[Há quem mate por tudo e por nada]

DOMINGOS DA MOTA


Há quem morra de morte morrida

Há quem morra de morte matada

Há quem morra de bala perdida

Há quem morra de faca espetada

Há quem morra de morte pequena

Há quem morra na beira da estrada

Há quem morra de morte serena

Há quem mate por tudo e por nada

Há quem faça do ódio bandeira

Há quem vote no ódio com medo

De que a vida fugaz, passageira

Perca o chão, mas mais tarde ou mais cedo,

Ante a faca do ódio a fulgir

Sinta o medo a rosnar e a latir

 

 

Domingos da Mota
[inédito]