Foi o historiador, filósofo e psicólogo francês Michel Foucault a colocar a tónica na repressão sexual clara até aos anos setenta, enquanto a discussão sobre a sexualidade se ampliava. É dele a expressão «o moinho da palavra», na medida em que ao longo dos últimos trezentos anos, diversas formas de sexualidade originaram uma autêntica explosão discursiva…
Na época de transição, com a revolução sexual, debatia-se nas sociedades ocidentais, por exemplo, como é possível manter a autonomia e respeitar a autonomia de quem se ame.
É pois infindável o moinho da palavra… Nesta colectânea de estórias, foi narrado o mito de amor entre gregos, dando lugar ao seu contraste com concepções actuais de amor.
Como se elucidou, existem muitos modos de ficar apaixonado, passando pela antiga «declaração de amor» ao coup de foudre («acontecimento imprevisto») ou à amizade que se transforma em «enamoramento» - limerence.
Os sentimentos são difíceis de entender e explicar: chegamos, por vezes, ao ponto de nos habituarmos tanto a uma pessoa que, a certa altura, descobrimos amá-la... Existem pessoas intrinsecamente «conjugais» e outras não: a biologia diferencia os seres humanos, à semelhança das outras espécies. Observam-se igualmente formas de se ser fiel, ciumento ou possessivo, características presas à estrutura da personalidade, à linguagem da época, ao contexto e à cultura envolvente.
É relevante termos então palavras diversas que permitam discriminar nuances de emoções (o que se sente) e sentimentos (o que se vive). A variabilidade na linguagem verbal amplia as possibilidades de viver um leque de emoções e sentimentos e de narrar afectos registados em fábulas educativas e em contos para adultos.