Um dia, Ela
desenhará em chãos longínquos a casa só nossa,
que eu farei com estas mãos.
Os tijolos, eu os amassarei com os meus pés.
Às telhas —
hei de aprontar o barro mais macio,
e as formas serão por mim,
uma a uma, completadas;
Ela as alisará longamente —
seus dedos molhados de um profundo silêncio:
só os pássaros.
Fortaleza, manhã de 19.11.1998
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