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FIXAR A MEMÓRIA DA COMUNIDADE LUSÓFONA J. M. B. A concretização deste Atlas da Lusofonia é um velho sonho do general Pedro Cardoso (um dos grandes conhecedores da África lusófona). Com este primeiro volume, dedicado à Guiné-Bissau, ele e os seus "discípulos" deixam aos interessados nas questões do espaço lusófono (depois deste, outros volumes se seguirão, sobre todos os países de matriz linguística portuguesa) um acervo das "realidades étnicas, linguísticas, culturais, económicas, sociais e outras das populações daqueles territórios" - como escrevem os autores na apresentação deste volume. Depois do desfazer do império português, muito se tende a perder do conhecimento acumulado. E, com isso, perdemos nós, portugueses, e perdem também os povos que saíram das independências.

Os autores olharam, assim, para o Atlas como "um instrumento" com "carácter operativo útil, de investigação e de sustentação de conhecimentos, para quem, naqueles países, possa ser chamado a acções quer de cooperação, quer humanitárias, quer ainda de participação no processo de decisão, ou que sinta a necessidade de melhor conhecer o meio sobre o qual terá de tomar ou aconselhar opções". Não é pouco e é importante.O trabalho de Pedro Cardoso, José Luís Pinto Ramalho, Francisco Proença Garcia e Faria de Oliveira, oficiais do Exército de várias gerações, é um contributo de grande rigor para quem queira saber sobre as coisas tratadas - afinal o rasto do nosso estar no mundo.O volume sobre a Guiné vai desde o período inicial da presença portuguesa às campanhas de 1963 a 1974, passa pela realidade guineense e termina na caracterização dos seus povos. Tem ainda mapas, fotos e gráficos, uma bibliografia detalhada e um CD-ROM com o conteúdo do atlas.A edição é do Instituto Português da Conjuntura Estratégica e do Instituto Geográfico do Exército, responsável pela cartografia.
Atlas da Lusofonia - Guiné