MÁRIO MONTAUT (poema)
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O ponto quente jorra nas neves que são amplas. Esparrama-se pela nervura do Real, gélido falsamente eqüidistante E os nervos do gelo se arrepiam num sorriso envolvente. AINDA NÃO FALEI DO SOL... Apenas de uma lava, de um coração de Romeu, de uma canção apaixonada, de um cântico derradeiro do mais profundo eu, que é apenas um eu mais quente, E por contraste a Neve, A Neve de Europa, ou da Av. Paulista, ou mesmo dos barracos da favela, pois pobre também tem Natal, e nunca ninguém sonhou um Natal sem Neve, nem o dono da Alforja, O fabricante de fogos de festa, portanto se a verdade se inerva e (aquece) esquenta, não é porque falei de Deus. Não. Deus, o Sol, são pr’uma vida maior Nós somos os rathomens de uma civilização corroída, mas ultrajamos o homem com nossa atual descendência. Falei nos subhomens Falei nos lobisomens Falei nos ultrahomens Mas existem os gestos do calor em nós, e estes, apenas extasiam a Neve, que se apaixona sem o mínimo risco de derreter. A Verdade é Dura Como é quente o sol e inimaginável Deus Apenas olho na bola de cristal evidente. |