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JOÃO SARMENTO PIMENTEL
Foto do Arquivo Científico Tropical:
http://actd.iict.pt/view/actd:AHUD21774 |
João Maria
Ferreira Sarmento Pimentel (Eixes, Mirandela, 14 de Dezembro de 1888 —
São Paulo, 13 de Outubro de 1987) foi um oficial de Cavalaria do Exército
Português, escritor e político que se distinguiu na luta
contra a Monarquia e governos ditatoriais. Como
aluno da Escola do Exército participou nos movimentos da Rotunda, ao lado
de Machado Santos, nos dias 3 a 5 de Outubro de 1910, de que resultou a
implantação da República Portuguesa. Participou nas campanhas do Sul de
Angola, esteve na Flandres, liderou revoltas várias, a última das quais em
1927. Exilou-se no Brasil, onde morreu, tendo entretanto vindo à Galiza
para colaborar numa revolta falhada em 1931 e depois, no 25 de Abril, a
Portugal, para
festejar. |
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PROJETO «JOÃO SARMENTO
PIMENTEL» www.triplov.com
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“Quero a República,
quero ter um presidente da República ou alguém que desempenhe essas
funções sem ser por um privilégio hereditário. Não é um rei que vai
mandar em mim por pertencer a uma família predestinada”.
João Sarmento Pimentel, jovem
ainda, in Norberto Lopes, p. 37
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Tábua biográfica |
1888. Nasceu a 14 de Dezembro de 1888 em Eixes,
freguesia de Sucçães, concelho de Mirandela, distrito de Bragança, filho
de Leopoldo Ferreira Sarmento Pimentel de Lacerda e de Maria
Margarida d'Alhay de Pavão.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. Folha de matrícula e outros docs.
- Vive em Rande, no solar da Torre, frequentando
o Colégio de Santa Quitéria, em Felgueiras, e os
republicanos da mesma cidade, que lhe entregam bombas de fabrico próprio
para a revolução. Fide Armando Pinto.
- Frequentou o Liceu de Amarante com Leonardo
Coimbra. E o Liceu de Guimarães, com bons professores,
cientificamente avançados, da escola de Martins Sarmento. NL (Norberto
Lopes), p. 25.
- Primeiro jornal em
que escreve, ainda garoto, jornal fundado por rapazes de Felgueiras -
“O
Povo de Felgueiras”, semanal.
Esses garotos mantiveram-se fiéis às ideias republicanas.
Tertúlias em casa, na sua infância, NL, p. 31..
Em criança ainda,
face ao comportamento da mãe, uma fidalga, com a gente humilde, aprende
que “o povo é igual a nós e que nós somos, afinal de contas,
povo”. NL, p. 29.
“Feito o quinto ano do Liceu, meu pai mandou-me
para Braga”. NL, p. 33 – Questão dos tabacos, enterro do charuto, com
“discursos inflamados contra a monarquia”. NL, p. 34. Expulso do Liceu de
Braga, vai para Viseu. NL, p.34.
- 1908, 04. É-lhe concedida
licença para estudar no Liceu de Viseu.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas.
COIMBRA
- Em Coimbra
faz os preparatórios
para a Escola do Exército.
Mestres que lia e recitava: Victor Hugo, Flaubert e Balzac, Guerra
Junqueiro, Antero. Fala dos simbolistas, Eugénio de Castro e António
Nobre, mas parece não conhecer Camilo Pessanha. Defendiam o raciocínio
contra o “encornanço”. NL, 43-44.
Data? Coimbra.
Ver se existe ainda documentação sobre o processo que teve por ter passado
uma rasteira a um archeiro da Universidade, no dia do “acto grande” de Ruy
Ulrich, que deu lugar a julgamento, em que o defendeu Ramada Curto. NL p.
47-48.Coimbra é foco de
ideologia democrática, irreverente, no lado oposto da sebenta e daqueles
que haviam de estabelecer a ditadura. NL, 45.
Da geração de Coimbra faziam parte Jaime Cortesão, Campos Lima e Alfredo
Pimenta.
