Homenagem a Vladimir Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

GUSTAVO DOURADO


Batalha de Fonteneto
No cordel foi retratada
Gênese de Carlos Magno
Narrativas na jornada
Canto dos versos trocaicos
Três por quatro na toada
Cordel é gênero antigo
Os salmos abecedários
É desde Santo Agostinho
Língua gen, vocabulários
Poema anti-donatista
Perfectos Dicionários
Cordel, corda, coração
Desde o tempo de Trancoso
Nome que tornou-se lenda
Abecê sentencioso
De Gil Vicente a Camões
Ao Nordeste glorioso
Relata bois fugitivos
Registros de valentia
Bichos, bodes, vacas, onças
Autos de cidadania
Críticas à corrupção
Invenções, cosmologia
Conta, narra e expressa
Desde os tempos de Nicandro
Vate, mestre, cantador
Do escrete de Leandro
Um “cordeluz” laudatório
Homero, Dante e Lisandro
Cordel que narra façanhas
De Lampião, cangaceiro
Histórias dos coronéis
Canudos e Conselheiro
Padim Ciço e Damião
E causos do mundo inteiro
Cordel é verso do povo
Consciência universal
Presente em todo o Brasil
Do Nordeste ao Pantanal
Faz análise e critica
Quer um mundo mais igual
Cordel reúne linguagens
Imagens, xilogravura
Zé Limeira e Aderaldo
Patativa com ternura
Nos versos do cordelista
O hipertexto em estrutura
Cordel pulsa em nossa alma
Flui verve sentimental
Cantiga de nossa gente
Desse povo sem igual
Que luta para mudança
Desse mundo desigual
Cordel vem do coração
Aqui chegou via mar
Nas ondas da belonave
No cosmos a navegar
Dos sertões ao Infinito
Singrante em ondas do ar
Gramática do cordel
Grã sextilha nos enlaça
Os versos em rimas simples
Hendecassílabo traça
As quadras, das mais antigas
Tercetos, cheios de graça
E salve o verso e reverso
Multiversos em ação
O cosmos, a terra, o céu
O solo, a vida e o chão
Sapiência do cordel
Poema em ebulição
Maria Bonita, Dadá
No Raso da Catarina
As mulheres no cordel
Paraíba flor menina
Marinês com o seu canto
Caatinga severina
Salve o cordel, hoje e sempre
Nas lutas do dia a dia
Tsunamis nas palavras
Escrita em tremeluzia
Universo em multiversos
Nos versos da fantasia
O ABC de Vladimir
Segue em frente a jornada
Dito isto, minha gente
Eu vou mudar de toada
Pra falar de um sertanejo
Luminoso camarada
ABC de Vladimir Carvalho
Luz cinematografia
Vou de Camões a Cascudo
Augusto dos Anjos, guia
Da Paraíba do Norte
O carbono da magia
Aru…anda…Vladimir
Parceiro de Linduarte
Ita.baiano criator
Dínamo da Sétima Arte
Retrata além do Real
Ismo.logus que reparte
Betinha do Dr. Cloves
Mestra revolucionária
Nas aulas de Geografia
História da vida diária
Arte no Rio Paraíba
A verve vocabulária
Brasília – UnB
Via Fernando Duarte
Cabra Marc pra Morrer
Fortmann, irmão de arte
Vestibular 70, medo
Médici a torturarte
Cinema e Literatura
Zé Lins e Graciliano
Dostoiévski – Tolstói
Maiakóvski – Ariano
Vladimir leu de Machado
Ao Grande Sertão Rosiano
Conterrâneos de Guerra
Vlad em documentário
Dácia Ibiapina lente
Ás do Perpétuo Lunário
Vladimir visto por Walter
Pulsar do Imaginário
Assoc. Brasil. Cineastas
É membro associado
Sempre na linha de frente
Cineasta consagrado
Em diversos festivais
Seu nome foi premiado
Bonequinho de O Globo
A Vladimir aplaudiu
O Engenho de Zé Lins
Nota máxima fluiu
Sua obra é destacada
Seu nome repercutiu
Cinemat Brasileira
Vladimir é conselheiro
Fund. Cinememória
Holofote…Candeeiro
Fund. Astrojildo Pereira
Presidente timoneiro
Antes da inauguração
Chacina monumental
Com os candangos jogados
Nas valas da Capital
Vladimir ouviu o povo
Voz e vez ao social
Boi do Teodoro, presença
Atua como conselheiro
Cidadão H. de Brasília
Sua arte é candeeiro
No Festival de Brasília
