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Revista TriploV
de
Artes, Religiões e Ciências |
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GUINÉ-BISSAU . PROBLEMAS E
DOCUMENTOS |
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Novas arbitrariedades dos militares
Guiné-Bissau: Filho de
general Indjai agrediu violentamente polícias de trânsito
Por Jorge Heitor
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Público, Lisboa, 07.07.2010 |
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Um dos filhos do novo chefe
do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau esteve ontem na
origem de violentos confrontos entre militares e a polícia de trânsito. |
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Na avenida principal da capital, junto à Praça de
Bandim, segundo conta a Agence de Presse Africaine (APA), do vizinho
Senegal, o filho do general António Indjai, que se deslocava de carro,
reagiu muito mal quando foi mandado parar por uma agente da polícia de
trânsito.
Não tendo admitido que fosse necessário esperar pela passagem de outras
viaturas, que tinham prioridade, o cidadão em causa saiu do automóvel
com os militares que lhe serviam de guarda-costas e agrediu
violentamente a sinaleira.
Tendo-se verificado entretanto que nem sequer tinha carta de condução,
chamou em seu socorro outros militares, que agrediram cinco polícias com
cintos e com as coronhas de espingardas de assalto Kalashnikov, também
conhecidas por AK-47.
Na sequência de todo este episódio de grande aparato, os militares ao
serviço daquele familiar do general Indjai levaram os polícias, entre os
quais quatro mulheres, para o Estado-Maior General, onde os voltaram a
espancar, pelo que acabaram por ir parar ao Hospital Simão Mendes,
“desfigurados e ensanguentados”.
Uma das mulheres polícias, Blony, levou em pleno crânio um golpe de
Kalashnikov, conta a APA. E a Assembleia Nacional Popular tomou conta da
ocorrência, tendo agendado para hoje uma sessão especial, para a qual
convocou os ministros da Defesa, Aristides Ocante da Silva, e do
Interior, Satú Camará Pinto, a fim de que se pronunciem sobre o que
aconteceu. |
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População revoltada |
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O sentimento geral da população de Bissau é de
revolta perante estas arbitrariedades; e em Cabo Verde o Presidente
Pedro Pires condenou uma vez mais a interferência dos militares nos
assuntos guineenses.
Pires, que participou como combatente do PAIGC na luta pela
independência da Guiné-Bissau, afirmou que o que ali se está a passar se
encontra na agenda da União Africana e da Organização das Nações Unidas,
porque é “uma situação complexa, que pede uma abordagem realista e
inteligente, para se poder encontrar os caminhos para a sua solução”.
Em Lisboa, segundo a Lusa, deputados do Partido Socialista e do CDS-PP
criticaram a nomeação de Indjai para a chefia do Estado-Maior, tendo em
conta que ele dirigiu no dia 1 de Abril uma sublevação militar, durante
a qual chegou a ameaçar de morte o primeiro-ministro Carlos Gomes
Júnior, presidente do PAIGC, a força política maioritária.
Já o Partido Comunista Português considerou que, “independentemente das
preocupações que possa suscitar” a nomeação daquele controverso general,
isso não deve servir de pretexto “para novas manobras de pressão e
ingerência dos Estados Unidos e da União Europeia” nos assuntos da
Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo.
Recentemente, Washington cortou toda a ajuda militar a Bissau, por esta
se recusar a afastar os militares tidos como envolvidos em redes de
traficantes de cocaína, como seria o caso de Indjai e do chefe do
Estado-Maior da Força Aérea, general Ibraima Papa Camara.
Nos últimos quatro anos, a Guiné-Bissau tem sido normalmente mencionada
como um trampolim importante no tráfico de drogas que da América Latina
seguem para a Europa e o Médio Oriente. |
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Exclusivo Público/The Washington Post |
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Poesia no
Didinho
http://www.didinho.org/poesia.htm |
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http://senegambia.blogspot.com/ |
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