Escola do Exército
1909 – 1910.
"- 1º Sargento Graduado
Sarmento Pimentel, Nº 268 .
- 1 º Ano do Curso de Cavalaria Infantaria. -
Obteve passagem do 1º ano (comum) dos cursos de cavalaria e infantaria na
segunda época de exames com a média anual de 11,4 valores e o nº 58 de
classificação”. 24.10.1910. - Matriculou-se a 18.10.1909 na Escola do
Exército no Regimento Nº 8 de Cavalaria do Príncipe Real com a idade de 20
anos. - 1º Sargento Graduado Cadete nº 97/203 da Companhia de alunos da
Escola do Exércitom
(Requerimentos de matricula efetuados a Sua Majestade).
- Aluno nº 16/319 do 4º Escalão de Cavalaria pede ao Reitor da
Universidade de Coimbra que lhe sejam passadas certidões de várias
cadeiras de matemática a fim de concorrer à Escola do Exército.
19.07.1909. - Em abril de 1908 é-lhe concedida licença para estudar no
Liceu de Viseu. ". - “Assentamento de Praça” em 16 Abril 1908 como
voluntário para servir por 15 anos, pertencendo ao contingente --------- a
cargo --------sendo incorporado no Batalhão nº 8 de Cavalaria do Príncipe
Real 16 Abril de 1908. -
Registo Disciplinar: nada consta em 16 Abril de 1908."
Arquivo Histórico Militar.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel. Maço 134.
Arquivo Geral do Exército, Chelas
1908, 16 de abril. Assentou praça como voluntário no
Regimento de Cavalaria nº 8.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel. Maço 134. Arquivo Geral do Exército,
Chelas
ESCOLA DO EXÉRCITO1910. A Escola do
Exército foi um lugar de tortura, passagem da liberdade à disciplina
feroz. NL, 50-51. Catorze formaturas por dia, cada qual com sua
fardamenta.
Desacatos, roubo
dos perus e galinhas de Cabral de Morais, prof. de Química. Os
participantes no roubo ficaram reprovados, por isso não foram de férias.
Quantos foram os estudantes reprovados? Ver, porque no 5 de Outubro só
estavam na Escola do Exército os alunos reprovados em Química. Foram só
estes que participaram na revolução e ainda assim dividiram-se em 2
grupos: a “ala dos namorados”, monárquica, e o republicano. NL, 51-52.
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1910, 14 de junho. Está preso, incomunicável, na
Escola do Exército, sob acusação de furto. Outros docs revelam que se
trata de duas garupas de bolsas (mochilas para os cavalos) que aparecem
mais tarde.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas: «José Eduardo Franco Antunes
Centeno, Tenente do estado maior de Infantaria legalmente nomeado para
proceder a auto de corpo de delito pelo crime de furto de que resultou a
prisão de João Maria Ferreira Sarmento Pimentel, 1º sargento Graduado,
cadete nº 97/203 da Companhia de alunos da Escola do exército.
Atendendo a que seria prejudicial ao descobrimento da
verdade permitir que o referido 1º Sargento graduado cadete J M F S P,
atualmente na casa apropriada da Companhia de alunos, comunique com
qualquer pessoa. Julga dever prevenir como efetivamente previne o ex mo.
Sr. General Comandante da Escola do Exército, de que é conveniente, ao
serviço público, evitar tal comunicação e espera que tomará a providência
necessária para este efeito.
Quartel da Companhia de Alunos
da Escola do Exército
14 Junho 1910 »
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- Partida com a
cantora espanhola, a tonadillera, e prisão na fronteira por um oficial da
Guarda Fiscal. Nesse tempo não havia necessidade de passaporte. Cerca de
1909. Viera atuar no Coliseu. Episódio testemunhado e participado por
colegas da Escola do Exército. O general Morais Sarmento, tio, sanou a
situação.
