O cigarro desce e sobe, ininterrupto.
A sua boca é o farol que incandesce
a espuma solitária e, momentaneamente,
lhe dá afago, a ternura do lume.
Nas últimas três vezes em que a fitei,
erguíamos o copo no mesmo desfastio.
Uma coincidência e não uma harmonia:
alga nova não suporta a oxidação madura,
unicamente se atrasou o seu encontro
e a ansiedade leva-a a ritmos alheios
aos seus. Mas brilha, numa proporção
que ainda não se conteve, e enrola o cigarro
nos dedos com a descuidada malícia
que torna os olhos que a crivam imitação
de pirilampos na cabeleira de Deus. |