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Depois de esvaziar o último copo da poção mágica, Olek decalcou-se como uma rosa pintada no muro branco. E eis que imediatamente surgiu, como que do nada, a antiga borboleta, a projetar sobre a rosa todo o prazer que poderia experimentar. Mas era Olek quem de fato existia, a quem, no disfarce de rosa, ela perseguia, ela tocava e perdia, consecutivamente, em seu vôo cambaleante e fugidio, indiferente ao futuro, que, por fim, de uma vez por todas, os engoliu, num ato de voluptuosidade suprema, na qual se destilaram intactos, ao infinito, ao mesmo tempo que pareciam ser trucidados. |
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ALESSANDRO ZIR – Professor do Departamento de Filosofia da Universidade de Caxias do Sul (Brasil). Bacharel em Filosofia (UFRGS/Brasil), Bacharel em Comunicação Social (PUCRS/Brasil) e Mestre em Psicologia Social e Institucional (UFRGS/Brasil).
Membro do Grupo Interdisciplinar em Filosofia e História das Ciências do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados da UFRGS. Actualmente no Canadá, a preparar o doutoramento. E-mail: azir@zaz.com.br . URL: http://aletche.blogspot.com/ |