SALOMÉ
Judas. Judas.
JUDAS
Pára. Pára.
SALOMÉ
Judas, olha para mim.
JUDAS (Tirando as mãos do rosto)
Pára!
O canhão de luz apaga e a música termina. Salomé fica imóvel, iluminada pelo luar.
SALOMÉ
Por que não voltaste? Eu era tua, lembras-te?
JUDAS
Prometi a mim mesmo tantas coisas... (Senta-se no chão) E não cumpri nenhuma delas. E tinha todas as certezas.
Salomé senta-se e coloca a cabeça de Judas no regaço.
SALOMÉ
Viver não é só ser ou não ser, Judas. É poder ser. Eu ainda sou uma idumeia, mas tu já não és mais um judeu.
Judas levanta-se e vai para o fundo. A luz baixa em resistência até a cena ficar em completa escuridão. Um canhão de luz ilumina Judas, parado no fundo.
JUDAS
Agora é tarde, Shelomit. Um homem nunca é nada ele sozinho. Nem livre, nem verdadeiro.
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