A forte emigração muçulmana para a
Europa, as maiores taxas de natalidade dos muçulmanos e as condições do
casamento de muçulmanos com mulheres doutras religiões são factores que
conduzem a um grande avanço do Islão. A expansão, que não pode fazer
através das armas, consegue-a através da procriação, da discriminação de
minorias nos próprios países, da política de gueto no exterior, de leis de
casamento e da severidade da religião. Por outro lado, a política
ocidental aceita, sem contrapartidas, a sua autoafirmação dentro dos
próprios Estados pelo facto da religião islâmica fazer parte do poder
político e estatal dos países muçulmanos e também devido à dependência dos
Estados ocidentais do petróleo árabe, e à possibilidade de investimento
neles.
A linguagem das
Estatísticas
Um estudo realizado nos finais de
2011 e publicado pelo US- Pew Research Center e seu foro Religion & Public
Life, sobre o futuro global dos muçulmanos nos próximos 20 anos, revela
que a população mundial muçulmana aumentará de 35%, isto é, passará de 1,6
mil milhões para 2,2 mil milhões. Nos países muçulmanos com menor formação
escolar das mulheres, cada mulher dá à luz, em média, 5 filhos, enquanto
nos países muçulmanos com maior formação escolar, a média por muçulmana é
de 2,3 crianças.
O estudo prevê para a Europa de 2030
um aumento de, actualmente, 44,1 milhões de muçulmanos para 58,2 milhões;
nos USA de 2,6 milhões para 6,2 milhões. Nas nações europeias, os
muçulmanos sofrerão grande aumento: na Inglaterra passarão de 2.869.000
para 5.567.000; na Bélgica de 638.000 para 1.149.000; na Alemanha de
4.119.000 para 5.545.000; na França de 4.704.000 para 6.860.000; os Países
Baixos também aumentarão de 914.000 em 2010 para 1.365.000 em 2030.
Mundivisões
diferentes
O que está em questão entre a
sociedade ocidental e a sociedade islâmica é o encontro de duas concepções
de Deus-Homem-Sociedade totalmente diferentes e secundadas por práticas e
estratégias contrárias de auto-afirmação. A sociedade islâmica
caracteriza-se pela autoafirmação pela defensiva cultural (monocultura)
pela acentuação do grupo e a sociedade ocidental (cristã) afirma-se pela
abertura (interculturalismo), pela acentuação do indivíduo.
Assim não se proporciona um diálogo
intelectual sério entre maometanos e o ocidente. A política está
interessada numa opinião pública de nivelamento das religiões; não está
interessada em diferenciações que tornem inquietas as maiorias. Sem
discussão, a sociedade acolhedora vai cedendo às exigências dos guetos
muçulmanos, procurando, por outro lado, fomentar oportunidades da sua
integração indirecta através de aulas de religião islâmica nas escolas e
através da criação de cursos da religião maometana (“Centros islâmicos”)
nas universidades. Estes esforços dão-se na espectativa de fomentar entre
os muçulmanos o espírito científico e o diálogo interdisciplinar, no
intuito de levar os muçulmanos a fomentar o espírito académico teológico
na sua discussão interna e a não se limitar ao âmbito moral (leis) e de
costumes.
Na Alemanha há 900 mesquitas com os
seus Imames (orientadores religiosos) normalmente, enviados pela Turquia
em sistema rotativo; estes têm, geralmente, pouca formação geral, o que se
tem revelado como um dos factores fomentadores do espírito de gueto.
Cerca de 70% dos muçulmanos alemães
são sunitas; os alevitas (mais democráticos) são 12%, os xiitas 7%
e os Ahmadiyya 1,7%. Dentro da comunidade maometana há também a pequena
minoria dos salafistas – grupo extremamente radical – muitas vezes
envolvidos em ataques à sociedade não islâmica.
Entre maometanos alemães, levantam-se
vozes raras, como a da deputada Lale Akgün, que considera a crescente
"islamização desastrosa para muitas áreas da vida em que a religião não
tem lugar".
De facto, esta civilização que não
conheceu o renascimento não aceita uma sociedade laica a rivalizar com ela
e para quem o ser humano é concebido apenas em parâmetros culturais
religiosos (homo religiosus). A propaganda contra os judeus tem aumentado
substancialmente entre os imigrantes turcos bem como na etnia árabe e
norte-africana. 90% da imigração para a Europa, desde os anos 90, é
muçulmana. O fomento político desta imigração foi considerado como
um erro por Helmut Schmidt, antigo chanceler alemão.
A estratégia muçulmana de
auto-afirmação pelo gueto e a negação do modernismo em contraposição com o
relativismo de valores ocidentais tem-se revelado vantajosa para a
afirmação da religião muçulmana. Na França há mais de 1.000 mesquitas. No
sul da França, já há mais mesquitas do que igrejas.
