José Augusto Mourão nasceu em
Lordelo (Vila Real), em 14 de Junho de 1947 e faleceu em 5 de Maio de
2011, em Lisboa. Só há cerca de dois anos tive conhecimento, por uma
pessoa sua familiar próxima, da biografia de Frei José Augusto Mourão Op,
desde a sua infância até à idade de trinta e oito anos, em que ele veio
ao meu encontro (1985), num Colóquio sobre Teoria do Texto, na
Universidade de Évora, no qual ambos participámos, sendo eu nessa altura
assistente da mesma universidade. Não se falava do passado e sempre
fomos muito discretos. Apesar de ser frequentadora, ao longo de quase
três décadas, dos Cursos de Verão de Teologia, organizados pelo
Instituto São Tomás de Aquino (I.S.T.A.), de que Fr. José Augusto Mourão
foi Director, nos últimos anos - assim como dos Cadernos ISTA -, faltei
no ano em que foi distribuída a entrevista com Maria João Seixas –
“Nunca gostei da ideia de viver sozinho” - que tinha sido publicada no
jornal Público, em 8 de Junho de 2003[i].
Só a semana passada li uma cópia da mesma entrevista que nos foi dada
nas celebrações em memória de Fr. José Augusto Mourão, no Mosteiro de
Santa Maria do Lumiar, onde ele teve uma presença tão forte ao longo de
mais de duas décadas, apoiando a comunidade das monjas dominicanas –
como também apoiou durante muitos anos a comunidade das Irmãs
dominicanas do Convento dos Cardaes - , participando nos Encontros do
Lumiar através da organização, de conferências, debates, presidindo e
pregando nas celebrações, aos 2ºs Sábados de cada mês. O que fiquei a
saber da sua biografia pela leitura da entrevista com Maria João Seixas,
corroborada pelo recente artigo de António Marujo ( Jornal Público, 10
de Maio de 2011)[ii],
confirma o que o seu familiar próximo me contara recentemente. Não foi
relevante tê-lo sabido tão tarde. José Augusto Mourão não dava
importância à biografia na sua vida real, nos autores literários, na
leitura das obras literárias. Fomo-nos sempre reconhecendo mutuamente
pela diferença. Não me surpreendi quando soube que doara o corpo à
medicina e que não haveria funeral.
Fr. José Augusto Mourão foi,
todavia, das raras pessoas que mais me surpreenderam pela imediata
oferta do dom de si próprio a quem, como eu, nunca tinha visto. No
primeiro encontro em Évora, em 1985, sempre a sorrir de alegria,
ofereceu-se para me ajudar em tudo o que estivesse ao seu alcance. E
assim o fez ao longo dos vinte seis anos em que nos acompanhámos pela
amizade e pelo trabalho, até à sua morte. Assisti à evolução da sua vida
como frade dominicano, pregador de homilias que sempre me desafiaram a
não desistir de procurar Deus, de me transcender, de continuar a
procurar a tomada de consciência, de luz, de esperança, de renovar
sempre a procura de me transformar. O “vazio verde” –
Vazio Verde- o nome[iii]
- da sua poesia de louvor, de dor, de
inclusão litúrgica, é expressão do caminho de um homem bom, generoso e
muito profundo que se deixa trespassar pela fé em Jesus Cristo. O vazio
não me aflige, na sua poesia, porque é também trespassada pela esperança
e a procura de Luz. O seu caminho poético foi reunido na edição recente
da obra poética, com o título O Nome a
Forma – Poesia reunida[iv].