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GENERAL MORAIS SARMENTO
Comandante da Escola do Exército Tio de Sarmento Pimentel
José Estêvão de Morais Sarmento (Lisboa, 12.10.1843 – 14.02.1930,
Lisboa) foi militar, político, jornalista e ensaísta que se
distinguiu sobretudo como Ministro da Guerra (1896), Director do
Colégio Militar (de 1898 a 1904) no que se revelou um precursor da
moderna educação integral e ainda, por ter dirigido a «Revista
Militar» durante 54 anos. Morais Sarmento, general desde 1901.
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Foi ainda deputado pelo Partido
Regenerador, comandante da Escola do Exército (depois denominada
Academia Militar) e da Escola Prática de Infantaria (1895-96),
presidente do Conselho de Administração da Manutenção Militar para
além de ter sido redactor da «Revolução de Setembro» e fundador do
«Diário Popular». Texto:
https://toponimialisboa.wordpress.com/2013/10/11/
general-morais-sarmento-na-toponimia-de-lisboa-no-seu-170o-aniversario/
Imagem: Wikipédia |
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– Presta serviço na carreira de tiro de Espinho. A
espanhola aparece no casino. NL, pp.53-56.
ESCOLA DO EXÉRCITO vs IGREJA – Predominava nela a
tendência liberal. Inclinação para a mudança de regime. Episódio pascal
das confissões, dado como exemplo de espírito liberal, que o general
Morais Sarnento (tio), não impõe aos cadetes. O capelão apenas perguntou
quem queria confessar-se e ninguém se propôs a tal. O caso dá lugar a
notícias na Imprensa e pedido de demissão do ministro da Guerra. Ver: 1909
(?). NL, pp.57-58.
1910, 5 de Outubro. Toma parte nas movimentações
da Rotunda para implantação da República.
1911, 10-11 de Julho. O
aluno 77, João Maria Ferreira Sarmento Pimentel, entrega os artigos de
equipamento desaparecidos, duas garupas de bolsos de napa. Processo
individual, Arquivo Geral do Exército, Chelas, doc. 203 A-4.
1912, 15 de Novembro. Promovido a alferes no Regimento de Cavalaria nº 8.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas
1914-1915. Combate no Sul de
Angola. Faz o reconhecimento das posições portuguesas na zona do Cunene,
batalha de Naulila.
1915, 9, julho. Naulila.
1915, 16,
julho. Vau do Coloeque, comando do destacamento de boers.
1916, 31 de janeiro. No Arquivo Geral do Exército, Processo individual de SP, figura um dactiloscrito com esta
informação, cujo registo de língua atualizamos:"
"Exercito Português
Relação das Alterações ocorridas ou das verbas
a lançar nos registos dos seguintes oficiais:
Alferes do 3º Esquadrão do Regimento de cavalaria nº
9
João Maria Ferreira Sarmento Pimentel
Verbas ou alterações
Nomeado ajudante do Comandante militar dos Gambos
(por ordem do referido Comando, em seu telegrama de 8 de Maio de 1915).
Apresentou-se em 9. Nomeado comandante dos auxiliares Boers, por Ordem do
Comando Superior (O.S. do Comando Militar dos Gambos, nº 15, de 16 de
maio). Nomeado para fazer parte do Destacamento da GONGOENA, com os
auxiliares do seu comando (O.S. do Comando Militar dos Gambos, nº 58, de
26 de Junho). Incorporado no referido Destacamento em 4 de Julho, tendo
tomado parte na ocupação da DONGOENA. Desligado deste destacamento em 7,
seguindo para o Vau de CALOEQUE, afim de reconhecer NAULILA e dar
cumprimento a ordens especiais do Comando Superior. Incorporado com os
auxiliares do seu comando no Destacamento de NAULILA, de 12 a 16 de
Agosto, na reocupação da região de HINGA. Fez parte do reconhecimento ás
cataratas do Ruacaná, em 18 de Agosto. Como comandante dos Auxiliares
boers fez parte do Destacamento da NGIVA (embala do soba do CUANHAMA) em
4. Tendo sido dissolvido o Comando dos auxiliares boers, foi nomeado
ajudante de campo do Comandante Superior das Forças em Operações
em 25 de Setembro.
