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UM OLHAR SOBRE O MEU CONDISCÍPULO, DE CAMILO CASTELO BRANCO |
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Entregue à tarefa de reunir elementos sobre o ensino da Química em Portugal no século XIX, estava efectivamente bem longe de imaginar que nos complexos caminhos da investigação me iria cruzar com Camilo Castelo Branco. Foi o notável Ferreira da Silva, na sua “Breve notícia sobre o ensino da química na Academia Politécnica do Porto”, apresentada ao Congresso Pedagógico de Madrid de 1892, quem me conduziu a Camilo, ao referenciar o seu livro, “Cavar em ruínas”, a propósito de um dos preparadores do laboratório de Química da Academia, e farmacêutico do Porto, Francisco Pereira de Amorim Vasconcelos. A expectativa de poder encontrar alguma informação adicional para o tema a que dedicava o meu esforço de pesquisa levou-me a consultar a obra em questão. Acima de tudo foi este o motivo, acrescido de alguma curiosidade, dado o «exotismo» de ser a opinião de um literato a pesar mais, sobre a pessoa visada, que a de qualquer químico ou colega de profissão. Na realidade, é com os termos de Camilo que Ferreira da Silva apresenta Amorim de Vasconcelos: «diz Camilo Castelo Branco, era doutíssimo na especialidade, e, sem favor, o primeiro químico experimental do Porto», ao que ainda acrescenta «À memória dele consagrou o distintíssimo escritor uma notícia interessante». Não será pois de admirar que o meu primeiro impulso, depois de inevitavelmente me divertir com o conto referido, tenha sido o de fazer fé absoluta no seu conteúdo, considerando-o um relato fidedigno do passado. Escrito em 1866, e organizado em dois apartados, “O meu condiscípulo” elege como personagem principal a figura de Francisco Pereira de Amorim e Vasconcelos (1812-1859), abastado e distinto farmacêutico do Porto, que foi, nessa cidade, administrador da farmácia do Hospital da Ordem da Santíssima Trindade. Esta não é, contudo, a característica de Vasconcelos trabalhada por Camilo, que antes se concentra nas suas qualidades humanas e intelectuais de forma inquestionavelmente elogiosa. Admiração, reconhecimento, ternura, afecto, tudo isso podemos encontrar nos termos do discurso narrativo que compõe o retrato camiliano de Amorim de Vasconcelos, a sugerir, entre as duas pessoas em questão, a familiaridade suficiente para podermos acreditar num conhecimento real para além da trama da ficção. O conto de Camilo bem podia passar por excerto historicista, não foram as incongruências reveladas no confronto de algumas informações por ele fornecidas, com as de outras fontes entretanto consultadas. Onde se cruzaram Camilo e Amorim? Na Academia Politécnica? O registo de Camilo assim o indica, no entanto, tudo leva a crer que nunca como condiscípulos na cadeira de Química, isto simplesmente porque os dados disponíveis relativos a um e a outro revelam que a frequentaram em alturas diferentes, existindo uma diferença de cerca de oito anos entre a época em que Camilo foi aluno da cadeira de Química (1843/1844 ou 1844/1845)1, e a altura em que Vasconcelos a frequentou (1852/1853)2. A existência desta imprecisão foi uma sombra lançada sobre uma narrativa autobiográfica, e a dúvida a respeito da autenticidade da matéria relatada persiste, apesar de comprovada a legitimidade de outras informações, tanto em relação ao episódio da Química na Academia Politécnica (lente da cadeira, livro adoptado, matérias), como no respeitante ao período pós-académico (parte II do texto). Não apurei até que ponto Camilo torpedeou a verdade dos factos em favor da verosimilhança, bem como a ordem dos acontecimentos, por isso fico sem saber onde se situa o limite entre a realidade e a ficção. Seja como for, o ter encontrado uma inconsistência histórica, ao constatar a impossibilidade de o «condiscípulo farmacêutico» estar presente na mesma classe de Química da Academia Politécnica, da qual