Colagens RGB The other innovation, more radical for artistic practice, is derived from the fact of the use of pre-existing elements, that is, not created by the artist, but recovered, appropriated, by him. In this sense, Duchamp’s ready-made is already contained in the cubist collages. Therefore, the apparently simple gesture of the collage introduces two fundamental questions for modern and contemporary art: in the mechanism of the gestalt, in which art is not anymore concerned with the recognition of the part, as in the figurative representation for example, being on the other hand dedicated to the emergence of the Whole; and in the paradigm shift, with the surpassing of an artisan and manual art, to become concept and context. The novelty of my collages resides in a technological and theoretical deepening of the original gesture. In the practical plan with a radical appropriation, since all the images, without exception, are recuperate from the Internet and are assumed as photographs without camera. On the other hand, the collage is not based on contiguities, but on layers. Digital images in the monitors constitute a true revolution in perception. Since, in contrast of that we are familiarized, the production of an image does not drift on the color accumulation, but rather on the decay of the black. While in a typographical impression the colors are made by the accumulation of four inks, Cyan, Magenta, Yellow and Black, in the RGB system, used for the monitors, the colors derive from the gray gradations of three channels, Red, Green and Blue. The collage of images in the three different channels, are not an accumulation of inks, but an interaction between images. The color does not depend on a simple accumulation of inks, but on a process of adding and subtracting levels of gray. This process of adding and subtracting is present in practically all life mechanisms, namely on natural collective systems, and biological networks where phenomenon like self-organization relies on simple mechanisms of positive and negative feedback. To start with the interaction of life and dead, which appears as a metaphor for these series of dynamic and vertical collages in a RGB environment. Colagens Dinâmicas Verticais A outra novidade, mais radical para a prática artística, derivava do facto de se utilizarem elementos preexistentes, isto é, não criados pelo artista, mas recuperados, apropriados, por este. Nesse sentido, o ready-made de Duchamp está já contido nas colagens do cubismo. O aparentemente simples gesto da colagem introduz assim duas questões determinantes para toda a arte moderna e contemporânea: o mecanismo da Gestalt, no qual a arte deixa de se preocupar com o reconhecimento da parte, como na representação figurativa, por exemplo, e passa a dedicar-se à emergência do Todo; e na mudança de paradigma, com a arte a superar a produção artesanal e manual, para se tornar conceito e contexto. A novidade das “minhas” colagens reside num aprofundamento, teórico e tecnológico, do gesto original. No plano prático, existe por um lado uma apropriação radical, já que todas as imagens sem excepção são recuperadas da Internet e assumem-se como fotografias sem câmara, e por outro, a colagem é feita não por contiguidade, mas por camadas, utilizando essa verdadeira inovação que é a visualização em layers. Acresce que as imagens digitais reproduzidas nos monitores constituem uma verdadeira revolução perceptiva. Já que, ao contrário do que estamos habituados, a produção de uma imagem não deriva da acumulação de cores sobre um fundo branco, mas sim do enfraquecimento do preto. Enquanto numa impressão tipográfica as cores se obtêm por acumulação de quatro tintas, Azul, Magenta, Amarelo e Preto, no sistema RGB, usado pelos monitores, as cores derivam das gradações de cinzento de três canais, Vermelho, Verde e Azul. O que significa que ao “colarmos” imagens nos três diferentes canais não estamos a acumular tinta, mas a retirar do preto. O resultado que se apresenta nestes trabalhos nada tem pois a ver com uma mera sobreposição de imagens, mas com as interacções que se estabelecem entre as várias gradações de cinzento de cada imagem. Da mesma forma a cor não depende de uma simples acumulação de tintas, mas de uma dinâmica entre cinzentos que ora acrescentam, ora retiram “tintas”, daí resultando um Todo exuberantemente colorido que é, de facto, superior à simples constituição das partes. Ora esse processo de tirar e pôr determina praticamente todos os mecanismos da vida. A começar pela interacção vida/morte presente nestas primeiras séries de colagens dinâmicas e verticais em ambiente RGB. Leonel Moura ___________________ Site do pintor Leonel Moura : http://www.lxxl.pt Leonel Moura > Colagens RGB
|