Ontem, 23.01, morreu Abdullah, o rei da
Arábia Saudita. Para se perceber a paciência do Ocidente com o maior
fomentador do terrorismo islâmico sunita, interessa ter-se presente os
interesses económicos e as inter-relações de importações e exportações
entre o Ocidente e os países produtores de petróleo.
A Arábia Saudita financia o terrorismo
internacional e a construção de mesquitas fora dos países islâmicos.
Na Arábia Saudita as mulheres têm
poucos direitos. Só podem sair de casa na companhia de um homem, não podem
conduzir carro e só podem estudar e casar com consentimento prévio; não
possuem quase nenhum direito de decisão. Desde 2001 já podem requerer um
bilhete de identidade.
Pratica-se a tortura, o
espancamento, o açoitamento, a privação do sono, a torção dos membros,
choques eletrostáticos, assim como a ameaça de mordidelas de animais; há
execuções públicas como castigo normal para crimes como: assassinato,
adultério, sabotagem e apostasia.
Apesar de tantos crimes contra a
humanidade e contra os direitos humanos o Ocidente é o grande aliado da
Arábia Saudita.
Como exemplo refiro informações da HNA
segundo as quais a Alemanha em 2013 fez exportações para a Arábia Saudita
no valor de 1,7 mil milhões de euros (máquinas, produtos químicos,
veículos e peças de veículos. A exportação de armas foi de 316 milhões de
euros. Em 2013 as exportações da Arábia Saudita para a Alemanha atingiram
os 9,2 mil milhões de euros. Além disso a Alemanha, em 2011, fez
investimentos directos na Arábia Saudita no valor de 713 milhões de euros
e em contrapartida a Arábia Saudita investiu na Alemanha, no mesmo ano, 25
milhões de euros. A Arábia Saudita fomenta o wahhabismo (interpretação
fundamentalista do islão) que produziu al Qaida e a ideologia do “Estado
Islâmico”.
O dinheiro compra tudo; até a
consciência democrática defensora dos direitos humanos não escapa.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
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