se escapavam à socapa Camilo e o outro seu companheiro, permitiu-me considerar o texto como reconstrução de uma realidade (no qual acontecimentos verídicos, como pessoas, locais, algumas datas, etc., foram reorganizados em torno de uma ficção) e afastar a hipótese de ter alguma vez havido a preocupação, em Camilo, de pôr a história ao serviço da História3. Não sendo pois um registo fiel dos acontecimentos, restou-nos olhar de outra forma ȁO meu condiscípulo” e procurar a moral da história, na medida em que, a meu ver, existe outra intenção em Camilo, neste conto, para além da de realçar o carácter extraordinário da personalidade de Amorim de Vasconcelos, e que se prende com as incursões críticas que realiza sobre temas científicos, tanto ao nível do seu conteúdo, como do seu ensino. No que respeita à Química, da qual se declarava «o mais inimigo», critica em particular o seu lente4 - «fúnebre»; «nunca teve o gosto de nos ouvir» -, a sua pesada estrutura didáctica, «recamada de protos, de deutos, de bis, de sesqui, de pilhas, de retortas, e várias outras coisas com que os homens entretêm a vida para não morrerem de tédio», a incapacidade de diálogo com as pulsões da vida, afinal: «fugíamos da aula de cócoras, quando o sol de Deus nos estava incitando à rebelião». Sou de opinião que Camilo critica de uma forma geral a Ciência, atitude que aparece mais vincada na segunda parte do conto, à medida que se consolida o afastamento de Amorim e Vasconcelos em relação à denominada “ciência normal” e que de alguma maneira parece representada pela «Química dos sesquióxidos» de frei Santa Clara Sousa Pinto. Mostrando-se particularmente informado e actualizado, nas escolhas que efectuou, para exemplos polémicos em Medicina, com a alusão, ainda que implícita, ao Mesmerismo, e com a introdução do tema homeopático no enredo da história, pela mão de um simpatizante farmacêutico5, o nosso autor, para além de saber o que dizia, demonstrava, afinal, que nestes domínios dos saberes não-científicos (onde se incluíam, para além do que já referimos, a psicologia, por exemplo, e a psicoterapia por meio de sugestão e hipnotismo) se podiam movimentar seres de categoria superior, como o seu pretenso colega farmacêutico. Tão superior que não houve lugar na Terra para ele, um pneumático - «o lugar dos espíritos não é aqui» são palavras que Camilo põe nos seus lábios e por isso o final do conto é a conclusão do processo ascético de Vasconcelos, libertando, de um ente que já só era «um grande osso envolto em películas», o corpo, que cai, e devolvendo o espírito ao lugar dos sábios. Não é de todo nossa competência refutar as opiniões que, sobre matérias de ciência médica, e afins, nos pareceram emanar deste texto de Camilo. Deixamos o repto a quem se interessar por estas questões e as queira comentar no âmbito da História e da Filosofia da Medicina ... Não nos debruçaremos também sobre o tema da espiritualidade. Sobre o tema da Química no Porto, temos, porém, alguns comentários a fazer, e outros tantos esclarecimentos a prestar: A Academia Politécnica foi criada em 13 de Janeiro de 1837, integrada na reforma dos estudos superiores levada a cabo pelo ministério de Passos Manuel e sob a inspiração do vice-reitor da Universidade de Coimbra, José Alexandre de Campos. Destinava-se a promover as ciências industriais, e explorava o oco social existente para a carreira civil de engenharia, ainda mais escavado, depois da organização da Escola Politécnica - Escola do Exército de 11/12 de Janeiro do mesmo ano trazer um maior reforço à engenharia militar. Para além do «conjunto nobre», constituído pelos cursos de engenharia de minas, de construção de navios, geográfica e de pontes e estradas - «especialidades» que virão posteriormente especificadas no primeiro programa oficial de ensino, de 1838-1839, e que lhe conferiam um inquestionável carácter de ensino superior - e pelos cursos de oficiais de Marinha, e de