Nos Cursos de Verão de
Teologia, em Fátima, Fr. Mourão foi meu professor de Liturgia. Nas suas
aulas era clara a crítica ao que chamava “a paixão da regra” nas
celebrações litúrgicas, a sua procura de ardência, de inspiração e de
beleza na liturgia. Desde 1989 que fiquei surpreendida com o trabalho
imenso que Fr. Mourão continuou ao longo de décadas em centenas ou até
talvez milhares de cânticos litúrgicos de André Gouzes, OP e de muitos
outros que traduziu ou adaptou para a língua portuguesa, uma herança
rara para a liturgia do presente e do futuro. Participei no trabalho de
um grupo para a gravação em cassetes de alguns desses cânticos. Irei ver
se foram reeditadas ou não em CD. Fui por ele muitas vezes convidada
para fazer leituras e sobretudo cantar em grupo ou a solo em celebrações
litúrgicas de uma inesquecível beleza, precedida e impregnada da beleza,
desapego, profundidade e interioridade da sua voz, como dom - quer nos
Cursos de verão de Teologia, quer nos Encontros dos 2ºs Sábados no
Mosteiro de Santa Maria, Lumiar, quer num espaço colectivo de saúde, com
um grupo de seus familiares e amigos. Uma vez convidou-me para fazer uma
homilia (1993), numa celebração no Mosteiro do Lumiar. A sua voz
continua a ecoar nos cânticos litúrgicos e nas homilias. Se até hoje se
publicaram três livros das suas homilias
[v]
, além das suas Anáforas[vi],
algumas conferências nos Cadernos do I.S.T.A., num livro e em edições
artesanais e electrónicas, há que esperar edições futuras, em volume, de
trabalhos seus dispersos em volumes colectivos, edições artesanais e
electrónicas, e inéditos. Maria Estela Guedes anunciou há dias que
acabou de escrever o prefácio e de rever as provas de um novo caderno de
poemas de José Augusto Mourão, com o título Onde rasgar Janelas,
a editar pela Arte-Livros, São Paulo[vii].
José Augusto Mourão foi um
homem íntegro, tímido, discreto, de poucas palavras, um trabalhador
infatigável e intenso em todas as áreas que estudou, pregou e ensinou,
como frade Dominicano e como professor universitário, na Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, como
investigador interdisciplinar reconhecido internacionalmente. Era
membro, entre outras instituições, do Centro de Estudos de Comunicação e
Linguagens (CECL, Universidade Nova), e director da revista homónima,
membro da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), da
Associação Portuguesa de Escritores, do Comité Executivo da Associação
Internacional de Estudos Semióticos, McLuhan Fellow (Universidade de
Toronto). Estudou em Portugal e França, estagiou no Canadá, nos Estados
Unidos, em Itália, em Espanha e França ao longo das suas licenças
sabáticas, para estudo e/ou docência. Viajava só para trabalhar, como
dizia, quer na investigação, quer para Colóquios e Congressos nacionais
e internacionais. Da Literatura à Teoria da Literatura, à Filosofia, à
Teologia, à Semiótica, à Comunicação e Linguagens, ao Hipertexto, às
Ciberescritas, à Hiperficção e Cultura. Pertenceu a comissões
científicas de inúmeros colóquios e congressos. Nos últimos tempos
colaborou no Secretariado para a Pastoral da Cultura.
José Augusto Mourão escrevia
tudo o que investigava, tudo o que ensinava, todas as suas homilias,
todas as suas conferências. Escrevia pensando ou pensava escrevendo.
Considerava-se um pensador “flutuante”, como recordou Ana Cristina da
Costa Gomes na sessão promovida pelo C.L.E.P.U.L. de Homenagem a José
Augusto Mourão, em 7 de Junho de 2010, na Faculdade de Letras de Lisboa,
na qual recebeu a medalha de mérito do C.L.E.P.U.L. (Centro de
Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa),
coincidindo com o lançamento do volume Dominicanos em Portugal.
História, Cultura e Arte (Coordenação de Ana Cristina da Costa Gomes
e José Eduardo Franco, Aletheia, Lisboa, 2010). Foi construindo um
pensamento denso, desafiador de consciências, em particular nas homilias
e conferências. Foi pioneiro nos estudos de Semiótica e Bíblia. No seu
trabalho de investigação estava sempre atento a todos os ecos
científicos, teóricos, técnicos, numa permanente actualização. Nas suas
homilias e conferências, tinha um particular empenho em causas e
situações de fronteira. Na sua penúltima conferência, no Lumiar, em 9 de
Outubro de 2010, reuniu uma poderosa síntese de reflexão sobre “A
Estética na fronteira da experiência de Deus”[viii].
O Padre e também poeta Tolentino Mendonça citou e recriou esta
conferência na sua conferência sobre a “ A fronteira é linha do fim ou
do começo?”, em 14 de Maio de 2011, no Mosteiro do Lumiar, à qual se
seguiu uma celebração in memoriam de Fr. José Augusto Mourão, na
qual P. Tolentino o evocou como enigma e pergunta que ele próprio é-foi,
a sua fé na Palavra, a dimensão profética que deu à Estética. O P.
Tolentino prevê que no futuro se compreenda melhor a sua poesia, a sua
obra e as suas homilias.
