A CASA DE ANITA / Museu de Anita Garibaldi, em Laguna www.triplov.org 07-12-2005 |
A CASA DE ANITA É um pequeno museu, em Laguna, a Casa de Anita. E Anita não morou nessa linda casa, uma entre as muitas que fazem de Laguna uma cidade graciosa de outros tempos, e que me lembrou Bissau. Foi nela que Anita se vestiu para o casamento com o primeiro marido, em meados do século XIX. Conta a história que usou sapatos de salto nesse dia, o que não era costume. Rezava o ditado que, se a noiva tropeçasse na igreja, teria casamento desfeito. Anita tropeçou, porque sapatos de salto, nesses duros tempos de Laguna, em que os farroupilhas, ajudados por Garibaldi, lutavam pela independência do Sul do Brasil, e de resto conseguiram proclamar, da varanda de uma das mais belas casas de Laguna, hoje museu, a República Catarinense, que não durou 200 dias, nesses duros tempos não deviam ser muitas as que tinham posses para comprar sapatos finos. As roupas dos noivos costumavam ser alugadas na casa onde ela se vestiu. Mais tarde, Anita casou com Giuseppe Garibaldi, um dos três maiores líderes da Maçonaria Florestal Carbonária, e desempenhou papel relevante nas lutas em que se empenharam os carbonários, quer no Brasil quer em Itália, daí ser conhecida por Heroína dos Dois Mundos. Na última página deste trabalho, o texto sobre a batalha de Roma dá-nos precisamente a face europeia da sua acção carbonária. A cidade de Laguna não parece reter memória da Maçonaria Carbonária, absorvida talvez pela Maçonaria da Pedra, que ostenta a sua simbologia em monumentos vários. Muito extraordinariamente, fotografámos os seus símbolos no monumento que comemora os 500 anos do Tratado de Tordesilhas. O texto alusivo não teme atribuir espírito maçónico aos idealizadores do traçado dessa linha que passa por Laguna, e da qual resultou o nascimento de uma nova nação, o Brasil... A visita a Laguna, de que ainda há imagens para mostrar, algumas relativas à agricultura e à carcinocultura, integra-se numa viagem de estudo a Curitiba, no Paraná, patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Maria Estela Guedes |