A ROTAÇÃO DO ENGANO PARCIAL NO
TEMPO TOTAL
O governar, mais que ao andar,
assemelha-se ao marchar: “esquerda”- “direita”… à direita rodar... Imagine-se o que seria do
andar se pretendesse marchar só com a direita ou só com a esquerda. A
resposta seria fácil de imaginar. Talvez, por estas e por
outras, dizia Abraham Lincoln: "Pode-se enganar uma parte do povo, e todo
o povo por algum tempo. Mas não se pode enganar todo o povo o tempo todo."
Moral da história: entrem
todos nos partidos para que não se cansem tanto a gritar e sintam mais a
satisfação do marchar; aqueles que pensam que só a esquerda ou a direita
caminha perguntem-se a razão de terem dois pés. Quando a caminhada é
íngreme não seria mal uma coligação amistosa dos dois!
DEMOCRACIA DO POVO
OU DITADURA DO MERCADO?
Segundo uma
investigação, levada a efeito na Alemanha pelo instituto infratest dimap,
60% dos alemães são da opinião que não há uma verdadeira democracia devido
à influência da economia na política, devido ao facto de a economia ter
mais influência no Governo do que o cidadão eleitor. Por estas e por
outras, a União Europeia encontra-se com dores de parto na Grécia e
noutros países da zona euro.
Um aspecto positivo e calmante das
eleições gregas está no facto de se verificar, que em casos extremos, o
povo pode provocar, por momentos, um susto no sector da economia e da
política, de modo a torná-la mais reflectida e moderada. Isto se a cultura
mercantilista e utilitarista não conseguir entretanto lavar o cérebro a
todos os cidadãos.
Tudo isto não facilita a decisão
do cidadão: ter a possibilidade de escolha entre a cólera e a peste.
Só uma ruptura com hábitos e
ideologias conseguirá superar a situação para se entrar numa mudança já
não de alternativa mas de inclusão; encarar, de frente, o bem e o mal que
se encontra no próprio sistema e em sistemas alternativos e elaborar uma
nova prática social. Sem sofrimento não há evolução, ele é a outra parte
da felicidade… Assim haveria a possibilidade de superar o dilema.
Naturalmente, isto faz parte do sonho, mas sem ele a humanidade não
sorriria.
A possibilidade de escolha
consciente encontra-se só na capacidade da sociedade para se mudar e
regenerar a si mesma; não a nível de instituições ou posições políticas
mas num processo social e intelectual que as surpreende sempre e de novo,
porque encerradas numa visão partidária em estratégia de afirmação
polarizante perante o outro e perante o povo. Por isso será imensamente
necessário estar-se atento às críticas e advertências de pessoas não
totalmente integradas num sistema. Na dúvida e por outro lado na esperança
se encontra a mistura do combustível que provoca o desenvolvimento.
Partidos e políticos encontram-se atrás do desenvolvimento, discutem ainda
os problemas e suas soluções na própria perspectiva; numa perspectiva que
só vê o que procuram (em determinada perspectiva de determinados corifeus
da economia e do saber).
Por isso o espírito democrático se
encontra em erosão. A luta seria de realizar-se a nível de conceitos
económicos e sociais equacionados em programas concretos e não numa luta
por interesses coloridos, que evita apresentar o âmago do que se trata em
política e economia. Um outro critério do agir político deveria prever até
que ponto os programas deixam ressaltar e fomentar democracia e em que
medida o progresso serve o Homem e a democracia. Concretizando: é urgente
passar da discussão ideológica para a discussão cultural e económica. É
verdade que povo quer festinhas e quem se ocupa de temas sérios não tem
grande chance, isto sabem-no bem os políticos e por isso actuam, muitas
vezes oportunisticamente e orientam a discussão para temas de discurso
controversos mas inofensivos para entreter jornalistas e com eles a massa.
As rupturas imprescindíveis e sucessivas a nível sociológico possibilitam
o desenvolvimento porque resultam do desenvolvimento da consciência
popular e não de interesses institucionais (os lucros). Quanto às
possíveis roturas eleitorais pouca evolução permitem porque quando um
governo dá um passo em frente à esquerda e um passo atrás à direita o
outro dá um passo afrente à direita e outro atrás à esquerda. Assim a
política, em vez de ser organizada em termos de conceito integral é-o em
termos de pegadas, de modo a nunca satisfazer todo o povo racional.
Entretanto, oque aconteceu na Grécia significa uma mais valia para a
democracia (apesar da discussão de perspectiva partidária), demonstrando
que, afinal de contas, o povo, quando acorda, é quem ordena. Já vimos isso
em Portugal! A realidade porém ensina que o povo só ordena nas pausas da
História. Depois surge o governo e interesses cruzados que ordenam o
rebanho na sua direcção...
PUNHOS CERRADOS
Nestes tempos tristes de políticas e comentários azedos que se encontram
por todo o lado na opinião pública e em especial em relação ao governo
grego e ao governo alemão com a correspondente demonização injusta de
pessoas, gostaria de deixar esta frase de Indira Gandhi: “Não podemos
apertar as mãos se temos os punhos cerrados”!
A QUEM SERVE O
SISTEMA?
A vida não tem emenda mas serve
toda a gente. Uns vivem de palavras, outros do dinheiro e ainda outros do
trabalho mal pago ou do maldizer.
