MIGUEL GARCIA

Francisco Miguel Gouveia Pinto Proença Garcia
ANÁLISE GLOBAL DE UMA GUERRA
(MOÇAMBIQUE 1964-1974)

Dissertação para a obtenção do Grau de Doutor em História
Universidade Portucalense
Orientação dos: Prof. Doutor Joaquim da Silva Cunha e
Prof. Doutor Fernando Amaro Monteiro
Porto . Outubro de 2001

II Capítulo

A conflitualidade global permanente, o despertar dos movimentos independentistas e a afirmação da soberania portuguesa em Moçambique

3. Apoios externos aos movimentos independentistas e sua importância no confronto.

3.1. Apoio das grandes potências.

NOTAS

(1) ADIEMGFA, Secretariado-Geral de Defesa Nacional, “Projecto da estratégia global para os territórios Alcora”, Exercícios Alcora, 1970, Muito Secreto.

(2) Debray, Régis, "A crítica das armas", p. 39.

(3) Num livro soviético relativo a partidos políticos em África, explicita-se que: “(...) os comunistas são as forças de vanguarda do movimento de libertação nacional em países africanos sob o jugo colonial (...) Caminham também na vanguarda de forças nacionais depois de conquistarem a independência política (...) apoiam todas as acções de governos nacionais destinados a melhorar a posição dos operários (...) contra o imperialismo e o colonialismo. Simultaneamente, os comunistas atacam decisivamente aquelas medidas que não só não ajudando a fortalecer a independência conquistada, a sujeitam também a ameaça (...)”. In ADIEMGFA, Tradução do Livro “Partidos Políticos em África”, pág. 159, editado pela Academia das Ciências de Moscovo, datada de 21 de Julho de 1972, enviada pelo Gabinete dos Negócios Políticos do Ministério do Ultramar, para o Secretário Adjunto da Defesa Nacional.

(4) A subversão soviética não se limitava “(...) ao auxílio a movimentos comunistas ou para-comunistas ou a governos tipicamente socialistas, mas estende-se a governos e regimes não comunistas e até anti-comunistas. À parte do auxílio ministrado abertamente aos governos africanos, os soviéticos mantêm as subvenções e outras formas de ajuda aos movimentos da oposição, sindicatos e associações pró-comunistas, que actuam como veículos de propaganda (...)”. In AHD, PAA 200, Abril de 1971, Confidencial.

(5) Estado-Maior do Exército, Boletim de Informação, N.º 10, Outubro de 1965, Reservado, p. 15.

(6) AHD, PAA 200.

(7) Depoimento de Sérgio Vieira em 2 de Setembro de 1998.

(8) O Jornalista Britânico Patrick Orr informou os SCCIM que, em entrevista a Eduardo Mondlane, em Dar-es-Salam, este admitira receber auxílio do American Committee on Africa, da Ford Foundation. In Arquivo Nacional Torre do Tombo, PIDE/DGS, Serviços Centrais, Proc. 507/61, “Mozambique National Democratic Union”, Gabinete dos Negócios Políticos do Ministério do Ultramar, 3 de Setembro de 1965, Confidencial.

(9) Comissão para o Estudo das Campanhas de África, “Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), 1º volume, Enquadramento Geral”, pp. 39, 54-57.

(10) ADIEMGFA, Serviço de Centralização e Coordenação de Informações de Moçambique, “Infiltração da China comunista em África”.

(11) Idem, Direcção Geral de Obras Públicas e Comunicações do Ministério do Ultramar, Grupo de Trabalho dos Caminhos de Ferro, 30 de Dezembro de 1970, Secreto.

(12) Idem, Serviço de Centralização e Coordenação de Informações de Moçambique, “Infiltração da China comunista em África”.

(13) No que respeita à China, Eduardo Mondlane admitira receber dinheiro e armas daquela potência. In Arquivo Nacional – Torre do Tombo, PIDE/DGS, Serviços Centrais, Proc. 507/61, “Mozambique national democratic union”, Gabinete dos Negócios Políticos do Ministério do Ultramar, Confidencial, 3 de Setembro de 1965. Os chineses, além de provocarem desinteligências no seio da FRELIMO, recrutavam macondes para a China, via Nairobi, onde o primeiro secretário da embaixada financiava a estada; Secretariado-Geral da Defesa Nacional, relatório 685/RN/B, de 19 de Dezembro de 1967, Reservado. In AHD, PAA 523. Sérgio Vieira admitiu mesmo: “(...) tivemos um apoio significativo, os chineses mandaram-nos 10 mil armas (...)”. In Depoimento de Sérgio Vieira em 2 de Setembro de 1998.

(14) ADIEMGFA, a Informação N.º 1168 – SC/CI (2) – DGS Moçambique de 6 de Outubro de 1971, Secreto, refere a insistência da FRELIMO em solicitar empenho de potencial humano à China (15.000 efectivos para combaterem juntamente com os efectivos militares do partido).

(15) Idem, Quartel General da Região Militar de Moçambique, “Ordem de Batalha do COREMO”, Supintrep N.º 25.

 
 

 




 



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