Nomeado comandante do Destacamento do HAIO e dos
CUBAES em 26 de Outubro. Exonerado em 11 de Novembro, continuando como
ajudante de campo.
Observações. Louvores
Louvado por Sua Exª o General Comandante Superior das
Forças em Operações em Angola e Governador Geral, pelo seu zelo, notável
dedicação, inteligência e desembaraço, em que revelou grande iniciativa e
pela maneira como desempenhou e tem desempenhado a missão que lhe foi
confiada no comando do seu pelotão. Quando destacado em OTCHINJAU e,
atualmente no cargo de Comandante dos Auxiliares Boers, muito
proveitosa para a segurança das Operações. (Ordem de Serviço do
Comando Militar dos Gambos, nº 56 de 26 de Junho de 1915).
Louvado por Sua Exª. o Coronel Comandante Superior
das Forças em Operações, pelos importantes serviços que, como comandante
dos auxiliares boers, prestou durante as Operações do Destacamento de
NAULILA, e ainda pela prontidão com que, com os referidos auxiliares, se
dirigiu para o CUANHAMA, a juntar-se ao Destacamento que operava esta
região. (Ordem de Serviço do
Comando Militar do LUBANGO, nº 70, de 13 de Outubro de 1915).-
Louvado, por Sua exª. O Comandante Superior das
Forças em Operações, pela proficiência, lealdade e comprovada dedicação
com que desempenhou as funções de seu Ajudante de Campo e em diversos
serviços extraordinários que lhe foram ordenados, revelando o seu
acendrado patriotismo. (Ordem de Serviço do quartel General do Cº
S.F.O.S.A., nº 31, de 31 de Janeiro de 1916
Quartel em Lubango 31 de Janeiro de 1916.
1916. No dia 9 de março de 1916 a Alemanha
declarou guerra a Portugal. Ofensa grave: "o tenente Durão foi morto em
trajes menores". Ver se é o oficial que estava a fazer a barba frente ao
espelho, na zona de Naulila. Ordem do Exército, 1ª série, 7, 18.1.1917.
1916, 1 de dezembro. Promovido a tenente. Processo individual,
Arquivo do Estado Maior do Exército. Notas biográficas como oficial.
1917. "Sob o comando do general Pereira d'Eça, as nossas tropas
ocuparam-se em reprimir a insurreição dos Cuanhamas, fomentada pelos
alemães, sendo ela completamente debelada e rigorosamente punida."
Declaração assinada por António José de Almeida e demais ministros, a
17.1.1917. Ordem do Exército, 1ª série, 7, 18.1.1917.
1917, 15 de
Maio. "Embarca amanhã, 16, para França, o tenente desse regimento, João
Maria FSarmento Pimentel." Ofício dirigido ao comandante do Regimento de
Cavalaria nº 9 pelo chefe do Estado Maior, João Vicente Fernandes Corado,
alferes.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas, doc.
35.
1917-1918. «Prémios, condecorações e louvores".
Recebe uma medalha de prata comemorativa das operações no Sul de Angola,
em 1914-1915. O.E. (Ordem do Exército) nº1 (1ª série), de 18 de janeiro de
1917. «Fez parte do esquadrão de Cavalaria nº 9, comandou primeiro
um pelotão deste esquadrão de vigilância na linha Otchingau - Suvar - Buct
- Driept e a seguir os auxiliares boers. Executou vários reconhecimentos,
mesmo no território da Damara e em regiões sublevadas, e tomou parte nos
destacamentos da Dongoena, Naulila e Ngiva. Em todos os serviços se houve
com inteligência, muita dedicação e valentia. Boletim Militar das
Colónias, nº 4, Maio de 1917, e O.E., nº 133, 2ª série, 20 de julho de
1918.» Manuscrito do Arquivo Geral do Exército, 596, Processo
individual 118/87, de João Maria Ferreira Sarmento Pimentel, caixa 64 -
História. |
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1918, Maio. "O tenente João Maria Ferreira Sarmento
Pimentel embarcou em França em 26 de Fevereiro ultimo, tendo efectuado a
sua apresentação no comando da 3ª D.C. em 5 de Março. Fez a marcha pela
via terrestre. Assina José Augusto Cardoso, Porto, 22 de Maio de 1918.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas,
doc. 41.
