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FÁTIMA, 24 - 28 DE AGOSTO DE 2008
QUEM É O NOSSO DEUS?
S. Pedro convida-nos a estarmos sempre prontos a dar razão da nossa esperança (IPed.3,15). É por isso mesmo que o aprofundamento da fé, concretamente através deste curso de teologia do ISTA, se justifica plenamente. Para mais num momento em que reaparecem com vigor alguns ateísmos teóricos que julgávamos ultrapassados. De facto, os mestres da suspeita – Marx, Nietzsche, Freud – têm hoje os seus ressuscitadores e continuadores. E, além disso, não somos testemunhas directas do reacender dos debates em volta de Galileu ou de Darwin?
Diante do ateísmo, do agnosticismo ou do anti-teísmo, como vivemos e experienciamos a nossa fé? Quem é o nosso Deus? Será o mesmo Deus que denunciam os não crentes? Ou será que o Deus cristão não é atingido por tais críticas? Será a nossa moral impeditiva de um humanismo? Dará o cristianismo (e as outras religiões) motivos para o ressurgimento dos ateísmos?
Enfim, por aqui anda a temática do Curso de Teologia do ISTA deste ano. Problemática simultaneamente de fundo e de extrema actualidade. Vamos comunitariamente encontrar razões da nossa esperança.
(José Nunes)
«A noção de "Deus" foi inventada como antítese da vida - nela se resume, numa unidade assustadora, tudo o que é nocivo, venenoso, difamador, todo o ódio pela vida. A noção de "Além", de "mundo verdadeiro ", não foi inventada senão para depreciar o único mundo que existe - para destituir a nossa realidade terrestre de qualquer sentido, qualquer razão, qualquer tarefa! A noção de "alma", de "espírito" e, afinal, de "alma imortal", foi inventada para desprezar o corpo, para torná-lo doente - "sagrado" -, para condenar todas as coisas que merecem ser levadas a sério na vida - as questões da alimentação, da habitação, do regime intelectual, os cuidados a ter com os doentes, a higiene, o tempo que faz - à mais assustadora das indiferenças! Em vez da saúde, a "salvação da alma" - quero dizer, uma loucura circular que vai das convulsões da penitência à histeria da redenção! A noção de "pecado" foi inventada ao mesmo tempo que o instrumento de tortura que a completa, a noção de "livre-arbítrio", para confundir os instintos, para desconfiar dos instintos como se de uma segunda natureza se tratasse.»
(Nietzsche, Ecce Homo, Porque sou um destino §8, 1888)
PROGRAMA
SEGUNDA-FEIRA – 25 DE AGOSTO
Razão, Ateísmo, Fé.
(Considerações sobre o pseudo-problema do ateísmo no pensamento
contemporâneo)
(CARLOS MORUJÃO)
TERÇA-FEIRA – 26 DE AGOSTO
Iavé, Deus de bênção e Deus de salvação
(FRANCOLINO GONÇALVES)
QUARTA-FEIRA – 27 DE AGOSTO
Jesus – Um Deus diferente.
A próexistência e o compromisso com a história
(JUAN AMBROSIO)
QUINTA-FEIRA – 28 DE AGOSTO
A moral, Deus e os cristãos
(MATEUS PERES)
SEXTA-FEIRA – 29 DE AGOSTO
Responsabilidade das religiões no anti-teísmo actual (e modos de o superar)
(JOSÉ NUNES)
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