Não encontrei
ininteligibilidade nas suas homilias, mas antes uma grande sintonia na
sua procura de interrogação, de discernimento, conducentes à procura de
nos transformarmos, de mudança interior.
Conheço grande parte da sua
obra publicada[ix].
É uma obra multifacetada e vasta, a retomar e a meditar, pela sua
densidade e profundidade. A ser lida no agora e para o futuro. José
Augusto Mourão foi coordenador, com Ana Cristina da Costa Gomes e José
Eduardo Franco do Dicionário Histórico das Ordens e Instituições
Afins em Portugal (Gradiva, Lisboa, 2010) e de outras obras mais
recentes, de relevo para a Cultura Portuguesa[x].
Traduziu A rosa é sem porquê de Angelus Silesius (Vega, 1992),
Sobre a Leitura de Marcel Proust (Nova Vega, 3ª ed. 2009) e A
função da poesia de Savonarola (Vega, 1993), entre outros textos.
Com Maria Leonor Telles traduziu Espen J. Aarseth, Cibertexto.
Perspectiva sobre a literatura ergódica (Pedra de Roseta, 2005). É
autor de inúmeros artigos e ensaios dispersos em volumes colectivos.
Prefaciou e introduziu várias obras literárias e de ensaio.
Assisti ao lançamento de
quase todos os seus livros. No lançamento de um deles, surpreendeu-me o
modo como fez a sua apresentação pública: “Sou um corredor. Vale mais
morrer cansado, por ser corredor, do que estar deitado muito tempo à
espera de morrer”. Dizia também “Não há nada a esperar da inércia”. Nas
suas homilias, em alguma da sua poesia, fala-escreve muito
frequentemente da morte, na sua inevitabilidade, como enigma, como
passagem para a Ressurreição em que acreditava. Frei Bento Domingues
recordou a fé de Fr. José Augusto Mourão na Ressurreição, em várias
fases da sua vida, presentes em cânticos que foram cantados na
celebração “ da passagem da morte para a vida de Frei José Augusto
Mourão”, no Convento de São Domingos, em Lisboa, às 21h do dia da sua
morte, em 5 de Maio de 2011 (Frei Bento Domingues, “Não foi para morrer
que nascemos”, Jornal Público, 15 de Maio de 2011)[xi]
. Frei Filipe Op (José Filipe Rodrigues), na homilia da celebração do 7º
dia, em 12 de Maio[xii],
recordou a força das metáforas, a esperança na ressurreição, nas
homilias, na vida e na passagem para a vida de Fr. Mourão, terminando
com a frase de Fr. Mourão:”Não acreditar na ressurreição é resignar-se a
acabar”[xiii].
Fr. Filipe é o actual jovem prior do mesmo Convento, que de muito perto
acompanhou Fr. Mourão, com as irmãs da comunidade dos Cardaes – que
também o acompanharam de muito perto, ao longo de toda a sua doença -
nas últimas semanas da sua vida terrena.
Fr. José Augusto Mourão
passou a vida a estudar, a questionar, a interrogar-se. Acreditou e deu
exemplo da força da palavra, da procura da palavra, para tocar e ampliar
a sua própria consciência e a consciência de outrem, para vermos tudo
claro, sem rodeios, não raro com alguma crueza, sem nunca desistirmos de
procurar a luz, a Palavra de Deus, a Palavra de Jesus Cristo, a chama, a
ardência, Deus nos seus enigmas e revelações, pela Encarnação de Jesus
Cristo, o Deus absconditus, mas também o homo absconditus.
Deus que nos guarda e nos inspira – “ Helena, Que Deus a guarde e
inspire”, escreveu-me na última mensagem por telemóvel, poucos dias
antes de falecer. Há muitos anos dizia, sorrindo, ao despedir-se de nós,
no fim de uma celebração no Convento de S. Domingos: “ A sabedoria é a
ternura do espírito”. Dizia que se deixava guiar pelo sopro que um dia
teria de devolver. Devolveu-o há poucos dias. Temos agora de fazer a
travessia do luto e seguir o seu exemplo de desapego. Quando perdi ainda
recentemente um amigo muito antigo e familiar, e procurava a maneira de
melhor rezar por ele, Fr. José Augusto Mourão ensinou-me que tinha que
me desapegar dele e que rezasse sempre que me lembrasse dele “que
descanse em paz”, “que descanse em paz”. E assim consegui atravessar o
luto. Agora é a vez de continuar a mesma oração para atravessar o luto
por Fr. José Augusto Mourão, grande Amigo, muito amigo do seu amigo, que
muito lutou para me ajudar em todas as áreas, me convidou na hora certa,
tentando eu também corresponder e ajudar no que esteve ao meu alcance.