Vladimir é um luzeiro
Cont. Velhos de Guerra
A saga da construção
Visão dos trabalhadores
No planaltino sertão
Massacre dos operários
Péssima Alimentação
A irmandade fraterna
Vlad e Walter Carvalho
Parceria solidária
Muito suor e trabalho
Amizade sempiterna:
Não precisa de atalho
Brasília, uma constante
O resgate da memória
Filmografia candanga
Conterrâneos da História
Sangue, suor e ação
Verdade na trajetória
Cinememória, P. Aberto
Ensaios, diversidade
Pantasmas – Cine e Vídeo
Docs da Realidade
Milit. sociocultural
Voz da Universidade
Assistente de Coutinho
Geraldo Sarno, Jabor
UnB na trajetória
Com distinções e dor
Vladimir foi perseguido:
No regime ditador
Brasília: A Construção
Fomiséria nordestina
Mais Valia…Mão-de-obra
O lucro que desatina
Poética do cinema
Cinemágica ilumina
Coragem e Ousadia
Poética experimental
São Saruê interditado
Proibido no Festival
Censura à criação
Pensamento cultural
A luta continua,Vlad
Fica a integridade
O seu nome é legenda:
Exemplo de honestidade
Visionário-pensador
Prima pela qualidade
Borinage – Joris Ivens
Documentário em ação
Com o Homem de Areia
Uma grande revelação
Arte, fome e miséria
Operário em Construção
Criador éticorreto
O cinema de primeira
Sobre causas populares
Dialética verdadeira
Apoiou D. Elisabete
E João Pedro Teixeira
Cabeça sempre erguida
Alta credibilidade
Q. se sobressai em Vlad
Além da criatividade
A sua luta permanente
Talento e sinceridade
Brota o cinema direto
Ele dá tiro certeiro
Retrata os camponeses
A filmar o brasileiro
Fotografa com a alma
Nem precisa de roteiro
O irmão Walter Carvalho
Uma eterna parceria
Cabra Marc pra Morrer
Com Coutinho ele cria
Vlad em prosa e verso
Flamengol a cada dia
Vladimir é talentoso
Ilumina com sua Arte
Começa o Cinema Novo
Glauber – Anselmo Duarte
Aruanda é um marco
Direção com Linduarte
Brasília Seg. Feldman
Ecos da fotografia
Athos, greve, Perseghini
Memória da utopia
Cinema documental
Vladimir nos alumia
Chacina da P. Fernandes
Foi um massacre brutal
GEB-Tropa de Elite
Nas vilas da Capital
Vladimir investigou
Buscou o fato real
Autoritarismo em cena
Tortura e repressão
Pensamento censurado
Na Capital da Nação
Vladimir na UnB
Voz da Comunicação
Badernaço 86
Fogo na burrocracia
Os candangos oprimidos
Jogados: periferia
Os sem-terra e sem-teto
Crimiséria à luz do dia
O cine documental
Ativista, professor
Fez Os Romeiros da Guia
Vladimir pesquisador
O Vertov dos Sertões
Lume transmuta-a-dor
Cria A Pedra da Riqueza
Cosmogônico tungstênio
O Sertão do Rio do Peixe
Tem o toque de um gênio
UnB – Barra 68
Um tempo heterogêneo
Barro vermelho e suor
Na pirâmide da história
Consciência Coletiva
Marca a sua trajetória
A terra sempre presente:
O rebuscar da memória
Colega de Caetano
Curso de Filosofia
Início anos 60
Universidade da Bahia
Brota o Cinema Novo
Glauber e sua alquimia
A concentração de renda
Provoca a violência
Fome e êxodo rural
Torturam a consciência
Vladimir documentou
Com sua clarievidência
Barro de Caruaru
Arte de um nordestino
Zé em Campina Grande
Inspira-se em Vitalino
Morte e Vida Severina
Cinema como destino
Cabra Marc Pra Morrer
Filmagem interrompida
Golpe de 64
Reviravolta na vida
Vitória de Santo Antão
No Rio, repórter da vida
A voz do povo presente
O rapsodo cultural
O Cinema de Cordel
Além do bem e do mal
Óperas documentais
A Paisagem Natural
DF: Cine Candango
Matéria, registro, fato
Grande Vladimir 70
Retrospecto cinemato
Atirar “Pedras na Lua”
Nas “Pelejas do Planalto”
Cria, recria, traduz
Multitemporalidade
Depoimentos orais
Forte musicalidade
Recortes, cenas de arquivo
Narra-a-dor…diversidade.