1918, Agosto. Sarmento Pimentel é tenente de Cavalaria, comandante do
esquadrão do Batalhão nº 5 da Guarda Republicana.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas.
1918, 3 de dezembro. Promovido
a capitão.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. Notas
biográficas como oficial. |
1919. «Porém, a Monarquia do Norte ainda
persistiu até 13 de Fevereiro, altura em que o capitão de Cavalaria João
Maria Ferreira Sarmento Pimentel e o capitão de Infantaria Jaime Rodolfo
Novais e Silva, com razões astutas, restauraram a República na cidade do
Porto, aproveitando a ausência de Paiva Couceiro e de Sollari Allegro, o
que precipitou a marcha dos acontecimentos, ainda com alguns focos
esporádicos de resistência monárquica aqui e ali. Aos poucos e pouco,
fruto da enorme diferença de recursos, o sonho desmoronou-se e a bandeira
rubra e verde foi alçada nas demais localidades.» Jofre de Lima Monteiro
Alves. In:
http://vilaflor.blogs.sapo.pt/102841.html
1919, Fevereiro.
"Mas a breve guerra civil terminou com a entrada das tropas republicanas
no Porto, após a revolução de 13 de Fevereiro de Sarmento Pimentel" [...]
José Gomes Ferreira, A memória das palavras, Lisboa, Dom Quixote, 1991,
p.69.
1919, 2 de fevereiro. Recebe uma
espada de honra dos habitantes da cidade do Porto, dada a sua participação
na revolução de 13 de fevereiro de 1919.
1919. Telegrama de
29.7.1919 manda apresentar o capitão Sarmento Pimentel.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. |
1922. Proposta do Ministro da Guerra, para o Grau de Cavaleiro, de 26 de
julho de 1922, aprovada em 10 de março de 1923. Decreto de Concessão para
o Grau de Cavaleiro, de 31 de março de 1923. Arquivo da Presidência
da República.
1923. Aparece como um dos colaboradores dos dois
números da revista Homens Livres, que aliou integralistas do
Pelicano a republicanos da Seara Nova, mas realmente não
apresentou colaboração. Trata-se de uma presença simbólica.
1923. (Subscreve?)
Carta ao Senhor Presidente da República, assinada pelo grupo Homens Livres.
Procurar. |
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1924. Seara Nova, nº 34. Aparece pela
primeira vez no corpo diretivo. Desenvolve colaboração sobretudo com matérias
brasileira e sul-america.
1923-1924. Chefe de gabinete de Ezequiel de Campos no governo de
Álvaro de Castro.
1927, golpe do 3/7 de Fevereiro. Revolução. Centro:
Grupo da biblioteca, em torno de Jaime Cortesão, do qual derivara a
criação da Seara Nova, em 1921, por iniciativa de Raul Proença. A Seara
Nova foi um importante veículo de doutrina política. Fundada no ano de uma
revolta (1921) em que morreram, assassinados, o representante simbólico da
fundação da República, Machado Santos, e
O chefe do Governo, António Granjo.
A Seara Nova defendia a república e a democracia, mas era apartidária. Na
Seara Nova publicavam os mais Ilustres intelectuaIs portugueses, dos quais
SP diz serem «remanescentes da guerra de 1914 e
republicanos da propaganda e da implantação da República.» As
palavras de ordem da Seara Nova eram «Povo», «Liberdade» e «Democracia.»
Ver programa.p. 121.
1927?
Carta aberta ao Povo
Português (ler a carta) a recusar a ditadura, a censura, a acusar de
fraude o regime e a reclamar pelo regresso à pureza da República.
