Ia eu, de saquitel ao ombro, ao Festival de Inverno, no inferno, quando — com assombro! — ouvi dum campanário, e através da bruma vindo (e como de prata, tinindo), badalar, morosamente, um sino...
Enrolada a mente num fixo pensamento (desconfiança, ou já lamento?) como por um negro cachecol, circulei pela escada de caracol (sinistramente de mão única...), para ver quem o tangia. Nas nuvens de chumbo, alguém tossia...
Chovia. E um grunhido intermitente rimava com os sons da ventania... Quem aquele sino invisível badalaria?
Seria, na verdade, um suíno que grunhia? Conjecturas da nossa confraria: ou um diabo diletante quem, lentamente, o tangia, com calças de boca de sino, como, outrora, na marinha?
Destino da minha rimada Lenda do Sino: mais um pleonasmo a atingia! Tocar, com cadência um sino, com calças de boca de sino!... Seria - a redundância - bruxaria? |