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MÁRIO MONTAUT
Eu e a democracia cultural

A DEMOCRACIA CULTURAL vale pelos excessos de pessoas como EU, que coloco neste e em outros espaços, palavras vivas, de naturezas diversas, cuja vivacidade saúda os poucos contemplados, que reagem com paixão, curiosidade, desdém. Ou com apatia, que diante de fenômenos como EU, numa DEMOCRACIA CULTURAL, é o mais comum (e compreensível) dos estados de espírito. O que não é apático desperta, normalmente, com a covardia e sua conseqüente impotência expressiva. São raros os que ousam, como EU, afirmar-se fora dos escaninhos convenientes à DEMOCRACIA CULTURAL, válida também pela música de gente como EU, que componho, gravo e lanço obras vitais, algumas acessíveis a todos (no YouTube, no TriploV, na revista Agulha, no MySpace, no Orkut e no Clube Caiubi De Compositores, entre outros), e partilháveis pelos vivos. A DEMOCRACIA CULTURAL não é só EU, e prova disso são os zilhões de músicas, blogs, poemas, filmes, saraus, shows, fatos de toda espécie pelo planeta. EU creio que a internet abrigue a quase totalidade da DEMOCRACIA CULTURAL, que acolhe inclusive os de minha estirpe. EU, na DEMOCRACIA CULTURAL, sou um caso de coragem. A maioria respira, e bem mal, sob a DITADURA DA MEDIOCRIDADE (por ora um dos inevitáveis desdobramentos dessa democracia), que nefasta como qualquer totalitarismo, manifesta-se nas deterioradas expressões popularescas, e no amor, na arte, na política, no pensamento institucionalizados. Para estes (utilizando um epíteto de Gilberto Gil), EU também verto “uma gota de catalisador”.  

 

(Mário Montaut)

MÁRIO MONTAUT é brasileiro, paulistano, de ascendência italiana, espanhola, indígena, moura, francesa e outras. Desenvolve uma sequência de composições que vêm à luz, já em dois trabalhos: "Bela Humana Raça", Dabliú, 1999, e "Mário Montaut: Samba De Alvrakélia", a sair nos próximos dias pelo selo MBBmusic. São muitos anos de vivências artísticas, num panorama que inclui Dorival Caymmi, René Magritte, Manoel De Barros, João Cabral De Melo Neto, Borges, Chico, Caetano, Gil, Dalí, Fellini, Buñuel, Webern, Cartola, Breton, Blavatsky e muitos amores mais, indispensáveis à sua criação, que abarca, além das canções, poemas, textos, roteiros e outras coisas interessantes. Mário Montaut é basicamente um parceiro de todos os seus contemporâneos e ascendentes, humanos ou não, saibam eles ou não. Índios, Negros, Europeus, Sem-terra, Brisas, Baleias, Maremotos, Chuvas, Livros, Discos, Beijos e Trovões Em Todas As Roseiras. Atualmente grava um disco de parcerias suas com o poeta Floriano Martins, onde a talentosíssima intérprete Ana Lee canta grande parte do repertório. Mário Montaut é um pouco de tudo isso. E muito mais, com certeza, pode ser descoberto em seus discos lançados, em suas tantas canções já gravadas, poemas, textos, e múltiplos achados.