O AMOR EM VISITA Herberto Helder 23-11-2004 www.triplov.org |
Mais inocente que as árvores, mais vasta que a pedra e a morte, a carne cresce em seu espírito cego e abstracto, tinge a aurora pobre, insiste de violência a imobilidade aquática. E os astros quebram-se em luz sobre as casas, a cidade arrebata-se, os bichos erguem seus olhos dementes, arde a madeira - para que tudo cante por teu poder angélico e fechado.
Com minha face cheia de teu espanto e beleza, eu sei quanto és o íntimo pudor e a água inicial de outros sentidos. |