C. laevis, D.B.) no nosso paiz; os srs. Gadow e Rawes denunciaram a sua presença, o primeiro no Alemtejo e o segundo no Minho. Só encontrámos dois exemplares d’esta especie nos depositos do Museu, sem indicação de localidade, sendo comtudo provavel que viessem de Hespanha devidos ao obsequio do distinctissimo herpetologista D. Ed. Boscá.”

1915. CGRA. Só 1 exemplar, "Portugal? ou Espanha?", sem mais nada.

1972. Crespo. O único exemplar nas colecções era da Serra do Gerês, 1909.

1975. Crespo. Colheitas no Gerês e Serra da Estrela. 

 

Coronella girondica (Daudin, 1803)

1892. Ferreira. Havia 4 exemplares de Coronella girundica: a) Serra d’Alfragide (Martins); b) Serra de Ficalho (Daveau); c) Canha Pegões (A. Girard); d) Cintra.

1895a. Ferreira. Isaac Newton envia Coronella girundica de Villa Nova de Gaya, Marco de Canavezes e Vimieiro. Padre Brenha dos arredores de Chaves.

1915. CGRA: Veja CGRA (687, 690, 1129, 1131, 1139 e 1269), 7 exemplares, quatro com localidade: Marco de Canavezes, I Newton; arredores de Braga, Padre Brenha, o ilustre descobridor de escrita na Lusitânia em era pré-histórica, amigo de I. Newton; Porto, por A. Tait; e Caramulo, por Lima e Lemos.

1972. Crespo. Dos 10 exemplares em colecção, 1 da Serra de Monsanto (Lisboa), 1904. Entre os que não têm data: 1 de Sintra, 1 da Serra de Alfragide, 1 da Serra de Ficalho.

Obs.: Crespo e Ferreira não conhecem os de Porto e Serra do Caramulo. A Crespo faltam também os de Canha, e os de Newton e Padre Brenha. A localidade Vimieiro é considerada indeterminada. Provável error typographicus, pois excepcionalmente Newton foi ao Vimeiro e a Marco de Canaveses.

1975. Crespo. Colheitas na Serra de Castro laboreiro, em Mafra, Mora e Castelo de Vide. Nada ainda em Chaves nem em Vila Nova de Gaia.

 

Elaphe scalaris (Schinz, 1822)

1892. Ferreira. Havia 5 exemplares de Rhinechis scalaris: a) Alfeite (J. A. de Soasa, sic); b) Alfeite (J. A. de Sousa); c), d), e) Coimbra (Roza de Carvalho, dr. Paulino d’Oliveira).

1895a. Ferreira. Isaac Newton envia Rhinechis scalaris do Rio Douro. 

1915. CGRA: Com os nome de Rinechis e Coluber scalaris havia uns seis exemplares, do Porto, Alvoco da Serra, Santo Tirso e Coimbra, e outros sem indicação de localidade.

1972. Crespo. Dos 19 exemplares em colecção, nenhum é anterior a 1915. Entre os que não têm data: 2 de Coimbra.  

Obs.: Os de Newton são atribuídos nas referências a localidade indeterminada.

1975. Crespo. Colheitas desde Trás-os-Montes ao Algarve, mas nada ainda no Porto nem Coimbra.

 

Macroprotodon cucullatus (Geoffroy, 1827)

1892. Ferreira. Havia 3 exemplares de Coronella cucullata: a) Setubal; b) Arredores de Beja (A. Girard); c) Serra do Algarve (M. de Sousa).

1915. CGRA.

1156 

Corunella cucullata

Algarve

?

Judice dos Santos

1972. Crespo. Dos 5 exemplares em colecção, nenhum é anterior a 1915. Entre os que não têm data: 1 indivíduo de Beja e outro da Serra do Algarve, localidade indeterminada. Faltavam os de Setúbal e Algarve.