"Chegamos pois a esta situação paradoxal, de vivermos numa República
quase exclusivamente apoiada pelos monárquicos, que nos seus jornais fazem
a defesa sistemática da Ditadura, como se facto no 28 de Maio eles
houvessem sido os triunfadores.". Assinada pelos oficiais do Exército e da
Armada: General Gastão de Sousa Dias, Jaime de Morais, Chefe do Comité
Militar Central, Jaime Cortesão, Capitão médico miliciano e delegado do
C.M.C. no Norte, Capitão João Sarmento Pimentel, delegado co Comité do
Norte, João Pereira de Carvalho, do Comité Militar do Norte. Arquivo da
Torre do Tombo, Proc. 3090 / 4237, nº 200. 1927. Participa na revolta de 1927. Ver
revolta dos bibliotecários.
1927, 02.03 – Registo disciplinar e penas impostas (registo de
língua atualizado): “por ter feito
parte do comité revolucionário de 3.02.1927 tomando parte ativa do mesmo e indo
por diversas vezes ao quartel do B. nº 4 da G.N.R. onde conferenciou com o
comandante, com o qual instou pela sua adesão aos revoltosos, factos
estes que tinham por fim destruir ou mudar a forma do governo republicano,
crime prisão e punido pelo artigo de lei de 30. Abril de 1912. (Porto,
ver tb “Memórias”, pag. 171). Penas: 18 meses de prisão correcional e 18
meses de multa á razão de 2 escudos por dia.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas.
1927. Desde o dia 8.2.1927
ausenta-se sem licença. Considerado desertor.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas, doc. 214.
1935. 13 de
Julho. Funda a Casa de Portugal, em São Paulo.
1938, 22 de julho. Promovido
a major.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. Notas
biográficas como oficial.
1940. Presidência da Casa de
Portugal, em São Paulo, de 15 de Março de 1940 a 14 de Fevereiro de 1941.
Chegou ao Brasil em 1927, autor de importantes obras, fundador da
Casa, tinha um excelente trânsito no meio acadêmico e literário. Dá nome à
Biblioteca Pública de Mirandela e a uma Escola Estadual no bairro de
Itaquera. In:
http://www.casadeportugalsp.com.br/institucional/
1941. Proposta nos termos do art.º 44.º do Regulamento das Ordens
Portuguesas, entrada em 30 de setembro de 1941, para o grau de Comendador.
"Sem seguimento por determinação superior". Arquivo da Presidência
da República.
1942, 20 de julho. Promovido a tenente
coronel.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. Notas
biográficas como oficial.
1945, 13 de abril. Promovido a coronel.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. Notas
biográficas como oficial.
1950, 14 de dezembro. Passa à reserva.
Processo 5784 de
João Sarmento Pimentel.
Arquivo Geral do Exército, Chelas. Notas
biográficas como oficial.
-/1952/- - Presidente, em S. Paulo, do
Centro Republicano Português.
1959. Carta para Sarmento Pimentel, em
papel do Jornal de Felgueiras, a dar conhecimento de que o "capitão" está
proibido pela Censura de publicar em Portugal. Arquivo Mário Soares. Carta
online em:
http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=04548.015.003
1961,
25 de agosto. Ver Diário Oficial do Estado de São Paulo:
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/4624890/pg-2-poder-executivo-parte-3-diario-oficial-do-estado-de-sao-paulo-dosp-de-25-08-1961 |
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1961, 22 outubro. Fundação da Unidade
Democrática Portuguesa no Brasil, São Paulo. In:
http://www.triplov.com/hist_fil_ciencia/sarmento_pimentel/ilda-crugeira/pide/unidade-democratica.htm
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1962. Primeira edição das Memórias do
Capitão, no Brasil, pelas mãos do então também exilado Victor Cunha
Rego. |
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1969. Um pedido de democratas portugueses
exilados no Brasil "A Capital", 2 de julho de 1969. In:
http://www.triplov.com/hist_fil_ciencia/sarmento_pimentel/ilda-crugeira/pide/pedido-de-democratas.htm |
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1970. - Carta de Sarmento Pimentel
para o Dr. J. San`t Anna Dionisio, Porto, 06.03.1970. “ A sua carta de
20 Dezembro de 1969 (correio comum está a demorar mais de um mês) indica a
sua mudança de residência de Lisboa para o Porto, e eu não sei se a minha
prosinha de fraterna amizade se perdeu no labirinto do carteiros (…) Você
diz-me as possibilidades de voltar sem os perigos pidescos, mas eu não
vejo um clima político muito favorável a tão cativante sugestão. Pedi ao
Dr. Mário Soares
que esteve aqui de passagem
para os Estados Unidos, para me tratar esse assunto e aquele da apreensão
das minhas “Memórias”, 1º vol. Pelos agentes da censura. Aguardo o
resultado das suas diligências e do seu êxito depende ir aí dar-lhe um
grande abraço de sincera amizade.”
