P/ Estela Guedes
Estela de tão longe
Tua dor cruzou o oceano
Mancha de vinho
Que atravessa o papel
Tua voz de poema antigo
Se espalha em praias, paisagens desertas
Não sei porque teu nome
Brotou com o mar
Estela as plantas, os bichos de nomes romanos
Os fósseis das palavras perdidas
Dizem de tua alma o papiro
A canção
Que teu nome guardou
Estela
Do outro lado do mundo
Num crepúsculo sem fim
Homens de palha marcham,
Proclamando a dor
Penso em ti numa casa de banhos
Arrematando poesia
Transbordando amanheceres
Estrelas
São Paulo, 10 de abril de 2015, às 22.24
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