Vladimir herdou do pai
Os formões e ferramenta
Escultura na madeira
Esculpe a alma sedenta
Xilogravuras do ser
Arte que nos orienta
O seu pai o mestre Lula
Poeta…Entalhador
Mestre dos 7 instrumentos
Moveleiro…Escultor
Transmitiu a Vladimir
A sapiência do Amor
Luís Martins de Carvalho
Foi artesão da madeira
Mecânico e escritor
A memória de primeira
Dominava a narrativa
Da boa arte moveleira
Autor de móveis de estilo
Além da universidade
Fábrica de móveis Lyon
Mais que uma faculdade
Um expert na madeira
Designer de qualidade
No altar de Luís Martins
Cidade de Itabaiana
Fulge na Igreja Matriz
Da terra paraibana
Beleza de ornamento
Aleluia…Amém…Hosana
Foi um grande intuitivo
Sobrenome de madeira
Um homem de renascença
Interlândia brasileira
O Corbusier do Sertão
Um artista de primeira
Dona Mazé, professora
Sua mãe, grande mulher
Matriarca da família
Sábia, líder, chanceler
Fazia tudo bem feito
É da estirpe de Ester
Tirar o santo do pau
Nós da vida desatar
Ser arrimo de família
Sobreviver e lutar
Ser guia e conselheiro
A vida documentar
Rio Paraíba: acidentes
Cabos, ilhas, promontório
Gostoso de aprender
No mutirão…adjutório
Mão na massa, na areia
O rio era o diretório
Walter Carvalho, o irmão
Com ele O Tempo não Pára
Lav. Arcaica Jan da Alma
Central do Brasil declara
Um Abril despedaçado
Incelência de luz clara
A Flexaret, a Roleiflex
Cabo Branco, Tambaú
Sol nasce. João Pessoa:
Lua, Boi – Bumbá, umbu
Pescadores da madruga
Os ecos do maracatu
Imagem em movimento:
Mágico documentário
Balão Vermelho na tela
São Saruê visionário
Cinemarte – Fotografia
Vate do imaginário
Vladimira o céu azul
Fotografa o grã sertão
Com instinto pioneiro
No Cerrado da Nação
Filma epopéia candanga
Operário em construção
Triste ditadura Médici
Comandava a tortura
Guerrilha do Araguaia
Silêncio e amargura
Toda a mídia controlada
Cala a boca na cultura
Fest Filme Brasiliense
Grande realizador…
Presidente da ABD(DF)
Demonstrou o seu valor
Pólo de Cinema e Vídeo
Conselheiro-fundador
Fundação Cinememória:
Com Glauber, P. do Monteiro
Moviolas e cartazes:
Luz cinema brasileiro
Câmeras, equipamentos
Símbolo do mundo inteiro
Desfile Cinememória
Bernadet e Honestino
Lampião e Maria Bonita
O universo nordestino
Dib Lutfi – Paulo Emilio:
O Zé Pereira Sevirino
Vladimir… São Saruê
Retrateia Ariano
Engenha com maestria
Cinemais paraibano
Multiversoa imagens
Precursor glauberiano
O filme A Bolandeira
No Chile – Viña Del Mar
Joris Ivens elogiou
Soube bem admirar
Lá na terra de Allende
Com Neruda a poemar
Foi Doutor Honoris Causa
Na sua terra natal
Univers. da Paraíba
Deu-lhe título imortal
Uma bela homenagem
Por trabalho cultural
Cine Vladimir Carvalho
Mestre do documentário
Sua arte flui poesia
À luz do imaginário
Cinema-Verdade em tela
Sob um olhar solidário
Duas dezenas de filmes
Registro fundamental
O Margarida de Prata
A temática social
No coração do Brasil
É vanguarda cultural
Expressa o não divulgado
Revela o não conhecido
Disseca a mãe natureza
Do sertanejo sofrido
Teatro, Nordeste, vida
O cinema destemido
Linguimagem documenta
Retrata o Brasil real
Poética que nordestina:
Grandarte do factual.
