|
||||||||
Esta iniciativa foi pioneira no campo sectorial da formação permanente, não só pelo facto de proporcionar a religiosas/os leigos, cursos estruturados para o aprofundamento da fé, mas também pelo que se antecipou na renovação teológica impulsionada pelo Vaticano II. O ISTA não parou no tempo. A teologia continua a ser a sua principal preocupação, mas as suas iniciativas visam o diálogo com a filosofia, a história, as ciências humanas. Acentuando o valor dos encontros interdisciplinares, a sua atenção centra-se nas ideias, pensamentos e investigação que concernem a cultura e a vida humana. Eis um espaço que não quer ser um mero arquivo. A teologia é um labor imparável. Esta semana de estudos visa refazer a crítica do trabalho teológico que se fez, no decurso do Vaticano II, à escala internacional, mas também à escala do país que somos. Isto porque o ISTA, desde a sua fundação há cinquenta anos, para além das tendências por onde a teologia derivava, sempre reflectiu sobre a recepção dessas tendências no espaço da sua prática local. È o conjunto dos textos produzidos no contexto desta celebração que são aqui apresentados. Um segundo conjunto de textos reporta-nos ao ciclo de conferências que decorreram ao longo de 2004 e que tinha por preocupação a questão da verdade. A verdade é indispensável a qualquer sociedade humana. Mas o tempo não é de feição para se falar da verdade. No “operativismo” nada há a “desocultar” – o esplendor do falso tornou o “autêntico” suspeito de metafísica. O mundo está cheio de Baudolinos à solta, fiados muito mais no espectáculo da sua aparição do que na proferição da verdade. É preciso defender o valor da verdade contra os cépticos pós-modernos, que negam a sua existência, e contra os defensores do bom senso, que a dão por adquirida. Negar alegremente a existência da realidade objectiva e celebrar esta negação é politicamente perigoso e intelectualmente preguiçoso. A verdade não é uma deusa qualquer diante da qual os cientistas se devam ajoelhar. É uma norma que regula a investigação científica, a regra do jogo, diante da qual não temos nem deveres nem obrigações. Porque falam os economistas do “preço da verdade”? A maior parte dos argumentos dos “verifóbicos” são grosseiros “non sequitur” que Platão e Aristóteles estigmatizaram na sua crítica dos sofistas. Onde estão os novos sofistas? Como se maquilha a verdade? Os textos aqui apresentados tentam, cada um à sua maneira, responder a essa questão. À verdade vai-se intersubjectivamente. Também nos aproximamos dela através da leitura e da reflexão. Que estes textos sejam o bordão que nos leve, pelo menos às cercanias dela.
Fr. José Augusto Mourão, op |
||||||||
ISTA, Página principal - Cadernos do ISTA - TriploV |
||||||||
ISTA CONVENTO E CENTRO CULTURAL DOMINICANO R. JOÃO DE FREITAS BRANCO, 12 1500-359 LISBOA CONTACTOS: GERAL: ista@triplov.com |