VICENTE FRANZ CECIM: KARTA A K
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06-09-2004

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Mas do que era mesmo que falávamos, ó K?

    Ah, sim, Sim: sabemos & eu sei que tu sabes - e vamos pôr isso a Nu como a Nudez de todos nós meninos, como aquele Menino do Retrato Nu no Coração da Amazônia que eu fui-sou ainda enquanto me encaminho através das minhas próprias sombras para o meu retorno à Sombra que sou-fui,

    sabemos, repito,

    que não se faz Literatura apenas com talento - e nem com hábeis obscuras apropriações de Matrizes alheias - bebendo embriagados em Vozes Fontes que não jorram de dentro de nós próprios

ah, Literatura, Literatura: para te fazer, quanto é essencial nos devotarmos “à Literatura praticada como ontologia, à Palavra praticada como vida”

- essas Palavras que um dia escrevi, apresentando ‘Biografia de uma árvore', do poeta jovem Carpinejar, e evocando o exemplo que disso nos dá, na minha percepção, esse ancestral poeta: Manoel de Barros.

Mas falávamos mesmo do que? Psiu, K, nos murmuremos: que nenhum Krápula nos ouça