Frescura alvíssima de magnólia e nuvens,
assim és tu, estrela branca, figura esguia,
roteiro de sol,
chama derramada, na fronte algarvia.
Na noite de pérolas, és amendoeira puríssima,
jardim luminoso,
recanto onde voam aves antiquíssimas,
entre as pedras, o limbo,
as águas mouras, as águas cintilantes,
as águas de Abril.
Porque te conheci, um dia, como exaltada flor,
no teu país de brisas doces,
é que repenso o agora, o antes, o sempre,
penso nas rimas perfeitas, nas águas lentas,
coloco um candelabro sobre a mesa,
escuto as estrofes do silêncio,
neste lugar onde o arvoredo brama
e a palavra brilha, no espaço
em que a poesia é a ramagem eleita,
sobre castelos semeados,
na lua clara de preciosas sementes. |