Com Fr. José Augusto Mourão
continuo e espero que continuemos todos a acreditar no espírito como
sopro, beleza, dança, na palavra que cura, na “ternura do espírito” que
é a sabedoria, no “voo da ave do espírito” (Sophia), no novo, para os
combates da vida, na esperança de que o espírito nos conduza um dia para
além da passagem, embora “ a morte nos surpreenda sempre”, dizia Fr.
Mourão. É com a maior gratidão, a “gratidão do outro como outro” que
agradeço o dom de Fr. José Augusto Mourão ao longo de quase três
décadas, na minha vida, na vida de muitos, a força da sua herança para
os vindouros que dela saibam aproveitar. Procuro, procuremos continuar a
caminhar com o sabor de eternidade, ecoando com a sua voz: “Irei habitar
na alegria/ Irei a Deus,/ louvá-lo-ei sem fim”.
Que a cultura portuguesa
saiba preservar a memória de Fr. José Augusto Mourão, homem singular e
diferente a todos os títulos, de vasta cultura, semeador de palavra, de
esperança e de beleza, antecipado e actual, com uma obra e uma herança
que merece ser cada vez mais conhecida, preservada e meditada, no agora
e para o futuro. Numa das conversas que tivemos há meses, José Augusto
Mourão citava Umberto Eco, concordando com uma frase de Eco próxima
desta: ” volvidos vinte anos após a nossa morte somos esquecidos ou
então somos copiados”. Que se saiba recordar Fr. José Augusto Mourão que
não vigiou o vento e semeou em vida e para o futuro.
Sintra, 17 de Maio de 2011
Helena Conceição Langrouva
|
[iii]
Vazio Verde – O Nome (Centro de
Reflexão Cristã, Lisboa,
1985).
[iv]
Declinações - O Nome e a Forma (Almedina,
Coimbra, 2004), O Nome e a Forma -
Poesia reunida ( Pedra Angular, Lisboa,
2009).
[v]
A Palavra e o Espelho (Paulinas,
Lisboa, 2000); Luz Desarmada (Edições
Prefácio, Lisboa, 2006) e Quem
vigia o vento não semeia (Pedra Angular,
Lisboa, 2011).
[vi]
Anáforas, Edição do Convento de São
Domingos, Lisboa, 2010.
[vii]
Maria Estela Guedes, “Presença de José
Augusto Mourão”, Revista Triplov,
nova série, nº 15, Maio de 2011, publicado
em
www.triplov.com/novaserie.revista/numero_15/index.html.
José Augusto Mourão era o coordenador de
Portugal do Triplov, revista electrónica
luso-brasileira, do “híbrido” – como dizia
José Augusto Mourão -, com colaborações
internacionais. No Triplov estão publicados
muitos textos de sua autoria - alguns em sua
homenagem-, no site “Semas”-
www.triplov.org/semas/index.html
e também na Revista Triplov.
[ix]
Vazio Verde - O Nome, ( C.R.C., Lisboa,
1985); A Visão de Túndalo. Em torno da
semiótica das visões ( INIC, Lisboa,
1988); Dizer Deus – ao (des)abrigo
do nome (Lisboa, Difusora Bíblica,
1991); Paixão, Discurso e sujeito- “Os
Trabalhos de Jesus” de Fr. Tomé de Jesus
(Vega, Lisboa, 1996); A Sedução do
Real. Literatura e Semiótica (Vega,
Lisboa, 1998); O Regresso ou Metamorfoses
do Sagrado (com Ana Luísa Janeira,
Carlos João Correia e António Carlos
Carvalho, Difusão Cultural, Lisboa, 1998);
Ética. Ciclo de Conferências (
Banco de Portugal, Departamento de Estudos
Jurídicos, 1999); Semiótica e Bíblia
( coordenação com Maria Estela Guedes e Nuno
Peiriço, Paulinas, Lisboa, 1999); Grandes
Exposições no Mundo Ibero-Americano,
(com Maria Estela Guedes, A. M. Cardoso
Matias, Vega, Lisboa,1999); A Palavra e o
Espelho (Paulinas, Lisboa, 2000);
Discursos e Práticas Alquímicas (com
Maria Estela Guedes, Nuno Peiriço e Raquel
Gonçalves, Hugin, Lisboa, 2001); Ficção
interactiva. Para uma poética do
Hipertexto (Edições Universitárias
Lusófonas, Lisboa, 2001); O Fulgor é
Móvel. Em torno da obra de Maria
Gabriela Llansol (Roma Editora, Lisboa,
2004); Declinações - O Nome e a Forma
(Almedina, Coimbra, 2004); Influência de
Joaquim de Flora em Portugal e na Europa.
