Ricardo Daunt tem publicado livros desde
1975. E se tornou crítico literário um pouco mais tarde, por volta de
1978. É doutor pela USP em literatura portuguesa, com dois pós-doutorados
realizados fora do Brasil. Um deles sobre o modernismo de Portugal, que
resultou em inúmeros trabalhos sobre o Orpheu. O outro sobre Eliot e
Pessoa, que resultou na obra T. S. Eliot e Fernando Pessoa: diálogos de
New Haven (publicada pela Landy e adotado em inúmeros cursos de
pós-graduação de diversos países; e indicado ainda como leitura
obrigatória para o processo seletivo de professores do nível médio em
Portugal; essa obra é uma das únicas duas referências na área de
literatura comparada, arroladas na Wikipedia de língua inglesa acerca da
fortuna crítica de Fernando Pessoa, num total de 20 títulos mundiais).
As principais bibliotecas acadêmicas dos EUA
e muitas do Reino Unido e de Portugal oferecem inúmeros títulos seus.
Algumas delas dispõem de todo o acervo do autor, editado ao longo dos
anos, o que permite uma divulgação mundial do trabalho de Ricardo Daunt.
O autor deu aulas no mestrado da
Universidade Federal do Rio Grande Norte e foi professor visitante em
Yale. É crítico literário e ensaísta há mais de 35 anos, produzindo
crítica literária e ensaios para os principais periódicos brasileiros,
dentre eles os jornais Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, e as
revistas Isto é, Encontros com a Civilização Brasileira e Revista
Brasileira da Academia Brasileira de Letras. Foi crítico da Colóquio
Letras e da Vértice (Editorial Caminho), de Portugal, bem como das
revistas eletrônicas Sibila e TriploV, esta última também portuguesa e
mantém com essas últimas constante colaboração.
Sua Obra poética integral de Cesário Verde:
organização, apresentação, tábua cronológica e cartas reunidas por Ricardo
Daunt foi adotada nas escolas da região da cidade do Porto. E vai ganhar
em 2013 uma edição em Portugal.
A antologia de contos e novelas Poses é
estudada no King´s College do Reino Unido. O romance Migração dos cisnes
representou o Brasil, ao lado de outros títulos nas duas últimas edições
da Feira do Livro de Frankfurt. Sua contística é reputada como uma das
mais importantes das últimas décadas no Brasil, e é considerado o mais
cosmopolita dentre os autores brasileiros.
O romance de Isabel, que se encontra no
prelo pela Novo Século, é o terceiro volume de uma trilogia romanesca que
começa com Manuário de Vidal (Codecri, 1981) e prossegue com Anacrusa
(Nankin, 2004). É, não obstante, uma leitura que independe do conhecimento
dos romances anteriores, sendo por certo a narrativa mais intensa e
desconcertante que concebeu. Certamente será a que mais entusiasmará os
leitores.
Ao longo da última década e mais
especialmente em 2012 produziu diversos ensaios sobre o Orpheu, que
resultaram em publicações na Europa e em dois livros digitais. E concluiu
um novo romance: Adamastor Finkel: entre a sombra e a luz.
Em suma, sua atividade intelectual abarca o
ensaio, o conto, a poesia, a novela e o romance. Como polígrafo, tem se
dedicado tanto à investigação literária, quanto à criação, numa processo
constante e pendular, que oscila entre um gênero e outro -- o que resulta
em uma intensificação do nível de exigência crítica por parte do autor e
numa capacidade maior de distanciamento do resultado final, permitindo
assim uma avaliação mais clara do caminho percorrido. Essa atitude só pode
evoluir para a concepção de textos com cada vez mais qualidade e
originalidade, o que favorece o leitor e o gratifica.
No momento Daunt prepara uma trilogia
poética, cujos dois primeiros livros são Poesia sem pátria e sem verdade e
Corpo. Muitos desses poemas foram estampados isoladamente.
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