Vladimir…São Saruê:
CineCordel magistral
Vladimir faz releitura
Da dor da sociedade
José Lins, José Américo
Sertã adversidade
Traduz com Graciliano
Os autos da realidade
Vladimir é persistente
Tem essência brechtiana
Sertanejo luminoso
Nasceu em Itabaiana
Cactus mandacaru
Da terra paraibana
Pois teceu A Bolandeira
Entoou a Incelência
Luziu A Pedra da Riqueza
Com verve e clarividência
País de São Saruê
É arte de excelência
Viu de tudo em Cinema
Na vida se inspirou
Em Vertov – Eisenstein
Cinearte projetou
Flaherty, Welles, Ivens
Com eles dialogou
Militância coerente
Refletiu o comunismo
Marx, Lênine e Prestes
Combate ao capitalismo
Por querer um novo mundo
Sem o analfabetismo
Rio do Peixe, Paraíba
Drama e fotografia
Zé Américo de Almeida
Bagaceira em poesia
A Revolta de Princesa
Despertar da fantasia
Presença em Aruanda
Destacou-se no roteiro
Deu asas à criação
Seu olhar é um luzeiro
Assistente de Direção
Luz, farol e candeeiro
O João Ramiro Mello
Companheiro de estrada
Vladimirovski em cena
Sapiência na jornada
Substantivo concreto
Dia, Noite, Madrugada
Repressão e Ditadura
O seu nome foi trocado
José Pereira dos Santos
Nome novo lhe foi dado
Cinemagia escultura
Em Vladimir integrado
O Partido o escondeu
Disfarçado em santeiro
Era a clandestinidade
De um grande brasileiro
Exílio na própria terra
Ditadura por inteiro
Curtas de Humberto Mauro
Influência pioneira
Arraial de Saraceni
A mesma linha certeira
Zé Américo de Almeida
Mote de A Bagaceira
E no Jornal do Commercio
O mestre se revelou
Paraíba para o mundo
Vladimir universou
A sua genialidade
Ariano logo notou
Idos dos Anos 60
Vladimir e Ariano
E São Saruê inédito
Visto em primeiro plano
Cinemateca do MAM
Deu-se o ato soberano
Os dois juntos assistiram
Foi no Rio de Janeiro
Ariano e Vladimir
São Saruê por primeiro
Lançaram a epopeia
Vista pelo mundo inteiro
Ganhou o prêmio dos prêmios
Thiago de Mello chorou
O Engenho de Zé Lins
Na Feira do Livro ousou
Foi um momento marcante
Vlad se emocionou
Vladimir filma a história
Mira a realidade
Candangos e camponeses
Luta pela liberdade
Conflitos e fomiséria
Sol… Solidariedade
Glauber o denominou
Rosselini do Sertão
O Vertov das Caatingas
Lume da Revolução
O Flaherty de Euclides
Vate da trans.formação
O império do latifúndio
Busca da reforma agrária
Egoísmo e estupidez
De uma elite refratária
O lucro ganancioso:
Fere a alma libertária
Flaherty, o Homem de Aran
Deu-se a revelação
Realidade viva… Sonho
Mundo em contradição
Árida Serra Talhada:
Boa terra de Lampião
Casa Grande e Senzala
Refere-se a Itabaiana
Great Western Railway
Via férrea paraibana
Cruzar a linha do trem
Transpor a vida cigana
Troféu Abelin colheu
No Festival de Gramado
Pelo conjunto da obra
Foi bem homenageado
Vladimir reconhecido
Por todo o realizado
O seu nome é referência
Conselheiro consultado
Cuba, Alemanha, França
Vladimir foi convidado
Festi internacionais
Atuacao como jurado
Trabalho…indignação
Aspereza da linguagem
Busca do desconhecido
Sapiência na filmagem
As Ligas Camponesas
Ecoam em sua imagem
Firme na interlocução
Crítica…reflexidade
Poema experimental
Pulsa criatividade
Coragem…Indignação
A memória da verdade
Histótia do Nordestino
O cinema em trilogia.
São Saruê, Conterrâneos
Zé Lins e sua alquimia
O Evang. Seg. Teotônio
Palavras…Ideologia
Revela-nos os excluídos
Os sem nada da cidade
Camponeses-Operários
Dramas da sociedade
Radografias da vida
Arte.amor com liberdade
Massacre dos operários
Nos tempos da construção
Vladimir buscou os fatos
Fez boa observação
Os candangos dizimados
Registro da informação
Os tratores do Governo
Jogam barracos no chão
Ouve-se mestre Teodoro
Boi Bumbá do Maranhão
Vladimir filma a história
Com sua cosmovisão
Vladimir filmou Brasília
Ditadura Militar
Em Vestibular 70
Soube bem documentar
Vivia-se sob censura:
Não se podia pensar
Movimentos populares
Movimento estudantil
Fez Vestibular 70
No coração do Brasil
UnB – Barra 68
Cinema ato febril
Itinerário: Niemeyer
No galope da viola
Em Vila Boa de Goyaz
Para além da moviola
São Saruê, Aruanda
Vladimir é uma escola
Vlad prêmios conquistou
Em Brasília e Gramado
Foi objeto de pesquisa
Em teses de doutorado
URSS…USA
Vladimir foi consagrado
Zum-Zum:  pés no futuro
Criação do brasileiro
Pankararu: B. dos Padres
Quilombo, navio negreiro
Mutirão, Negros de Cedro
Cantigas do violeiro
Vladimir filma o Ser
Na aldeia universal
Critica e questiona
Busca o fato real
Tornou-se uma legenda:

É destaque cultural…


Gustavo Dourado