directores de fábrica, a Academia permitia ainda as formações «menores» de pilotos, comerciantes, agricultores e artistas. A ambivalência daqui resultante tornou-se desde logo o condicionante principal, a «pedra angular» do desenvolvimento da instituição em causa, e verdadeiro motor de contradições para o sistema. Isto, a insuficiência de cadeiras face ao número de cursos, e a escassez de dotação - cedo sem o apoio da receita das propinas (em 1840 uma ordem real determinou que seguisse para os cofres do Estado) - não fez vida fácil à Academia Politécnica. Em particular, esta última questão foi factor determinante para o ensino das ciências, mais susceptível à penúria financeira. Na época do Camilo académico a falta de verba era a realidade para tudo aquilo que permitia e dignificava o ensino das ciências físiso-naturais: gabinetes, jardins, laboratórios, observatórios. A Academia Politécnica era uma instituição «à espera», e enquanto a vontade política não transbordava dos limites do decreto, docentes e mais pessoal faziam os impossíveis por viabilizar o projecto de uma escola de engenheiros com a École Centrale de Paris como referência, defendendo a «causa» com uma tenacidade e teimosia, essas sim, verdadeiramente superiores. A Química da Academia Politécnica não foge à regra: empobrecida, com muita falta de meios, um laboratório improvisado - «mesquinho», até -, e um frei catedrático que, não obstante as limitações decorrentes de uma formação apenas coimbrã, irá mais tarde procurar outras didácticas para a Química, e encontrava a solução para a complexa situação do ensino prático, apoiando-se na dedicação sem limites do extraordinário substituto e preparador de improviso, José António de Aguiar. As palavras de Camilo não deixam dúvidas sobre a compreensão dos saberes da cadeira de Santa Clara Sousa Pinto por parte de um jovem estouvado que fugia, ao encontro do sol e do amor: ela simplesmente não existia. Somente os alunos predestinados pela profissão acediam à Química dos sesquióxidos: os médicos, e em especial os farmacêuticos, verdadeiramente «talhados» para enfrentar, sem soçobros, o enredado e diverso reino mineral. Camilo certamente não sabia que, para além do rosto fechado do lente da 9.ª cadeira, uma sensibilidade impunha preocupações de natureza pedagógica que eram pouco comuns para a época, levando-o até a engrossar o parco número de traduções, para português, de obras de natureza científica. Não deveria saber também da paciência necessária para esperar eternamente a resposta aos pedidos para concessão de mais algumas verbas, e da convicção e coragem para repeti-los... sempre. Nem da exasperação que daí advinha e que levava a que por vezes se fizessem aquisições com dinheiro do próprio bolso, como se conta a propósito de José António de Aguiar. Curioso é que Camilo não fala de Aguiar. E o facto é que não podia ter deixado de o conhecer, porque ele era o preparador/assistente do lente proprietário de Química. E como personalidade muito próxima da cadeira de Química e da sua prática, e assim sendo, necessariamente também, dos alunos, para além de, após a sua prematura morte, se ter celebrado um verdadeiro ícone da instituição, como pode Aguiar ter passado despercebido a Camilo? É no sentido de verificar e esclarecer, esta, e outras perplexidades, que arrisco juntar agora uma modesta contribuição, intitulada “A Química na Academia Politécnica do Porto (1837-1868)”. Como o próprio título indica, o objectivo foi o de, para um período historicamente representativo para o domínio da Química e do seu ensino nessa instituição, elaborar um estudo que abrangesse o tempo do conto “O meu condiscípulo” e fornecer, em alternativa à ficção mais ou menos autobiográfica de Camilo, factos que permitissem ao leitor construir eventualmente outra realidade, que não aquela que me parece repassar do discurso deste autor. Porém, não importa somente enquadrar a ficção de Camilo: a Academia