Torre Tombo. PIDE/ DGS Del. Porto. Del PI 12206
(3646).
1970. - Carta de Sarmento Pimentel
para Sant`Anna Dionísio, 17.07.70. No remetente consta Pimentel Cardoso,
Ind. De madeiras, S.A., R. Catarina Braida, 276, S. Paulo. Após a
morte da mulher, falecida em 16.07. “Deprimido e magoado pelo desastre
afetivo que enlutou o meu clan, procuro viver este úmo capítulo do nosso
exílio até terminar a triste Peregrinação. Nem vale a pena dizer que a
visita a Portugal e a velhos amigos contribuiria para suavizar esta
angustia, sofrimento, desânimo, inquietação que me trouxe a perda da doce
e corajosa companheira de 50 anos, a falta que sinto daquele meigo olhar
(…) Mas como ir se não tenho disposição para viajar nem garantias nenhumas
de não ser vexado pela PIDE, cuja crueldade é ilimitada?”. Torre Tombo.
PIDE/ DGS Del. Porto. Del PI 12206 (3646).
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1973, 13 de abril. João Sarmento Pimentel
e o irmão, Francisco, são dois dos fundadores do Partido Socialista.
Lápide comemorativa na sede do PS inaugurada em 13 de abril de 1998.
1973. - Carta de Sarmento Pimentel
para o coronel Hélder Ribeiro, Rua Julio Dinis, Porto, 12.10.73. …”
Irei em 74, inicio do verão se os deuses e os donos não me
embargarem as passadas de emigrado politico, inimigo do Estado Novo e
cambada fascista, etc… Mas até lá é um tempão para quem, como o pobre de
mim, anda ralado por rever os velhos companheiros da Peregrinaçam
republicana, e necessitado
moralmente de um derradeiro olhar à Pátria madrasta, para não a levar com
rancores no magoado coração”. Torre Tombo. PIDE/ DGS Del. Porto. Del PI
12206 (3646)
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1974. Sarmento Pimentel vem
a Portugal, na sequência do 25 de Abril, onde é alvo de várias homenagens.
Participa em acontecimentos de importância histórica, entre eles o comício
do Partido Socialista no Porto, foto abaixo. |
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Sarmento Pimentel
no comício do Partido Socialista no Porto, em 1974. Arquivo Mário Soares.
http://casacomum.org/cc/pesqArquivo.php?termo=sarmento+pimentel |
1974. Sarmento Pimentel em comícios do PS.
Fotos. Arquivo da Fundação Mário Soares. Casa Comum. In:
http://casacomum.org/cc/pesqArquivo?termo=*:*&pag=71&nResult=10&facetFilterType=Fotografias&facetFilterFundo=2839
1974. Edição portuguesa, completa, das
Memórias do Capitão. |
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1974. «Capitão João Sarmento
Pimentel -
Memórias do Capitão». República. Nº 15427, 3 Maio de 1974.
Publicidade ao livro, usando um excerto do prefácio de Jorge de Sena à
edição brasileira.
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1974. “Chega amanhã o
comandante Sarmento Pimentel”. Notícia no
República. Nº 15437,
15 de Maio de 1974
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1974. “Um Grande capitão”, por
Victor Cunha Rego. República . Nº 15438, 16 Maio de 1974
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1974. “A maior homenagem que
posso ter é a liberdade e a democracia", afirmou
Sarmento Pimentel hoje, regressado de um exilio de 47 anos”.
