Sem armas nem morcegos de areia & lágrimas de arsênico &
rancores noturnos
os poetas erguem a manhã
erguem a manhã nas noites fatigadas
no sorriso de esfinge do amor que se vela
erguem a manhã sob a tenda do porvir
vela acesa no rochedo em meio ao mar
pássaros de notas de Beethoven rasgam a memória do amor
que se quis ave marinha numa costa da Gaspésia
que se quis dama e senhora no umbral de uma Tebas envelhecida
rostos de diamantes sob um sol de marfim no horizonte
todo poeta é Janus noturno
a manhã vem da lama em meio as águas
o sol nasce
da insônia do amor.
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