Segundo a tradição em parte do norte
de Portugal, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, muitas pessoas
colocam maias (giestas floridas) nas portas das casas para lembrarem o
tempo da fuga de Jesus para o Egipto. Noutras terras colocam maias no
ferrolho da porta para serem protegidos das doenças e dos espíritos
maus. Em torno de Maio há muitos outros costumes de diferentes
tradições.
Nalgumas terras alega-se que esta
tradição remonta ao tempo de Jesus, aquando da sua fuga para o Egipto
devida à perseguição de Herodes que ordenara a procura e morte do menino
Jesus. Segundo a lenda, tendo sido identificada a casa onde a sagrada
família pernoitava, um denunciador teria colocado um ramo de giesta na
porta daquela casa para que os soldados de Herodes, depois de avisados,
pudessem identificar a casa e levá-lo. Por milagre, quando os soldados
se dirigiram à cidade depararam com todas as portas enfeitadas com ramos
de giesta florida. Assim os soldados não puderam cumprir a ordem do mal
contra o bem. Noutras terras as maias recordam o caminho da sagrada
família para o Egipto: Maria para se poder orientar no regresso terá
colocado giestas no seu caminho.
Em Maio condensam-se as celebrações
de usos e costumes símbolos da fertilidade, por toda a Europa.
O ressurgir da natureza é festejado
por todas as culturas ao longo da História, reflectindo diferentes
expressões religioso-culturais conforme o espírito do tempo e da cultura
envolvente.
Quando a natureza acorda para a
juventude, celebra-se, com festas e ritos, a vida, a luz, o fogo e
esconjura-se a treva. Estes ritos ganham expressão em tradições como a
das maias, Florais, o burro, a rainha de Maio, coroa das maias, leilão
de donzelas, a festa do mastro/árvore (esta festa também da virilidade
encontra-se no norte da Europa e em Penafiel - costume celta?), etc. No
Norte da Europa há lugares onde se comemora a chegada de Maio onde,
outrora, moças em idade de casar eram apresentadas no leilão de Maio.
Maio recebeu o nome do deus Maius que
era o deus da Primavera e do crescimento. Para outros vem de Maia, mãe
de Mercúrio. As celebrações em honra de Flora, a deusa das flores e da
juventude (mãe da Primavera), iniciavam o novo ano agrícola e atingiam,
na Roma antiga, o seu clímax nos três primeiros dias de Maio.
A Igreja católica declarou Maio como
o mês de Maria, a mãe e rainha. Dos 54 países que celebram o Dia da Mãe,
36 festejam-no em Maio.
Também no Norte da Europa havia a
tradição dos rapazes colocarem um arbusto à porta da sua amada como
declaração de amor, paralelamente ao costume de serem nesse dia
leiloadas as donzelas em idade de “casar”. Há tradições semelhantes em
Portugal. Aqui, nalgumas terras, havia a tradição da “coroa das maias”,
elaborada em papel com fitas de cores e que os rapazes, colocavam à
porta das suas pretendidas, como manifestação do seu amor. |
ANTÓNIO da Cunha Duarte JUSTO . Nasceu em Várzea-Arouca (Portugal). E-mail: a.c.justo@t-online.de.
Professor de Língua e Cultura Portuguesas, professor de Ética, delegado da disciplina de português na Universidade de Kassel .
PUBLICAÇÕES
- Chefe Redactor de Gemeinsam, revista trimestral do Conselho de Estrangeiros de Kassel em alemão com secções em português, italiano, turco, françês, grego, editada pela cidade de Kassel, tiragem 5. 000 exemplares.
- Editor da Brochura bilingue: "Pontes Para um Futuro Comum – Brücken in eine gemeinsame Zukunft", editada na Caritas, Kassel
- Editor de "O Farol" , jornal de carácter escolar e social em colaboração com alunos, pais e portugueses das cidades de Bad Wildungen, Hessisch Lichtenau, Kassel, Bad Arolsen e Diemelstadt( de 1981 a 1985)
- Editor de „Boletim da Fracção Portuguesa no Conselho de Estrangeiros de Kassel (1984)
- Autor da Brochura „Kommunalwahlrecht für Ausländer – Argumente“ editada pela Câmara Municipal de Kassel, Fevereiro de 1987.
- Co-autor da Brochura „Ausländerbeiräte in Hessen - Aufgaben und Organisation“, editada pela AGAH e Hessische Landeszentral für politische Bildung, Wiesbaden, 1988.
Colaborador de vários jornais e do programa de rádio semanal de português de Hamburgo.
http://blog.comunidades.net/justo
|