Politécnica pertencia às gentes do Porto, que tradicionalmente contribuíam para o sustento das suas aulas/estabelecimentos de ensino na forma de um imposto (caso por exemplo da Academia Real da Marinha e Comércio), e que, como tal, entre outras possíveis razões, as sentiam muito suas. As origens da sua história radicam nas aspirações de uma burguesia mercantilista, em primeiro lugar, evoluindo depois rapidamente para a afirmação, não só de uma classe industrial politicamente liberal, que quer ver os seus filhos engenheiros à moda da elite francesa, como, de uma forma geral, de uma população que quer ter uma definição na vida, profissionalmente falando. A história da Academia Politécnica do Porto permite explicar em que extensão isso se verificou. A importante monografia de Artur de Magalhães Basto, “Memória histórica da Academia Politécnica do Porto”, elaborada aquando da celebração do centenário, é um documento fundamental para traçar qualquer cenário da instituição portuense desde a sua fundação até ao início do século XX; outros elementos não só complementares para a mesma época, como subsequentes, deverão certamente ser encontrados na obra de Bernardino de Barros Machado, “O Ensino da Engenharia na Universidade do Porto”, de 1948, e na mais recente, de Cândido dos Santos, “Universidade do Porto: Raízes e Memórias da Instituição”, de 1996. Também os estudos a abordar a problemática da extensão do ensino superior das Ciências a outros centros habitacionais do país para além de Coimbra, se ocupam necessariamente da Academia, e desses destacamos, do professor Fernando Bragança Gil, “O liberalismo e a institucionalização do ensino superior científico em Lisboa”, Congresso Luso-Brasileiro da História da Ciência e da Técnica, 1.º: Actas. Évora, Universidade de Évora, 2001, no qual as «desassombradas» politécnicas são comparadas, em termos de ensino das cadeiras científicas, e na sua «aceitação» por parte da Universidade de Coimbra. Existirão certamente mais estudos que importava aqui referir; ficam desde já as minhas desculpas, e a informação de que sempre podem enviar elementos no sentido de colmatar essa falha (e outras que não tenho identificadas), para os endereços disponíveis do TriploV. Deixo-vos porém Camilo, a sua Química e a Academia Politécnica, a esperança de que este tenha sido um bom modo de motivar outros estudos e investigações sobre a história das nossas instituições de ensino, e um desafio geral, de reflexão sobre a pertinência e aceitabilidade do discurso literário na historiografia da Ciência e suas instituições. |
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NOTAS |
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1. CABRAL (1997) refere que Camilo se matriculou na Escola Médico-Cirúrgica de 1843 a 1845, revelando-se um estudante medíocre. Porém, é Camilo, e não os seus biógrafos, quem afirma ter frequentado a Química no Porto nessa altura. Este facto é contudo muito admissível, uma vez que esta disciplina fazia parte do elenco dos subsidiários exigidos aos alunos das Escolas Médico-Cirúrgicas que, segundo a lei de 29 de Dezembro de 1836, podiam ser estudados em «qualquer estabelecimento» - e que depois a reforma da instrução pública de 20 de Setembro de 1844 (Art. 147.º e 150.º) vem estabelecer que deveriam sê-lo na Academia Politécnica, como na Universidade de Coimbra ou na Escola Politécnica (alguns deles como preparatórios) - e incorporados nos dois primeiros anos do respectivo curso médico-cirúrgico. Existiam alunos da Escola Médico-Cirúrgica do Porto matriculados na cadeira de Química da Academia Politécnica, desde o ano lectivo de 1837-1838. 2. Segundo o bosquejo biográfico feito por F.B. dos Santos, publicado no n.