Nós somos
aqueles que dia e noite
fazem com suas mãos
os alicerces da
vida. Nós somos
lágrimas, suor e sangue
que desafiando mortes e séculos...
fundiram esperanças e fé! Nós somos irmãos
o florir, a madrugada
e o verde selvagem dos maquis
que em noites sombrias
trazem a canção da vida. Nós somos
dança, música e ritmo
que em anos 40
sobreviveram a tempestade da fome. Nós somos irmãos
terra, chuva e arado
que alimentam vidas
e alicerçam o
homem! Nós somos
o tantã da verdade
em místicas noites do fanado
nós somos irmãos
a certeza e o porvir!
Não posso adiar a palavra, 1982
Em: Manuel Ferreira, 50 Poetas Africanos. Lisboa, Plátano
Editora, 1989
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