Escritos de Natália Correia sobre a Utopia
da Idade Feminina do Espírito Santo (em
parceria com José Eduardo Franco, Roma
Editora, Lisboa, 2004); O Mundo e os
Modos de Comunicação (Minerva, Coimbra,
2005); Luz Desarmada (Prefácio,
Lisboa, 2006); Semiótica. Genealogias e
Cartografias (com Maria Augusta Babo,
Minerva, Coimbra, 2007); A Literatura
Electrónica (Vega, Lisboa, 2009); O
Nome e a Forma - Poesia reunida-,
Pedra Angular, Lisboa, 2009; Quem vigia o
vento não semeia (Pedra Angular, Lisboa,
2011).
[x]
Coordenação de Obras mais recentes: Com Ana
Cristina Costa Gomes, José Eduardo Franco e
Vítor Serrão, Monjas Dominicanas.
Presença, Arte e Património em Lisboa (
Aletheia, Lisboa, 2008); Com Luís Filipe
Barreto, Paulo Assunção, Ana Cristina da
Costa Gomes e José Eduardo Franco,
Inquisição Portuguesa. Tempo, Paz e
Circunstância ( Prefácio, Lisboa, 2008);
com Aires B. Henriques, Ana Cristina da
Costa Gomes e José Eduardo Franco,
Espiritualidade e Sociedade em Portugal no
tempo de Frei Luís de Granada (Casa de
Pedrógão o Grande, 2007).
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Helena Langrouva é licenciada em Filologia Clássica (Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa), Maître ès Lettres Modernes – Cinéma (Montpellier III- Université Paul Valéry), pós-graduada – DEA ( Universidade de Paris III- La Sorbonne Nouvelle), Master of Arts e Master of Philosophy (Universidade de Londres – King’s College) – e doutorada (Universidade Nova de Lisboa) em Estudos Portugueses. Foi Leitora de Língua e Cultura Portuguesas nas Universidades de Montpellier e Rouen, ensinou Literatura Portuguesa Clássica, Teoria da Literatura, Introdução aos Estudos Literários e Francês, no ensino superior, em Portugal, com passagem pelo ensino secundário onde leccionou Grego, Latim e Português. Equiparada a bolseira pelo Ministério da Educação e Cultura, foi bolseira da Fundação Oriente e da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo investigado em bibliotecas e museus europeus. Escritora, investigadora interdisciplinar, nas áreas da cultura clássica, renascentista e do século XX, tem-se dedicado em especial ao estudo de Literatura e Arte dos séculos XV e XVI.
É autora de A Viagem na Poesia de Camões, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian- FCT, 2006; Actualidade d’Os Lusíadas, Lisboa, Roma Editora - apoio FCT, 2006; De Homero a Sophia. Viagens e Poéticas, Coimbra, Angelus Novus – patrocínio IPLB-, 2004; Arpejos de uma Viandante/ Arpèges, Lisboa, 2003. Co-editou, com Aires A. Nascimento, José V. De Pina Martins e Thomas Earle, Humanismo para o nosso tempo. Homenagem a Luís de Sousa Rebelo, Lisboa, edição patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian e comercializada pela APPACDM, Braga.
Publicou ensaios nas revistas Brotéria, Critério e O Tempo e o Modo (Lisboa), Traduziu e seleccionou Lanza del Vasto, Não-Violência e Civilização- Antologia, Lisboa, Edições Brotéria, 1978 e traduziu ainda Jean Joubert, O Homem de Areia (romance), Lisboa, Difel, 1991.
Estudou Artes Musicais – Canto Gregoriano e Canto Clássico - Artes Plásticas – Desenho e Pintura- e Iconografia. Tem ainda cultivado o canto ao longo da sua vida, fez exposições individuais de Pintura em Sintra, Lisboa e Évora e dedica-se em particular à pintura de ícones.
É membro da Associação Portuguesa de Escritores, da Associação Portuguesa de Críticos Literários, da Sociedade Portuguesa de Autores, da Associação Internacional de Lusitanistas.
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