(1) Amiji, Hatim M., “ La Réligion dans les Rélations Afro-Arabes: L’Islam et le Changement Culturel dans L’Afrique Moderne”. In “Les Rélations Historiques et Socioculturels entre L’Afrique et le Monde Arabe de 1935 à nos Jours”. Paris: Unesco, 1984, p. 118.
(2) O Islamismo penetrou profundamente na cultura macua, que dele assimilou muito: normas, doutrina e influência na vida social. In Martinez, Francisco Lerma, ob. cit., p. 32.
(3) Para Manuel Gama Amaral, nos Ajauas, no início, era apenas entre os chefes e seus familiares que se dava a adesão à religião muçulmana, mas esta atitude foi decisiva na conversão de todo o povo, devendo a adesão generalizada atribuir-se ao proselitismo religioso de alguns. A sua profunda islamização, segundo este autor, terá sido iniciada com o xeheMsé Ciwaula. In Amaral, Manuel Gama, ob. cit., p. 378-380.
(4) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 100.
(5) Peirone, Frederico, “Correntes Islâmicas Moçambicanas”. In “Ultramar”. Lisboa: N.º 13/14, Julho-Dezembro, Ano IV, Vol. IV, N.º I-II, pp. 43-53.
(6) Vilhena, Ernesto de, “A influência islâmica na Costa Oriental d’África”. In “Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa”. Lisboa: N.º 5, 24ª Série, Maio de 1906, pp. 136, 166-172.
(7) Idem, “A influência islâmica na Costa Oriental d’África”. In “Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa”. Lisboa: N.º 6, 24ª Série, Junho de 1906, p. 180.
(8) Lewis, Ioan, “O Islamismo ao Sul do Saara”. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa, 1986, pp. 26-27.
(9) Ferreira, António Rita, ob. cit., p. 300.
(10) Idem, ibidem.
(11) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 113.
(12) António Enes referia: "(...) Se o cristianismo só vegeta como planta exótica, o maometanismo alastra-se como escalracho. Não se semeia, não se cultiva, nas próprias rochas crava raízes, não há monomocaia que o arranque. Sem o auxílio de poderes civis e sem armas, sem riquezas, sem autoridades, sem exemplos prestigiosos, quase sem culto ostensivo e sem sacerdócio profissional, vai ganhando ao seu proselitismo todos os distritos septentrionais da província de Moçambique. (...) Todavia, os focos da propaganda maometana mal se descobrem; o que dá nas vistas são os seus efeitos. (...) A catequização faz-se por si, e ajudam-na todos os crentes, espalham-na correntes simpáticas. Um macua, que me serviu muito tempo, e que era monhé, não chamava ao maometanismo uma religião, chamava-lhe uma moda, e de facto tem ele o poder de irradiação das modas. Especialmente no norte, os indígenas fazem-se muçulmanos por imitação, e a imitação é estimulada por amor próprio, porque a cabaia branca adquiriu, não sei por que artes, foros de distinção. (...) Se o islamismo em Moçambique não chega a formar comunidades bem definidas, forma agrupamentos que desdenham dos outros indígenas, reagem contra as influências cristãs, e em determinadas hipóteses serão capazes de uma acção comum. Se ainda houvesse na costa oriental de África um Estado muçulmano forte e prestigioso, e esse estado soltasse o grito da revolta em nome da religião contra as soberanias cristãs da Europa, esse grito teria eco dentro do próprio palácio de governador de Moçambique (...)". Enes, António, "Moçambique", p. 212.
(13) Amiji, Hatim M., ob. cit., p. 111.
(14) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 94.
(15) Monteil, Vincent, “L’Islam Noir”. Tunis: Revue Tunisiènne de Sciences Sociales, N.º 4, 2 è Année, Dezembro de 1965, p. 40.
(16) Monteiro, Fernando Amaro, “Linhas de influência e de articulação do Islão na Guiné Portuguesa, Sugestões para Apsic”, Relatório de Serviço na Província da Guiné, Lisboa, 16 de Junho de 1972, para o Ministro do Ultramar, Secreto.
(17) Idem.
(18) Gonçalves, José Júlio, “O Mundo Árabo-Islâmico e o Ultramar Português”. Lisboa: Estudos de Ciências Políticas e Sociais, N.º 10, Centro de Estudos Políticos e Sociais da Junta de Investigações do Ultramar, Ministério do Ultramar, 1958, p. 160.
(19) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 202.
(20) Idem, p. 203.
(21) Idem, p. 97.
(22) Veinstein, Gilles, “Les Confréries”. In Paul Balta, “Islam Civilisation et Sociétés”. Paris; Ed. du Rocher, 1991, p. 95.
(23) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 51.
(24) Veinstein, Gilles, ob. cit., p. 103.
(25) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 249.
(26) Idem, ibidem.
