A penúltima estrela ecoa, como uma infindável
Kreisleriana,
nos pianos lunares de Robert Schumann.
Falar de ilusões sempre foi inventar a própria
nudez do coração, o amor em surdina,
quando floresce uma eternidade selvagem,
na ruína despojada, na aludida separação, ruptura,
berço, identidade,
movimento e música, harmonia imperceptível.
Nos antípodas do medo, no corpo, ecoa o perfume,
simbiose de cigarras deslumbradas, despertas
nos fios cutâneos, visíveis nas árvores brancas,
despedaçadas,
trazidas de uma floresta apodrecida de esporos
de vento.
Falar de ilusões sempre foi afastar as máscaras
corroídas, fluir com o ópio da memória,
as mandrágoras do silêncio,
quando a noite irradia a estrela, a lira,
a madrepérola,
designando o cântico da lua misteriosa ,
na nuvem aquática que flutua junto às grutas
e os lagos que serpenteiam argutos,
nas ambiguidades do ser,
amor-perfeito.
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