Hemidactylus bouvieri Bocourt, 1870
1870. Bocourt descreve Emydactylus Bouvieri, dizendo que o Museu de Paris possui três exemplares daquela linda espécie, recolhidos por A. Bouvier em S. Vicente, uma das ilhas de Cabo Verde. Usei uma separata rubricada por Bocage, não dedicada por Bocourt, mas com uma correcção estilística manuscrita pelo autor em bela e legível caligrafia. Numa época em que a soberania colonial começa por se exprimir na ocupação científica, quem mais direitos tem é quem mostra conhecer melhor o território.
1873. Bocage descreve Hemidactylus Cessacii=H. Bouvieri, exemplares de Santiago oferecidos por Cessac, companheiro de Bouvier.
1896. Bocage diz ter descrito em 1873 Hemidactylus Cessacii a partir de espécimes de Santiago oferecidos por Cessac, não sabendo da anterior descrição de Bocourt a partir de exemplares de S. Vicente oferecidos por Bouvier. Dá-lhe prioridade, mas repete a sua descrição. Não comparei. Referências para Santiago (tipos; outros expls, de Ferreira Borges) e Santo Antão (Hopffer). Informa ainda que há 2 exemplares de S. Vicente no Museu Britânico, oferecidos por Lowe.
1902. Bocage acrescenta nova localidade, resultante da exploração de Newton: Boavista. Insiste em que no M. Britânico há espécimes de S. Vicente apanhados pelo Reverendíssimo padre Lowe.
1905. Boulenger refere Hemidactylus bouvieri para a Brava, exemplar(es) de Leonardo Fea. Também com exemplares de Fea, cria a nova espécie Hemidactylus boavistensis para a Boavista.
1935. Angel estuda um juvenil de Hemidactylus bouvieri do Fogo. Cria a nova espécie Hemidactylus chevalieri para o Sal, a partir de 13 exemplares coligidos por Chevalier.
1951. Dekayser & Villiers estudam 14 exemplares de Hemidactylus bouvieri chevalieri Angel, 1935 da ilha do Sal. Angel o que descreveu foi Hemidactylus chevalieri.
1982. Gruber & Schleich criam uma nova subespécie endémica, agora para o ilhéu Raso, Hemidactylus bouvieri razoensis.
1987. Schleich comprova a existência de Hemidactylus bouvieri em S. Vicente, Raso, Sal e Boavista e descomprova-a em Santo Antão, Santiago, Santa Maria, Fogo e Brava. Comprova Hemidactylus bouvieri bouvieri só para S. Vicente e descomprova-a em Santo Antão, Santiago, Fogo e Brava. Na sinonímia de Hemidactylus bouvieri boavistensis lança Hemidactylus boavistensis Boulenger, 1905 e Hemidactylus chevalieri Angel, 1935, de acordo com Loveridge. Comprova a sua existência na Boavista e no Sal. A rematar, H. bouvieri razoensis Gruber & Schleich, 1982 - Schleich comprova-se para o Raso.
1993. Joger dá Hemidactylus bouvieri boavistensis para Sal, Santa Maria e Boavista. Santa Maria ilhéu e nada de Santiago.
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