República. Nº 15438, 16 Maio de 1974
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1974. “Recepção carinhosa no
Porto a Sarmento Pimentel”.
República, Nº 15440, 18 Maio de 1974
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1976. Com as entrevistas que deu à
imprensa, em 1976, saiu um livro a que foi dado o título: Sarmento
Pimentel ou uma geração traída - Diálogos com Norberto Lopes, com
prefácio de Vitorino Nemésio. |
1976, Lisboa, 12 de
Novembro. Dedicatória de João
Sarmento Pimentel num exemplar das Memórias do Capitão, na
nossa posse. |
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1978. Ofício da Dir. de Pensões do
Ministério das Finanças informa que, a partir de novembro de 1978, serão
processados mensalmente, ao coronel João Maria Ferreira Sarmento Pimentel,
os abonos referentes às duas pensões por condecoração, no quantitativo de
809$00 cada uma e com vencimento desde 1978. Processo individual, Arquivo
do Estado Maior do Exército. |
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1978, maio.
Alvará de Concessão com o Grau de Grã-Cruz, de 20 de maio de 1978; Decreto
de Concessão com o mesmo Grau, publicado no DG n.º 199, de 30 de agosto de
1978. Arquivo histórico da Presidência da República |
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1980. Grau de Grã-Cruz, com Alvará de Concessão, de 1 de Junho de 1979.
Publicado em Diário da República, 2ª série, nº 77, de 1 de Abril de 1980.
Arquivo da Presidência da República |
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1982. De 40 Anos de Servidão, de Jorge
de Sena (2.ª ed., Lisboa, Moraes Editores, 1982, p. 180), citamos, de
um poema dedicado a Sarmento Pimentel: «[...] Assim, senhor, eu
vos saúdo e digo de como em vida me vivi honrado com
conhecer-vos e por vós ser tido por digno de amigo e camarada
nas horas duras de se amar a pátria com amor infeliz, como
naquelas em que de convivência ela renasce tão pura qual nenhuma
pátria humana: é uma grã-cruz que vossa senhoria colocou no meu
peito e que mais vale que quantas de vaidade só refulgem. E
pesa como séculos de História qual em vossas memórias revive.
[...]»
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1982, 25 de Abril, São Paulo. Recebe em sua casa
as estrelas de general, concedidas pelo General Ramalho Eanes a instâncias
de José Verdasca, e levadas e postas nos seus ombros pelo Capitão Marques Júnior. |
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"No final da vida, em entrevista à revista
Flama". Miguel Carvalho. Ver
1987. Morre em São Paulo, 13 de Outubro,
às 13 horas, na sua residência da R. Itacolumi. Era viúvo de Isabel das
Dores Seara Cardoso. Deixou os filhos: Maria Isabel, Maria João, Leopoldo
e Fortunato. Está sepultado no cemitério Gethsemani - Capital. Processo
individual, Arquivo do Estado Maior do Exército, certidão de óbito.
2013. Na notícia de um colóquio sobre o piloto
Francisco Sarmento Pimentel, irmão de João Maria, Armando Pinto publicou a
sua foto, diante da Casa da Torre, em Rande, propriedade da mãe, onde
ambos viveram em crianças. |
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A Casa da Torre,
motivadora do nome por que era conhecido na região João Sarmento
Pimentel: João da Torre. Na foto, o seu irmão Francisco, herói da primeira
travessia aérea Lisboa-Índia, como ele um lutador pela democracia em
Portugal. In:
http://longrahistorico.blogspot.pt/2013_07_01_archive.html |
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«MOÇAMBIQUE - OS "PADRES" DA MINHA
VIDA», de João Maria Neves Pinto, neto de Alfredo Sarmento Pimentel, irmão
de João e Francisco Sarmento Pimentel
http://www.macua.org/padres/index.html
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Diretório aberto a 19 de dezembro de 2014
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