(27) O Movimento Wahhabita inspira-se nos ensinamentos de Mohammed Ibn Abd al-Wahab (séc. XVIII). É uma visão globalista, apresentando a perspectiva de que a Política se concebe de um lado como luta pela liberdade cultural, religiosa e política, e de outro, em simultâneo, como meio de preservar a Tradição islâmica. Desde o pós-Segunda Guerra Mundial, o Wahaabismo surgiu na África Ocidental Francesa com uma posição nitidamente anticolonial. Podemos consultar mais detalhadamente Monteiro, Fernando Amaro, “Sobre a actuação da corrente “Wahhabita” no Islão moçambicano: Algumas notas relativas ao período 1964- 1974”. In “Africana”. Porto: Centro de Estudos Africanos, Universidade Portucalense, N.º 12, (Março de 1993), pp. 85-111.
(28) Monteiro, Fernando Amaro, “Linhas de influência e de articulação do Islão na Guiné Portuguesa, Sugestões para Apsic”.
(29) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 249.
(30) Idem, ibidem.
(31) Sobre este assunto, podem consultar-se inúmeras publicações. Neste estudo utilizámos a bibliografia apresentada, com especial incidência em: Balta, Paul, “L’Islam dans le Monde”. Paris: Ed. La Découverte et Journal le Monde, 1986, e Sousa, João Silva de, “Religião e Direito no Alcorão”. Lisboa: Ed. Estampa, Imprensa Universitária N.º 55, 1986. Ahmad ibn Hanbal (falecido em 855) fundou a Escola Hanbalita (precursora do Wahhabismo).
(32) Monteiro, Fernando Amaro, “Linhas de influência e de articulação do Islão na Guiné Portuguesa, Sugestões para Apsic”.
(33) Idem, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 89.
(34) ADIEMGFA, Quartel General da Região Militar de Moçambique, “Panorama religioso de Moçambique”, Supintrep N.º 23.
(35) Idem.
(36) Monteiro, Fernando Amaro, “Moçambique 1964-1974: As Comunidades Islâmicas, o Poder e a Guerra”. In. “Africana”. Porto: Centro de Estudos Africanos da Universidade Portucalense, N.º 5, (Setembro de 1989), p.84.
(37) ADIEMGFA, Quartel General da Região Militar de Moçambique, “Panorama religioso de Moçambique”, Supintrep N.º 23.
(38) Em Fevereiro de 1967, quase todas as autoridades tradicionais muçulmanas da área de Netuge foram detidas sob a acusação de implicação em actividades subversivas; mas, por outro lado, diversos dignitários islâmicos apresentaram cumprimentos às Autoridades de Montepuez e de Mocímboa da Praia. Esta atitude, no final do Ramadão, contrasta com o apoio que estes ou outros dignitários tinham prestado nestas mesmas regiões e que tinham originado diversas prisões de Xehes e Mualimos. Em Abril, verificaram-se novas detenções de dignitários e autoridades tradicionais, registando-se mesmo o encerramento de diversas mesquitas por se verificar serem utilizadas para finalidades subversivas; in, ADIEMGFA, Quartel General da Região Militar de Moçambique, “Resumo da evolução da situação nos países vizinhos e partidos emancipalistas e das actividades do Inimigo”, Supintrep n.º 21.
(39) Monteiro, Fernando Amaro, “A Guerra em Moçambique e na Guiné — Técnicas de accionamento de massas”, p. 19.
(40) O ateísmo característico da sua doutrina seria um sério obstáculo, assim como os métodos tradicionais do comunismo de desacreditar a religião só traziam resultados desanimadores; isto apesar de, com a ajuda de um grupo de comunistas árabes sob a chefia de Basir Hadsch Ali, secretário do Partido Comunista Argelino, tratadistas russos terem conseguido encontrar uma fórmula para “provar” que o “verdadeiro socialismo” de maneira nenhuma estava em contradição com o Alcorão. In ADIEMGFA, Tradução do Livro “Partidos Políticos em África”, editado pela Academia das Ciências de Moscovo, datada de 21 de Julho de 1972, enviada pelo Gabinete dos Negócios Políticos do Ministério do Ultramar para o Secretário Adjunto da Defesa Nacional.
(41) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 103.
(42) Em Cabo Delgado, onde tradicionalmente eram fieis às autoridades portuguesas, os Macuas não deixavam de ser permeáveis às actividades subversivas, verificando-se mesmo o comprometimento de algumas autoridades tradicionais na área de Nacala-Ancuabe. In ADSHM, Comando-Chefe de Moçambique, “Relatório de Acção Psicológica” N.º 1/70, Secreto.
(43) Monteiro, Fernando Amaro, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 99.
(44) Idem, p. 90.
(45) Idem, pp. 98-99.
(46) Idem, p.113.
(47) Idem, ibidem.
(48) ADIEMGFA, Branquinho, José Alberto Melo, “Prospecção das forças tradicionais – Distrito de Moçambique”, p. 398.
(49) Estado-Maior do Exército, Boletim de Informação, N.º 22, Reservado, Outubro de 1966, pp. 16-17.
(50) Monteiro, Fernando Amaro, “Moçambique 1964-1974: As Comunidades Islâmicas, o Poder e a Guerra”, p. 92.
(51) Idem, “O Islão, o Poder e a Guerra (Moçambique 1964-1974)”, p. 308. |