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HERDADE DO FREIXO DO
MEIO |
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Miguel e Joakin, dois trabalhadores na Herdade Freixo do Meio | ||||
Os trabalhos na Herdade do Freixo do Meio são
assegurados por voluntários e trabalhadores. Os voluntários fazem
curtas passagens, são em geral estudantes em universidades europeias e
brasileiras. Alguns trabalhadores residem no Freixo, outros vivem nos
Foros de Vale de Figueira e mais longe, e há-os de várias
naturezas. No caso do Miguel e do Joakin, trata-se de dois artistas
que resolveram viver no Freixo para mudarem de vida. São jovens,
fortes, os trabalhos que executam são distintos, mas aliam-se numa
mesma aventura, a da cerâmica. Quando resolvi acompanhar o Miguel durante uma tarde de trabalho, que implicou viajar de carrinha por pontos afastados da Herdade, duas voluntárias estavam de partida. No isolamento do Freixo, e na solidão do montado, é fácil criarem-se laços de afeto e de solidariedade. Foi o que captei na foto em que uma dá um abraço de despedida ao Miguel e vai garantindo, já pernas ao caminho: «Eu volto!». O Miguel tem por funções tratar dos animais. É ele quem, de manhã, vai dar de comer aos cães, às porcas parturientes, aos perus e às galinhas. Também lhes muda a cama de palha e recolhe os ovos. No Freixo há outros animais, mas vivem em liberdade, por isso não precisam de tantos cuidados - vacas, porcos, burros e cavalos. E há animais que permanecem para tratamento quando são encontrados feridos, caso dos dois bufos-reais, a que o Miguel leva a sua ração de carniça. Perguntei-lhe se era feliz no campo, ele respirou de alívio, muito fundo, assegurando que sim, que esse tinha sido o seu desejo: sair da vida que tinha, urbana, para a terra, para os trabalhos do campo. Já passou mais de um ano sobre a sua chegada, não parece realmente que sinta vontade de abandonar o Freixo e voltar a atividades como aquela por que é mais conhecido, a de ter criado um serviço de jantar em cerâmica para o Hotel Penha Longa, em Sintra. O Joakin, e este é o seu nome de artista, está há mais tempo no Freixo. Agora experimenta cultivar micro-hortas à porta de casa, além da sua tarefa normal, a de assegurar a sinalética da Herdade: centenas de sinais, alguns humorísticos, concebidos por ele, identificam edifícios, mostram direções e caminhos. Ultimamente, o Joakin e o Miguel formaram equipa para criar um laboratório de cerâmica, a Oficina de Técnica Arcaica. Pretendem recriar técnicas de fabrico de cerâmica artesanais, primitivas, com matéria-prima local, a terra com barro do Freixo, e para isso construiram um forno. Na altura em que o fotografei, estavam ainda a estreá-lo e experimentá-lo. As peças, por enquanto, ainda não são muitas: vasos para flores, jarros, ânforas, e um pequenino fogão. Peças de artesanato que lhes podem assegurar um meio de vida, juntando o trabalho ao prazer da criação artística. Maria Estela Guedes . casa dos banhos . 17 de março de 2014 |
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É preciso fazer a cama das galinhas, pondo palha limpa sobre a suja.
Mais tarde, toda é removida e transformada em estrume. |
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Ao fim da tarde, os perus, que passaram o dia em liberdade, têm de ser recolhidos nas capoeiras. | ||||
Há várias raças de galináceos no Freixo | ||||
Há sempre despedidas e chegadas de voluntários | ||||
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Algumas peças de cerâmica concebidas na oficina do Joakin e do Miguel | ||||
Micro-hortas numa época em que se
aconselham as pequenas culturas e se difundem as hortas verticais, para manter dentro de casa. |
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Joakin e Miguel, dois artistas, trabalhadores na Herdade do Freixo do Meio | ||||
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Contactos da Herdade do Freixo do Meio: | ||||
http://www.herdadedofreixodomeio.com/ Morada: Pedidos de Encomendas: Tel: (+351) 93 690 93 73 |
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Revista TriploV |
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