1975. Crespo. Colheitas no Alto Alentejo - Nisa, Portalegre e Mora. Nada ainda em Setúbal, Beja e serras do Algarve.


Malpolon monspessulanus monspessulanus (Hermann, 1826)

1892. Ferreira. Havia 16 exemplares de Caelopeltis lacertina e var. b e c Schr.: a) Arco de Baulhe (F. C. da Costa); b) Porto (Silva e Castro); c), d), Coimbra (Rosa de Carvalho); e) Coruche; f) (s/l, Rosa de Carvalho); g), h) Tapada de Mafra (El-Rei D. Luiz I); i), o), p) Alfeite (J. A. de Sousa); j) Arredores de Lisboa (Barboza du Bocage); k) Algeruz (Palmella, E. Araujo); l), m) Coimbra (sr. Paulino d’Oliveira, Rosa de Carvalho); n) Cintra.

1895a. Ferreira. Padre Brenha envia Caelopeltis lacertina dos arredores de Chaves.

1895c. Ferreira. Moller envia Caelopeltis lacertina de Coimbra.

1915. CGRA. Vários exemplares, com etiqueta mais ou menos destruída, alguns do Alfeite, o reptiliário nacional, outros de Chaves, Porto e Coimbra (Coelopeltis e Coluber lacertina insignantis ou monspessulanus). 

 Obs.: Bocage (1863) citou Coluber insignitus (=Malpolon monspessulanus) var. Neumayeri para os arredores de Lisboa.

1972. Crespo. Dos 46 exemplares em colecção, 2 de Ancora (Caminha), 1910; 1 da Serra do Gerês, 1909; 1 de Alfeite (Almada), 1893. Entre os que não têm data: 7 de Coimbra, 1 de Alfeite, 1 de Lisboa, 1 de Sintra, 1 de Mafra, 1 de Algueruz (Palmela).

Obs.: Faltavam 2 de Alfeite e os do Arco do Baúlhe, Porto, Coruche e do Padre Brenha.

1975. Crespo. Colheitas desde o Minho ao Algarve, mas nada ainda no Porto nem Coimbra. 

 

Natrix maura (Linnaus, 1758)

1892. Ferreira. Havia 11 exemplares de Tropidonotus viperinus e variedades, incluída a incesta (incerta): a) Fataunços (Vouzella, A. Guimarães); b) Coimbra (Roza de Carvalho); c) Bellas (May Figueira); d) Serra da Estrella (prof. Mattozo dos Santos e Batalha Reis); e) Queluz (J.A. de Sousa); f) Coruche; g) Coimbra; h) var. incesta Fatio, Figueira (A.P. Guimarães); i) Alfeite (J.A. de Sousa); j), k), Coimbra (dr. Paulino d’Oliveira); l) Serra do Algarve (M. de Sousa), 1886.

1895a. Ferreira. Isaac Newton envia Tropidonotus viperinus de Gulpilhares, Villa Nova de Gaya. Padre Brenha, dos arredores de Chaves.

1895c. Ferreira. Moller envia Tropidonotus viperinus var. bilineata de Coimbra.

1915. CGRA: Uns 22 exemplatres de Tropidonotus viperinus, com etiquetas nem sempre íntegras, do Porto, arredores de Chaves, Coimbra, Matosinhos, Santo Tirso, Algarve, etc..

1972. Crespo. Dos 138 exemplares em colecção, 4 da Serra do Gerês, 1909; 1 de Coimbra, 1865; 1 de Portugal e 2 de Ervedosa (Douro, 1896), localidades consideradas indeterminadas, 1896. Entre os que não têm data: 1 da Serra da Estrela, 1 de Coimbra, 1 da Figueira da Foz, 1 de Queluz, 1 de Alfeite, 1 de Coruche.

Obs.: Faltavam os de Fataunços, Belas, 2 de Coimbra, de Moller e/ou Paulino de Oliveira, e o da Serra do Algarve. Também faltavam os de Newton e Padre Brenha. Ferreira (1897) não conhecia os de Ervedosa do Douro. A Ferreira e Crespo faltam os de Porto, Camarate, Sto Tirso, Cruz Quebrada, Mogofores, Caparica, Portalegre, Viana do Castelo e Matosinhos.

