2014 O ANO DA
VIRAGEM PARA O INCERTO - UM ANO DE CRISES MÚLTIPLAS Guerra na Europa -
Terrorismo do Estado Islâmico pior que o Nazismo
Se passarmos em revisão o ano 2014
notaremos que foi um ano de surpresas e mudança. A guerra também voltou à
Europa.
Neste centenário da primeira guerra
mundial com 18 milhões de mortos dá-se início aos vícios do século XX:
Kiev, Krim, o inferno da Síria e do Iraque são o melhor exemplo disso e
preparam uma nova era também na cena política internacional.
Países fronteiriços da Rússia revelam-se como palco para motejo entre a
Rússia e o Ocidente.
No Iraque e na Síria instala-se um
estado de terror ainda pior que os de Hitler e de Estaline. Fenómeno
novo preocupante e indicativo da globalização do terrorismo revela-se o
facto de os terroristas islâmicos serem recrutados também das cidades de
Estados de direito como a UE.
A Turquia (membro da nato) torna-se
mais islamista e dá cobertura ao terrorismo sunita na Síria e no Iraque, a
que os curdos resistem com a esperança de a História lhes vir a fazer
justiça e lhes reconhecer posteriormente o direito à sua nacionalidade, ao
estado do Curdistão. (Este será o próximo conflito!). A política
internacional aceita a destruição de um estado antes multicultural como
era a Síria, e em conivência com a facção muçulmana sunita (turca e
saudita) contra a facção xiita (iraniana) aceita dividir a região em
território sunita e xiita deixando também o problema do Curdistão para as
calendas gregas. O ocidente apenas reage mas sem um conceito integral; a
liga árabe não está interessada em consenso. A ONU reflecte a divisão dos
estados e dos interesses.
A Alemanha prefere dedicar-se ao
negócio económico e falar da solidariedade dos outros países europeus no
que toca à distribuição dos refugiados. Entretanto cresce na Alemanha o
desejo de participar mais activamente nas intervenções militares de
conflitos mundiais. Isto significará o acréscimo de poder também militar
não só da Alemanha mas também da Europa. Em 2014 cria-se a necessidade de
intensificar o armamento. A Alemanha inicia uma nova política e a NATO
forma uma nova tropa de reacção; a polícia e os serviços secretos de
informação preparam-se para piores tempos ao constatar o terrorismo extra
e intra muros. Por isso a Alemanha cala os casos de espionagem dos EUA na
Europa.
O apoio russo aos separatistas do leste
da Ucrânia (invasão) e a sua anexação da ilha krim na Rússia criam uma
nova situação na Europa. A Ucrânia que tinha entregado as armas nucleares
à Rússia em 1994 pensava, com isso, adquirir a sua independência e
integridade territorial. A Rússia sente-se ferida nos seus interesses
fronteiriços com a NATO e parece encetar um caminho imprevisível.
Sansões contra a Rússia provocaram uma
crise económica na Rússia com consequências negativas também para a
economia ocidental.
Putin considera a queda da União
Soviética como “a maior catástrofe geopolítica do século XX”. Não aceita
que as fronteiras da NATO se tornem as fronteiras da Rússia, o que vai
levar a NATO à corrida às armas. Um caso bicudo de resolver também devido
à falta de entendimento entre os países europeus.
Os EUA espionam os amigos, porque
consideram prioritários os interesses políticos, económicos e de defesa. A
crise da UE vai-se arrastando.
Milhares de refugiados da guerra e da
miséria morrem no mediterrâneo e muitos milhares encontram refúgio entre
nós.
A sociedade não se encontra
preparada sequer para reconhecer os perigos e conflitos que ela mesma anda
a chocar. Tem medo de imaginar e analisar cenários possíveis porque muita
da nossa inteligência política foi formada numa mentalidade polar ou da
guerra fria.
Os cristãos tornaram-se nas maiores
vítimas da modernidade; em cada cinco minutos que passam é morto um
cristão. Hoje tornou-se moda atacar os cristãos. Até quando surge um
comentário sobre o terrorismo árabe logo surge uma resposta desculpante ou
desviadora do assunto para canto, com o argumento de que os cristãos
também já perseguiram com a inquisição ou caça às bruxas. 400 milhões de
cristãos encontram-se ameaçados e 100 milhões sofrem violência directa
(massacres, aprisionamento, marcação das casas onde vivem cristãos com o
nome nazareno, pagamento do imposto de cabeça – por cristão, como era
costume durante a ocupação muçulmana da Península Ibérica, etc.) . As
igrejas do ocidente não reagem porque se encontram preocupadas com
problemas de umbigo e sob o pensar correcto que domina a imprensa e a
política ocidental.
O Ano 2014 não será para esquecer pelas
consequências das tragédias nele iniciadas ou acentuadas a nível
internacional.
Portugal encontra-se ainda em estado de
excepção dado estar submetido a um regime especial de poupança; a
confiança do cidadão na política está de rastos, o combate à corrupção
encontra muita resistência por parte de poderes enredados e instalados.
2015 não parece prometer muito,
resta-nos a esperança.
António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu
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