Judite Maria Zamith Cruz

PSICOLOGIA DO AMOR ROMÂNTICO - II
O prodígio das histórias de amor na transformação humana

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Discussão Final

Foi o historiador, filósofo e psicólogo francês Michel Foucault a colocar a tónica na repressão sexual clara até aos anos setenta, enquanto a discussão sobre a sexualidade se ampliava. É dele a expressão «o moinho da palavra», na medida em que ao longo dos últimos trezentos anos, diversas formas de sexualidade originaram uma autêntica explosão discursiva…

Na época de transição, com a revolução sexual, debatia-se nas sociedades ocidentais, por exemplo, como é possível manter a autonomia e respeitar a autonomia de quem se ame.

É pois infindável o moinho da palavra… Nesta colectânea de estórias, foi narrado o mito de amor entre gregos, dando lugar ao seu contraste com concepções actuais de amor.

Como se elucidou, existem muitos modos de ficar apaixonado, passando pela antiga «declaração de amor» ao coup de foudre («acontecimento imprevisto») ou à amizade que se transforma em «enamoramento» - limerence.

Os sentimentos são difíceis de entender e explicar: chegamos, por vezes, ao ponto de nos habituarmos tanto a uma pessoa que, a certa altura, descobrimos amá-la... Existem pessoas intrinsecamente «conjugais» e outras não: a biologia diferencia os seres humanos, à semelhança das outras espécies. Observam-se igualmente formas de se ser fiel, ciumento ou possessivo, características presas à estrutura da personalidade, à linguagem da época, ao contexto e à cultura envolvente.

É relevante termos então palavras diversas que permitam discriminar nuances de emoções (o que se sente) e sentimentos (o que se vive). A variabilidade na linguagem verbal amplia as possibilidades de viver um leque de emoções e sentimentos e de narrar afectos registados em fábulas educativas e em contos para adultos.

Judite Maria Zamith Cruz é doutorada em Psicologia pela Universidade do Minho, onde lecciona cursos de licenciatura e mestrado dedicados ao estudo do desenvolvimento humano e do auto-conhecimento do profissional de educação, desde 1996, é membro de instituições nacionais e internacionais dedicadas ao estudo e investigação da sobredotação, talento e criatividade e, em 1997, integrou equipa internacional e interdisciplinar, coordenada pela Professora Doutora Ana Luísa Janeira, nos domínios de ciência, tecnologia e sociedade - «Natureza, cultura e memória: Projectos transatlânticos». Colabora, desde 2000, no Instituto de Estudos da Criança, em projectos centrados na educação matemática; depois, na área da língua portuguesa e artes plásticas, como membro do Centro de Investigação «Literacia e Bem-Estar da Criança» (LIBEC) da Universidade do Minho .

Entre Janeiro e Julho de1982 foi professora de psicologia e de pedagogia em Escola de Formação de Professores do Ensino Básico de Torres Novas. De Junho a Setembro de 1982, assumiu o lugar de Assistente Estagiária na Universidade de Lisboa – Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, de que se afastou para desempenhar funções de psicóloga clínica em cooperativa dedicada a crianças e jovens deficientes motores e mentais, em Lisboa – CRINABEL (1982-1985). De 1985 a 1988 foi professora do Ensino Secundário, em Braga, leccionando a disciplina de psicologia na Escola D. Maria II. De novo ocupou funções de psicóloga clínica em associação dedicada à educação de crianças e jovens deficientes auditivos (APECDA-Braga), entre 1988 e 1992. Em 1987, realizou trabalho como psicóloga no Hospital Distrital de Barcelos, de que se afastou em 1990 para efectuar curso de mestrado. Em 1992 ocupou o ligar de Assistente de metodologia de investigação, na Universidade do Minho, em Braga, onde é professora auxiliar.