Os gerentes de bancos e similares
têm vencimentos e privilégios tao elevados, que perdem a capacidade de
distinguir entre honestidade e corrupção (exemplo Victor Constâncio
vice-presidente do BCE teve um vencimento de 325 mil euros em 2014, não
contando com as ajudas de custo, subsídios e abonos); também consta que a
presidência da república portuguesa é mais cara que monarquias (não só por
ter de continuar a manter muitos presidentes da república com privilégios
injustificáveis num sistema transparente)! Uma coisa que desde o 25 de
Abril me questiono: porque é que os partidos que se dizem do lado do povo,
quando ocupam lugares de posição não dão testemunho de fidelidade à
ideologia renunciando consequentemente a ordenados altíssimos que os
desautorizam porque colocados ao lado dos capitalistas que criticaram
(pior ainda, os lugares que ocupam devem-nos por vezes à crítica que
fizeram aos que viviam demasiado bem à custa do povo).
Naturalmente! O cidadão, se tiver
vergonha, não diz nada porque foi ele quem os lá colocou e, para ajudar a
lógica, em grande parte em nome do socialismo que com palavras pretende
defender o povo e com obras e regalias faz tudo por não ser povo e
acompanhar os grandes.
Quanto à Grécia como à Troika são
casos perdidos devido à corrupção em que navegam e aos interesses que têm
servido! Se a Grécia vivesse de palavras não teria pobres! Bastava-lhe
aquecer-se ao calor das declarações do seu governo e ao crédito das
palavras de seus apoiantes no estrangeiro! Gatunos e rapinados formamos,
todos juntos, o sistema que nos serve e escraviza. Tudo anda consolado,
uns com o dinheiro, outros com o trabalho e ainda outros com a crítica que
fazem. Afinal não há razão para revoluções porque delas só se aproveitam
alguns e, na realidade, todos somos ricos quando não de dinheiro pelo
menos das razões que temos! Resta a pobreza de espírito! A Europa mais
pobre precisa de um Marsahl Plan e a sociedade uma nova mentalidade.
ALOQUETES DO AMOR
A respeito do dia dos namorados
(14 de Fevereiro)! Neste dia, em muitos países, os namorados e apaixonados
querem perpetuar-se e para tal costumam colocar “aloquetes (cadeados) de
amor” nas grades das pontes. Esta prática romântica traz os seus
inconvenientes! Só em Paris encontram-se 700.000 aloquetes dependurados
enquanto as chaves se encontram lançadas no seio do rio Sena.
700.000 aloquetes dão muitas
toneladas de metal e constituem uma atracção também para ladrões do metal.
Em Paris, como em tudo, há gente a favor e gente contra os cadeados.
Moscovo encontrou uma solução para não estragar as grades das pontes:
mandou fazer árvores de metal onde os namorados podem colocar os seus
aloquetes de amor. Quanto a mim não tenho nada contra os aloquetes de
amor, o que me preocupa é não encontrar remédio contra a ferrugem!
OPINIÃO
Victor Hugo dizia:"Quem não é
senhor do próprio pensamento, não é senhor das próprias acções."
Jeanne Roland afirmava: “O fraco
treme diante da opinião pública, o louco afronta-a, o sábio julga-a, o
homem hábil dirige-a”.
Eu diria: "A opinião é livre se
regada pelos sentimentos mas só o sol do pensamento a fará crescer.
Reconheço opiniões boas mas não faltam as melhores. Ao definir só alargo a
cerca do meu jardim." in Poesia António Justo,
http://canais.sol.pt/blogs/ajusto/default.aspx
O REAL MADRID
TIROU A CRUZ DO SEU SÍGNO
Devido a um contrato com o Banco
Nacional de Abu Dhabi, o Real Madrid tirou a cruz do seu símbolo para não
ofender os muçulmanos! Por este andar o Deus dinheiro e Alá serão os que
permanecerão e o medo será a diretriz do agir.
O processo da descristianização
encontra-se em pleno progresso através de interesses ideológicos,
estratégias de mercado e justificação de um mundo lobo. Bruxelas tem os
seus interesses e a influência árabe é usada com alibi para se tomarem
medidas contra tradições cristãs. Nestas coisas não se emprega a lei da
reciprocidade. A civilização ocidental, fruto da amálgama de judaísmo,
filosofia grega, administração romana e ética cristã, encontra-se num
processo de autoagressão ao atacar o Cristianismo que lhe dava coesão. A
UE por consideração com os muçulmanos e os ateus não quer cruzes nas
escolas. Em Portugal a esquerda baniu-as das escolas por decreto.
Na Alemanha isso torna-se mais uma
questão de direito dos pais decidirem em cada escola. Em Portugal, os
movimentos anticatolicismo, activos desde as invasões francesas,
encostaram-se ao Estado tendo nele grande influência, continuando o povo a
ser mantido à margem, e dependente do que os grandes decidem. Por isso
bastou uma ordem ministerial para impor uma medida sem ser discutida pelo
povo.
POBREZA DE GENTE
COM TRABALHO NA ALEMANHA
Na Alemanha, segundo as
estatísticas, relativas a 2013, há 3,1 milhões de empregados com um
ordenado abaixo do limiar da pobreza. Os 3,1 milhões tinham um ordenado
mensal inferior a 979 €. Isto significa uma subida de 25% em relação a
2008.
O projecto da UE encontra-se em
crise porque tem favorecido em demasia os capitalistas à custa da
generalidade popular. Infelizmente a UE é, como o mundo, um carrocel que
viaja em diferentes tempos e diferentes velocidades, causando enleamentos
e choques. E o problema também vem do facto de quem arrecada ou ganha mais
não parecer predisposto a diminuir os seus ingressos!
António da Cunha Duarte
Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu
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