1975. Crespo. Colheitas desde o Minho ao Baixo Alentejo, mas nada ainda no Porto nem Coimbra.

 

Natrix natrix astreptophora (Linnaeus, 1758)

1892. Ferreira. Havia 7 exemplares de Tropidonotus natrix: a) Santo Thyrso (A.R.P. Guimarães); b) Figueira (A.R.P. Guimarães); c) Coimbra (Rosa de Carvalho); d) Coimbra (dr. Paulino de Oliveira); e) Porto (Macedo); f) Bellas (dr. May Figueira); g) Serra do Caramulo (L. e Lemos).

1895a. Ferreira. Isaac Newton envia Tropidonotus natrix de Villa Nova de Gaya e Cortegaça (Esmoriz).

1915. CGRA: Mais de 12 exemplares, dos locais onde é hábito haver grande diversidade de répteis e anfíbios: Porto, Cortegaça, arredores de Chaves, Sintra, etc..

1972. Crespo. Dos 20 exemplares em colecção, 3 de Vila Nova de Gaia, 1894. Entre os que não têm data: 1 de Chaves, 1 do Porto, 1 do Alvoco da Serra (Serra da Estrela), 1 da Serra do Caramulo, 1 de Coimbra, 1 da Figueira da Foz (localidade considerada indeterminada nas referências) e 1 de Belas.

Obs.: Faltava 1 de Coimbra, os de Newton de Cortegaça e o de Santo Tirso.

1975. Crespo. Colheitas desde o Minho ao Alto Alentejo, mas nada ainda no Porto nem Coimbra.

 

Vipera (berus) seoanei (Lataste, 1879)

1892. Ferreira. Acerca de Pelias berus: “D’ella não possue o Museu exemplares da Peninsula hispanica que não sejam do paiz vizinho”.

1895a. Ferreira. Fala da V. berus mas não tem exemplares e não está seguro da sua existência em Portugal.

1895c. Ferreira. Moller ofereceu um exemplar da Vipera berus nigra, de que Ferreira fala bastante na introdução, mas que não cataloga, para não ter de indicar localidade.

1897. Ferreira. Moller envia mais um exemplar da víbora negra, da mesma localidade do anterior: Serra do Suajo.

1915. CGRA. Nada, excepto 1 exemplar de Vipera berus Seoanei do paíz vizinho, enviado por Seoane em 1895.

1972. Crespo. Só 2 exemplares na colecção, o da Serra do Soajo, 1896. O outro de Melgaço, s/d.

Obs.: Falta o enviado por Moller em 1895.

 

Vipera latastei latastei (Boscá, 1898)

1892. Ferreira. Havia 8 exemplares de Vipera ammodytes: a) Cintra; b) Mafra (El-Rei D. Luiz I); c) Cintra (prof. Barboza du Bocage); d) Marinha Grande (Mello Gouveia); e) Serra da Estrella (Monteiro de Brito); f) Porto (Silva e Castro); g) Borba (Rodrigues Blanco); h) Gerez (D. Sophia da Silva).

1895a. Ferreira. Tem dúvidas quanto à presença de V. ammodytes em Portugal. Lima e Lemos envia Vipera Latastei da Serra do Caramulo (var. nova). Padre Brenha dos arredores de Chaves.

1915. CGRA: Uns cinco exemplares, do Porto, Vila Real de Santo António, Braga, Caramulo e Beira Alta.

1972. Crespo. Dos 14 exemplares em colecção, 2 da Serra do Gerês, 1909; 1 de Alcochete, 1906; 1 da Charneca do Infantado (Alcochete), 1909. Entre os que não têm data: 1 do Caramulo, o de El-Rei D. Luís, Mafra; e o da Marinha Grande.

Obs.: Faltam em especial as víboras da D. Sophia e as do Padre Brenha. E também os exemplares de Sintra, Serra da Estrela e Borba.

1975. Crespo. Colheitas em Bragança, nada ainda no Porto.