DINOSSÁURIOS: HERBÍVOROS E CARNÍVOROS O termo Dinosauria foi criado em 1841 pelo inglês Richard Owen, para designar um conjunto de animais já extintos que incluiu, desde sempre, herbívoros e carnívoros. Os elementos que os uniam, na visão dos seus descobridores da primeira metade do século XIX, eram, por um lado, as suas características, então descritas como reptilianas, e, por outro, a corpulência gigantesca deduzida a partir dos fósseis conhecidos nessa altura. Estas duas características ditaram-lhes o nome por que são conhecidos, a partir do grego deinós, medonho, terrível, e sauros, lagarto ou réptil.
Os saurópodes incluem grandes herbívoros, quadrúpedes de pescoço e cauda longos. Os terópodes são carnívoros bípedes de dimensões variáveis, entre os do tamanho de uma galinha (Compsognathus) e os enormes como Tyrannosaurus rex ou Giganotosaurus carolinii. Apresentam, em geral, ossos ocos com paredes finas, dentes afiados e curvos como uma foice, apropriados para rasgar carne, bem como modificações na estrutura das mãos e pés que os caracterizam: dedos com garras nas mãos e pés, sendo estes tridáctilos. Outro exemplo de terópode é Allosaurus fragilis, que foi um dos maiores dinossáurios carnívoros do Jurássico superior americano e, recentemente, também encontrado em Portugal. A presença simultânea desta espécie nos continentes americano e europeu, durante o Jurássico superior, constitui prova conclusiva de que, nessa altura, ainda existia continuidade entre estas duas massas continentais. Os Ornithischia constituem um outro grupo de herbívoros com enorme variedade morfológica e de corpulência. São exemplos de ornitísquios: os ornitópodes como os hadrossaurídeos, mais conhecidos por dinossáurios bico-de-pato, e os iguanodontídeos (entre os quais o género Iguanodon, do Cretácico inferior da Bélgica, de Inglaterra, da Mongólia e de Portugal - uma das primeiras espécies de dinossáurio a serem descobertas cientificamente e que contribuiu para a criação do nome Dinosauria); os ceratopsídeos ou dinossáurios com cornos, que todos conhecemos, como, Triceratops , e os que têm corpos cobertos por espinhos, espigões e/ou placas ósseas, como sejam os estegossaurídeos (Stegosaurus) e os anquilossaurídeos (Euoplocephalus). Curiosamente, e apesar da etimologia do termo "Ornithischia" referir a respectiva cintura pélvica de tipo aviano, as aves estão evolutivamente mais próximas dos Saurischia do que dos Ornithischia, nomeadamente de um grupo particular de terópodes, próximos dos dromeossaurídeos, com cintura pélvica “reptiliana”.
O sucesso evolutivo dos dinossáurios prende-se com o aparecimento de várias especializações do aparelho locomotor, bem como pela ocupação de inúmeros nichos ecológicos deixados vazios por anteriores grupos de vertebrados terrestres que se extinguiram no final do Triásico. Por outro lado, a fragmentação da Pangea proporcionou novos ambientes favoráveis ao desenvolvimento dos organismos. Assim, no início do Jurássico, os prossaurópodes continuaram presentes nas faunas, com formas de grande corpulência, a que se seguiram os saurópodes que, no Jurássico médio, já estavam representados por alguns dos maiores vertebrados terrestres jamais existentes, como é o caso de Brachiosaurus (América do Norte, Europa e África) e dos autores dos rastos hoje observáveis na Pedreira do Galinha (Bairro, Ourém). Além dos saurópodes surgiram, em vários continentes, outros herbívoros na linha evolutiva dos ornitísquios, como Stegosaurus no Jurássico superior.
No Cretácico superior há a assinalar a existência de grandes carnívoros como Tyrannosaurus rex e Daspletosaurus (América do Norte), Carcharodontosaurus e Spinosaurus (Norte de África), bem como de predadores de menores dimensões como Velociraptor (Ásia), Troodon e Dromaeosaurus (América do Norte e Ásia).
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