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REVISTA
TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências
ISSN 2182-147X
NOVA SÉRIE |
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JOSÉ CARLOS GONÇALVES |
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HISTÓRIAS DE AVIÕES A propósito de O Santo,
episódio «Plano de voo» |
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Num dos episódios de «O Santo», passados no Canal
Memória, aparecia um avião de guerra que me despertou curiosidade, por
aterrar e levantar voo na vertical. Pensei que Leslie Charteris, ou o
realizador da série, nos anos 60, tinha tido um golpe de inspiração que
antecipava em quarenta anos os atuais F-35. O escafandro, os submarinos,
os aparelhos voadores e muitas técnicas e tecnologias atuais têm sido
antecipados por Leonardo da Vinci, por utopistas como Thomas Moore e
Francis Bacon, e decerto pelos autores de ficção científica. Pedida
ajuda a José Carlos Gonçalves, especialista a quem agradeço, aqui fica o
e-mail com as informações e imagens que enviou a esclarecer o assunto.
Maria Estela Guedes São Paulo, Natal de 2012 |
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Olá!
O aeroplano herói, a que chamam Osprey
no filme, é um Harrier, já a voar na altura. Não era supersónico, mas um
combatente a respeitar. Capaz de descolagem e aterragem verticais, mais
tarde descolagem “jump” (corrida em pista inclinada para cima) em
porta-aviões. Tinha mais impulso que massa (peso), o que permitia grande
capacidade de manobra a baixa velocidade, uma limitação dos caças
convencionais.
Mais adiante, no filme, aparece um Camberra,
também real e mais antigo.
O Harrier foi protagonista na guerra
das Falkland. O Camberra, que não permitia passageiros nem tinha aquela
porta de onde salta o pára-quedista, foi respeitável e fiel cumpridor em
várias Forças Aéreas durante mais tempo que o Harrier.
Não vi o
filme em pormenor, mas o Osprey, do fim da década de oitenta, é um misto
de helicóptero e avião, feito pela Boeing.
O F-35, do século XXI,
é supersónico, em versões de descolagem e aterragem convencionais
(corrida por uma pista) e descolagem e aterragem vertical. Tem
“características stealth”, o que significa que o seu corpo reflecte
pouca intensidade de ondas de radar que lhe são atiradas. Não é
exactamente “invisível”, mas de difícil detecção por radar.
Os
franceses e os russos também fizeram umas incursões na tecnologia de
caças de descolagem vertical, mas sem grande aplicabilidade operacional.
Junto imagens do filme (várias do Harrier, uma do Camberra e uma do
herói humano a saltar do armário) e também dos Osprey (com hélices) e
F-35 actuais. Tudo bichezas (os aviões vivem) reais.
Beijinhos, e
Feliz Natal.
Zé Carlos |
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José Carlos Gonçalves (Portugal). Foi
piloto da Força Aérea Portuguesa, com comissão durante a guerra
colonial, na atual Guiné-Bissau, e posteriormente pilotou aviões
comerciais, na África do Sul e na TAP Air Portugal. |
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