O diálogo
intercultural urge e não pode continuar tabu
O tema da imigração muçulmana tem
sido considerado tabu pela maioria dos intelectuais europeus e dos
políticos. Não se dá uma discussão séria entre a cultura árabe e a cultura
ocidental devido aos interesses das elites económicas, políticas e
ideológicas. Nunca é tematizado o caracter da relação totalitária da
religião a nível concepcional, social e humano.
Qualquer análise mais crítica
relativamente ao islão e às atitudes dos imigrados islâmicos é abafada de
início com o carimbo de islamofobia e de extremismo. Do islão ou se fala
bem ou não se fala. O ditado do politicamente correcto da informação
conduz a uma verdadeira desinformação e as pessoas, mesmo no convívio
privado têm medo de se expressarem sobre o assunto. Devido à grande
quantidade de muçulmanos os políticos estão interessados neles como
votantes, com as consequências que daí derivam. É verdade que uma
discussão aberta poderia, por um lado, ajudar os imigrantes maometanos a
compreender melhor os parâmetros por que se orienta a sociedade civil
ocidental, mas por outro criaria inquietação na sociedade acolhedora,
correndo o perigo de se fomentar a xenofobia.
O comportamento exigente das
comunidades islâmicas e a sua política de gueto na sociedade europeia
aberta, que lhes permite liberdade total, fomenta muitos medos nos povos
ocidentais.
Na discussão pública alemã procura-se
branquear a praxis agressiva islâmica actual com argumentos de tolerância
islâmica em eras passadas e sente-se a necessidade de enxovalhar o
cristianismo de hoje com argumentos desfavoráveis do passado (cruzadas,
inquisição, etc.) na esperança de que o maometanismo também se mude. Um
irracionalismo de último grau ao denegrir-se o cristianismo portador no
seu seio dos valore individuais e da democracia. A hipersensibilidade
muçulmana com as suas reacções públicas imediatas, atemoriza os políticos
e muitos membros da sociedade contribui assim para uma hipocrisia nas
relações. A opinião publicada e o politicamente correcto paralisam
qualquer opinião crítica em relação às comunidades islâmicas e ao islão.
O desenvolvimento da economia
ocidental criou a necessidade de mão-de-obra; nesse sentido, os políticos
abriram as portas à imigração contando apenas com mão-de-obra mas, depois
de algum tempo, depararam com pessoas que traziam com elas, como é
natural, os seus costumes. Quando os políticos se viram confrontados pela
afirmação de costumes e éticas culturais questionadores da harmonia social
meteram a cabeça na areia, tal como faz a avestruz, quando se encontra em
perigo. Agora a política (União Europeia) aceita as crenças sem contar que
com elas vêm as religiões e os conflitos interculturais. O direito à
imigração é um direito inalienável; o que se precisa é responsabilidade e
respeito pela dignidade humana da parte dos acolhedores e dos acolhidos.
Dificuldades no
Diálogo inter-religioso e intercultural
Na Europa, a religião encontra-se
enquadrada por um pano de fundo de tendência liberal capitalista e
socialista; estas são orientações aparentemente contraditórias, mas
complementares na instrumentalização da pessoa e do seu modo de sentir e
viver. O que conta é a matéria e o produto que se faz dela. Uma filosofia
relativista suporte, justifica o consequente individualismo consumista e a
massificação duma sociedade, cada vez mais incapaz de distinguir e
analisar.
Neste panorama, o cristianismo,
fundamento da civilização ocidental, encontra-se de retirada. É sentido
como demasiado complicado e exigente para uma sociedade que se quer
consumista e proletária. Vão-se sucedendo ondas da moda a nível de ideias
e de consumo, numa espiral de desresponsabilização individual e
institucional.
Assim, na Europa dos anos 70 esteve
em moda o induísmo que ainda acreditava em Deus. Depois seguiu-se-lhe a
onda ateísta com o budismo. O Budismo (novo budismo), como é percebido e
espalhado no Ocidente, vem mais de encontro às necessidades de pessoas que
se satisfazem com um budismo de tipo coquetel espiritual à la carte,
virado para o momento do agora e aqui. Procura-se o prático e o útil. Não
se trata de crer mas de experimentar. As pessoas sentem-se bem num budismo
que junta o útil ao agradável, ensinando técnicas de vivências pessoais e
criando espaços para se descansar dum pensar esforçado e duma vida
estressada.
Muitos ocidentais aprendem a
aprofundar-se no cristianismo através do desvio do budismo. Um
cristianismo, por vezes demasiadamente intelectual e fixado no além recebe
assim uma rectificação intuitiva.
Um outro desafio, não só à religião
cristã mas à cultura ocidental em geral constitui o aumento crescente e
militante do islão que com uma doutrina simples (subjugação) e uma ética
fácil se vai espalhando na Europa.
Duas concepções de Homem e sociedade
diferentes têm a oportunidade de se encontrarem na responsabilidade e
respeito pela dignidade humana. Para isso o politicamente correcto não
deve adiar uma discussão séria que ajudaria acolhedores e acolhidos a
melhor compreender os parâmetros por que se orienta a sociedade árabe e a
sociedade ocidental e ambos trabalharem no sentido de um progresso comum.
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