º 29 da “Gazeta Homeopática Lisbonense” de 1860. Francisco Pereira Amorim de Vasconcelos (1812-1859), farmacêutico de profissão, tirocinada em várias farmácias, e com exame prestado em Outubro de 1830, no princípio de 1833 já era administrador do estabelecimento de José Emídio Alves Henriques. Para os finais da década de 40 matriculou-se na Academia Politécnica, e o cômputo do seu desempenho como estudante foi: frequência e aproveitamento nas cadeiras 8.ª (Física Elementar e suas principais aplicações - 1849/1850), 9.ª (Química, e Artes Químicas - 1852/1853) e 10.ª (Botânica e Agricultura - 1853/1854) e curso completo de Agricultura (carta em 1855). Frequentou também o primeiro ano do curso matemático. Algum tempo antes do seu falecimento foi preparador interino do Laboratório de Química da Academia (segundo Ferreira da Silva, em 1857 e 1858, nos dois anos que antecederam a nomeação do 1.º preparador oficial do laboratório, Manuel Nepomuceno). Camilo refere-se a Amorim de Vasconcelos como «o estudante premiado». Assinale-se desde já alguma analogia entre este e a figura de José António de Aguiar: ambos farmacêuticos, posteriormente alunos da Academia Politécnica, premiados, preparadores do Laboratório de Química, desaparecidos precocemente. 3. Esta particularidade é aliás apontada por alguns autores, dificultando o trabalho àqueles que se dedicaram à sua biografia. É o que se depreende, por exemplo, do seguinte excerto em ANDRADE (1990), a propósito da passagem ou não de Camilo pela Universidade de Coimbra: «À primeira destas estadas [em Coimbra] se refere o escritor em abundantes passos da sua obra, por vezes com discrepâncias cronológicas, motivadas porventura pela distância temporal em que se descreve os factos ou ainda pela diferença que medeia entre o momento da escrita e o da publicação das obras em que os acontecimentos se inserem». 4. O que voltará a fazer, pelo menos mais uma vez, em outro conto, “O general Carlos Ribeiro” em “Perfis Biográficos”, de 1883, quando, a propósito de um episódio relativo ao tempo em que «fingia eu que estudava química na Politécnica do Porto» se referia ao lente da 9.ª cadeira, como um «ex-frade» (Santa Clara era um egresso da ordem dos Dominicanos), e rematava escarnecendo: «Por que mãos sagradas andava então a química portuguesa!». Registe-se que também aqui é visível um anacronismo, pois Camilo afirma, parecendo brincar, que em 1844 estudava Química no Porto, entre os 15 e os 16 anos. Como Camilo nasceu em 1825, estamos pelo menos com cinco anos de diferença... 5. Amorim de Vasconcelos foi um dos que participou na «empresa homeopática» que se desenvolveu no nosso país no início da segunda metade do século XIX. Desse contributo se dá conta no já referido artigo necrológico da “Gazeta Homeopática Lisbonense”: «No vigor da idade, zeloso cultor das ciências naturais, crente e escrupuloso sectário da farmácia homeopática, pôs de parte os preconceitos de classe, e entendeu dever praticar a farmácia dinâmica, auxiliando assim os médicos sectários e investigadores do sistema homeopático, foi este benemérito farmacêutico que, deixando a gerência da sua casa, oficinas e deveres do magistério, veio aqui auxiliar-nos com os seus conhecimentos práticos, e tomar parte na gloriosa instalação do Consultório Homeopático Lisbonense; e depois de tão valiosos serviços humanitários, a morte roubou esta preciosa vida à sociedade, e privou os seus amigos de o contarem a seu lado para os ajudar a amparar a causa da humanidade». Amorim deixou parte da sua fortuna testamentada a favor do Consultório Homeopático, e da Ordem da Santíssima Trindade, entre outros. Era um vulto reconhecido pelos seus pares, chegando a ser eleito sócio benemérito da Sociedade Farmacêutica Lusitana, pelos serviços prestados à classe, em 1857. Tal como Camilo justamente o caracterizava, «era disertíssimo e correcto; benfazejo, liberal com os pobres e consigo, austeramente económico e abstinente». Nota final: Gravura de João Carlos retirada de Carlos Santarém de Andrade (1990) -“Coimbra na vida e na obra de Camilo”. Coimbra, Coimbra Editora |
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